Falsificação da memória, que ocorre em estado de consciência clara, associada a uma amnésia de origem orgânica. Em psiquiatria, o ato de substituir a perda de memória por fantasia ou por uma realidade que não é verdadeira para a ocasião. As falhas de memória são preenchidas por toda a espécie de confabulações ou invenções, que são narradas detalhadamente e com perfeita aparência de lucidez (por isso denominadas, às vezes, confabulações oportunas).
O termo subentende também falta de discernimento, no sentido de que o sujeito acredita plenamente que as suas respostas são corretas. A confabulação é observada em doenças cerebrais orgânicas, nas quais a deterioração intelectual é característica predominante. Por exemplo, o paciente com uma síndrome de Korsakoff preenche freqüentemente as lacunas de memória com detalhes incorretos. Um paciente, hospitalizado há vários meses, disse ter acabado de chegar há poucas horas de uma viagem à Europa e forneceu numerosos detalhes da viagem, acreditando piamente em sua descrição.
A confabulação deve ser distinguida da pseudologia fantástica, que ocorre principalmente no grupo "psicopático" e em outras condições em que se destaca a passagem ao ato (acting out). Na pseudologia fantástica, a crença na fantasia é apenas momentânea e será rapidamente abandonada se o paciente se defrontar com uma evidência contraditória. O confabulador, pelo contrário, aferra-se obstinadamente à sua história.
Ao descrever os distúrbios perceptivos, intelectuais e lingüísticos de crianças esquizofrênicas, W. Goldfarb chama confabulações àquelas concepções errôneas em que a criança diz estar vendo diferentes pessoas quando, na realidade, vê a mesma pessoa em diferentes ambientes.