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falsa raiva

Raiva simulada. O termo foi usado inicialmente para designar as irrupções espon­tâneas de atividade motora que se assemelham ao medo e à raiva em animais decorticados ou diencefálico. Tais irrupções são acompanhadas de mudanças nos órgãos internos e na composição do sangue, semelhantes às características do comportamento emocional humano. Foi de­monstrado que a falsa raiva, ou raiva simulada, depende da integridade funcional do hipotála­mo caudal. A interrogação que se impõe é, naturalmente, a seguinte: "Até que ponto esse comportamento é real ou simulado? A ação inibida do hipotálamo ocasiona a experiência de medo e raiva, ou afeta meramente os conco­mitantes simpáticos e motores da emoção?" A falsa raiva difere da raiva normal em animais no seguinte: (1) o animal raramente tenta evitar o estímulo que suscitou a reação; (2) a resposta de falsa raiva raramente sobrevive à duração do estímulo, isto é, a pós-descarga é mínima. Essas diferenças também são observadas em casos de falsa raiva em seres humanos, a qual nunca é proposital. Nos seres humanos, ela tem sido observada em conseqüência de extensa lesão cortical, resultante de prolongada hipoglicemia e intoxicação por monóxido de carbono: o padrão de resposta era uniforme para todos os estímulos fortes, durava de 30 segundos a um minuto, e a força do estimulo não tinha qual­quer efeito evidente sobre a duração da falsa raiva. Nesses casos, ruídos fortes e estímulos dolorosos produzem a dilatação da pupila, ampliação das fissuras palpebrais, exoftalmia e acentuado aumento do pulso e da pressão sistólica. Um paciente com intoxicação por mo­nóxido de carbono cerrava e rilhava os dentes, e emitia sons sibilantes.

Em suma, os dados com animais e seres humanos parecem sugerir que o hipotálamo não é o centro emocional. "Por conseguinte, parece que, embora os centros subcorticais (hipotálamo) possam integrar e possivelmente reforçar as respostas neurais efetoras que con­trolam algumas das manifestações simpáticas e motoras de medo e raiva, há pouca ou nenhu­ma base para a tese de que o hipotálamo gover­na ou até medeia as próprias experiências emo­cionais."

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