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Estudo analisa motivos que mantêm a prostituição

A prostituição é um fenômeno social comum, tanto no Brasil quanto no mundo. Ao mesmo tempo em que é mantida pela sociedade, é também discriminada enquanto profissão, o que acarreta punições para as prostitutas. Um estudo feito por pesquisadoras da PUC-SP, Ana Carolina Vieira Fonai e Maly Delitti, e publicado pela Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva investiga quais são os possíveis motivos que mantêm o comportamento de prostituir-se – ou seja, manter relações com um cliente em troca de dinheiro – focando a relação entre a prostituta e seu ambiente de trabalho. A análise deixa de lado, portanto, fatores internos como "caráter" e "moral".

A prostituição é um fenômeno social comum, tanto no Brasil quanto no mundo. Ao mesmo tempo em que é mantida pela sociedade, é também discriminada enquanto profissão, o que acarreta punições para as prostitutas. Um estudo feito por pesquisadoras da PUC-SP, Ana Carolina Vieira Fonai e Maly Delitti, e publicado pela Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva investiga quais são os possíveis motivos que mantêm o comportamento de prostituir-se – ou seja, manter relações com um cliente em troca de dinheiro – focando a relação entre a prostituta e seu ambiente de trabalho. A análise deixa de lado, portanto, fatores internos como "caráter" e "moral".

Foram feitos relatos verbais de seis pessoas de diferentes ambientes de atividade (boates e/ou ruas) e de poderes aquisitivos distintos, cada uma em seu próprio local de trabalho. Seus nomes foram mantidos em sigilo e trocados por nomes fictícios para, assim, manter a discrição e evitar futuras punições.

Estima-se que cerca de 25 mil mulheres trabalhem como prostitutas no Brasil, e outras tantas pelo mundo. A maioria das culturas, inclusiva a brasileira, pune e segrega a prostituição, alegando que esse comportamento é resultado de alguma condição interna e não de fatores sociais, culturais e econômicos. O Brasil, por exemplo, adota uma postura abolicionista, isto é, que criminaliza parte das ações que envolvem a prostituição (como a mediação cliente-prostituta, o tráfico de mulheres ou o estabelecimento de casas de prostituição), porém, ao mesmo tempo, legaliza o ato de prostituir-se.

O estudo investigou as razões que reforçam e mantêm o comportamento das prostitutas, além de também analisar alterações possíveis que seriam relevantes para mudar tal comportamento, como por exemplo questões relativas a suas perspectivas futuras.

Diversas justificativas foram identificadas, entre elas: saída de situação anterior problemática; reforço generalizado no que diz respeito a atenção, afeição, poder; reforçamento imeditato (dinheiro, presentes, viagens); imitação de outras colegas que já trabalhavam como prostitutas; esquiva de punição, dentre outras; porém, as mais estabelecedoras foram a privação econômica e social.

Estudo completo:
http://revistas.redepsi.com.br/RBTCC/article/view/148/131

Por Carla Destro para RedePsi

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