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Pesquisa revela aumento no número de mulheres alcoolistas

Um estudo publicado na revista científica Drug and Alcohol Dependence e recentemente divulgado no Brasil pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), afiram que houve uma redução significativa da diferença entre as quantidades de homens e mulheres no abuso e na dependência de álcool.
Um estudo publicado na revista científica Drug and Alcohol Dependence e recentemente divulgado no Brasil pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), afiram que houve uma redução significativa da diferença entre as quantidades de homens e mulheres no abuso e na dependência de álcool.

Até a realização da pesquisa, a informação conhecida era de que, na população americana, os homens bebiam mais e tinham mais chances de desenvolver problemas relacionados ao uso de álcool. Por isso, a pesquisa analisou a aproximação entre os gêneros quanto ao padrão de uso de bebidas, com ênfase no "binge drinking" – beber exageradamente em uma única ocasião – bem como prevalência de abuso e dependência.

Foram entrevistadas 43 mil pessoas, com mais de 18 anos, nos Estados Unidos, por meio de um questionário estruturado sobre os critérios diagnósticos de abuso e dependência do Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (DSM-IV, na sigla em inglês). A amostra foi dividida em quatro categorias, conforme o ano de nascimento dos entrevistados.

Segundo os autores da pesquisa, os homens consomem maior número de doses de álcool em ocasiões específicas. No entanto, a proporção de uso entre homens e mulheres diminuiu ao longo do tempo, caindo de 2,91% (para os nascidos entre 1913 e 1932) para 2,10% (de 1968 a 1984). Já a freqüência de "binge drinking" aumentou entre as pessoas de ambos os sexos. A proporção homem/mulher tem diminuído, passando de 10,55% (entre 1913 e 1932) para 2,66% (entre 1968 e 1984).

A continuidade da dependência na vida do entrevistado também aumentou para ambos os gêneros, mas a proporçao entre homens e mulheres diminuiu de 5,07% (de 1913 a 1932) para 1,97% (de 1968 a 1984), assim como o abuso do álcool, de 7,14% (entre 1933 e 1949) para 1,63% (de 1968 a 1984). Houve uma aproximação da taxa de abstinência, que sempre foi maior entre as mulheres.

Para os pesquisadores, o período de nascimento tem um efeito importante sobre a influência  dos gêneros nas diferentes medidas de consumo de álcool e nas desordens relacionadas. Embora a participação dos homens tenha sido maior em todos os comportamentos e transtornos, tem-se testemunhado uma convergência entre os gêneros, especialmente em períodos mais recentes. Aspectos biológicos e sociais, como a maior aceitação do álcool pela mulher, atualmente, podem explicar essas transformações.

Outro resultado que chama a atenção é que o comportamento do "binge drinking", que diminuiu entre os homens, tem aumentado entre as mulheres, indicando a necessidade de se desenvolver medidas de prevenção e tratamento específicos. Na opinião dos autores do estudo, pesquisas que examinem fatores socioculturais que encorajam a expressão de abuso e dependência do álcool entre as mulheres devem ser incentivadas.

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Mente e Cérebro

Por Carla Destro para RedePsi

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