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Do behaviorismo metodológico ao behaviorismo radical na clínica com crianças

Segundo Lima (1987) relatos sobre atendimento comportamental infantil são encontrados desde 1920, porém a psicoterapia comportamental infantil(PCI) se firma apartir de 1950. Lima afirma que são três as influencias básicas : A abordagem psicoeducacional de Witmer(1894-1930) que se trata da inclusão da ênfase na normalidade e consideração do ambientes como determinantes de problemas; A modificação do comportamento proposta por Gray(1932) como modelo para educação da criança e reemergência da modificação do comportamento em 1960 que se fortalece com pesquisas na analise experimental do comportamento se preocupando com processos cognitivos e os princípios éticos sobre a (PCI). Inicialmente o psicoterapeuta tinha pouco contato com a criança e se restringia aos pais. O processo constituía em indentificar a “queixa da criança” e aplicar técnicas ou algum outro procedimento para alterar o comportamento problema.
Hoje sabe-se que eventos privados como: regras, sonhos, fantasias, pensamento etc podem afetar a sensibilidade do individuo às alterações de contingências. Deu – se então uma importância maior ao mundo privado da criança ou seja ao relato verbal (Skinner1969;Catania, Mathews e shimoff 1990) Hoje na PCI já se analisam as inplicações que as alterações do comportamento verbal (publico ou privado) podem ter sobre o complexo repertorio comportamental do sujeito. A idéia que se tinha da PCI era de ser ligada ao behaviorismo metodológico e o que se percebe é uma transformação deste para um behaviorismo radical. Podemos constatar que se utiliza –se ainda muitas técnicas na clinica, mas o principal instrumento do psicoterapeuta é a analise funcional. A PCI foi muito criticada por ter sido considerada superficial porém, com a redescoberta das colocações de Skinner (1974) o avanço nos conhecimentos sobre comportamento verbal , o papel dos eventos privados, se deu um grande avanço nas alterações de problemas psicológicos. Autores como Sidman ,Taulby entre outros contribuíram para a compreenção da resposta relacional complexa em seres humanos verbais.

A meta fundamental da PCI,tanto quanto na psicoterapia com adultos, é produzir auto conhecimento ; Quando o cliente consegue identificar as relações entre seus comportamentos abertos e encobertos e perceber de que variáveis eles são função, está mais apto a modificar seu próprio comportamento e interferir nas contingências podendo ampliar seu repertório de forma mais independente. Na clinica com crianças, a demanda vem quase sempre como uma queixa dos pais, porém no consultório o psicólogo acaba por perceber de quem é a demanda, se dos pais ou da criança. De qualquer forma a criança se encontra no ambiente familiar e os pais são os primeiros modelos para os filhos, mesmo que a demanda seja da criança o analista do comportamento irá fazer um trabalho com os pais orientando-os para o controle de contingências e buscando informações sobre a relação de dependência das variáveis das quais o comportamento da criança é função.

A criança muitas vezes não é madura o suficiente para poder discriminar o que é certo do errado e a ética está em deixar claro que não é o analista do comportamento que decide o que o sujeito deve ou não escolher mas sim o próprio sujeito e no caso da criança esta junto aos pais.

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