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O poder como o mal da humanidade

Foucault mostra a necessidade de uma interpretação sobre o lugar das ciências humanas na modernidad, assinalando as transformações sofridas pelas soceidades modernas em relação às precedentes. Focaliza a genealogia do poder, buscando conhecer suas origens, que são místicas e se desdobram até chegarem ao fato. O poder não está presente só no presidente, no professor, no Papa… está também na capilaridade entre homens e mulheres, adultos e crianças… O poder é um exercício de vida que ocorre nas relações, uma via de mão dupla que caminha junto com o social. O que constitui os indivíduos, gestos, desejos, maneira de ser é um efeito do poder e, ao mesmo tempo, seu centro de transmissão.
Foucault mostra a necessidade de uma interpretação sobre o lugar das ciências humanas na modernidad, assinalando as transformações sofridas pelas soceidades modernas em relação às precedentes.

Focaliza a genealogia do poder, buscando conhecer suas origens, que são místicas e se desdobram até chegarem ao fato. O poder não está presente só no presidente, no professor, no Papa… está também na capilaridade entre homens e mulheres, adultos e crianças… O poder é um exercício de vida que ocorre nas relações, uma via de mão dupla que caminha junto com o social. O que constitui os indivíduos, gestos, desejos, maneira de ser é um efeito do poder e, ao mesmo tempo, seu centro de transmissão.

Pensando o contexto das prisões no século XVIII, o enclausuramento do louco, como um ato de poder e não de conhecimento, Foucault inaugura uma arqueologia do saber, enterra a razão no solo da desrazão, dando voz ao silêncio conferido aos loucos.

Nas sociedades primitivas, o poder tinha sua base na relação soberano-súdito, com controle via proibição e punição. Nas mais modernas, a base está mais nos aspectos disciplinares, agindo menos pela repressão e mais pelo instinto e estímulos.

A contemporaneidade valoriza o corpo e seus atos, contrapondo à valorização da terra e seus produtos como antigamente. Enfatiza-se a estética do corpo como concepção de poder. Este domina pela excitação, mais que pela proibição. É individualizante e regulador do tempo, funciona na rede de dispositivos espalhados com a intenção de produzir corpos úteis e dóceis. Usa os desejos individuais, incentivando e manipulando-o visando a preservar a hierarquia do poder.

A genealogia está atrás das fontes e dos conhecimentos. O enclausuramento dos loucos permitiu aos psiquiatras entender algo da loucura, produziu saber. O poder produz o saber. Produzir conhecimento é ir ao encontro do desconhecida, o inexplorado.

Foucault considera a genealogia uma anti-ciência por propor construir não uma teoria sistémática do poder, mas uma análise que permita uma política de resistência e luta contra as formas hegemônicas de dominação. Aposta numa relação inelutável entre poder e saber. A genealogia não contria a ciência em si, mas sim a função social de exercício de poder. Denuncia os saberes como peça de ação polítiica e também produz saber, pois se torna efeito de seu exercício. Sim, uma contradição, não há saber neutro, sempre é político, inclusive o produzido pelo exercício da genealogia.

Não se pretende uma hegemonia teórica, a aposta está na eficácia das ofensivas locais e descontínuas, como a luta anti-manicomial. É o reconhecimento do caráter histórico e mutante dos sujeitos e do saber sobre os mesmos.

O universo psi funciona como produtor e modelador de um tipo de subjetivação próprio da sociedade disciplinar, através de um discurso de verdade sobre a normalidade. O indivíduo, o comportamento, o emocional, o psicológico, o inconsciente são objetos de investigaçãoo e constituem o saber psi um instrumento dócil para o exercício do poder disciplinar. Isso é verificável constatando-se que os resultados alcançados fortalecem a demanda pelos especialistas muito mais que o aumento dos níveis de saúde mental da população.

Foucault ensina que o saber não deve ser dissociado da política, pois não se pode desconciderar os determinantes sociais, políticos, econômicos e culturais que atravessam os saberes e as práticas do campo psi, assim como toda reforma e mudanças pressupõem um embate de forças, com ações e resistências.

Ciência x sabedoria

Saber em forma x saber disforme

Saber em letras x saber em atos

Saber provado x saber ousado

Saber elite x saber humilde

Saber fetiche x saber efetivo

Saber objetivo x saber subjetivo

Saber limite x saber palpite

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