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Aprendizagem discriminativa em sujeitos com história de desnutrição protéica

7ª Jornada de Análise do Comportamento – UFSCar. 2008

Costa, Eliéverson; Souza, Jaqueline; Almeida, Aila; Ana Letícia; Nicole Haddadia; Amorim, Lara; Fernandes, Débora; Ávila, João Carlos; Adhara, Duzolina; Borges, Francis; Venâncio, Alexandre; Fefin, Mariana; de Paula, Marilaine; Bueno, Laide; Bruna; Andréa; Larissa; Simoni; Oliveira, Josielly; Oliveira, Emileane (O)   
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Curso de Psicologia; Centro Universitário de Votuporanga (UNIFEV)

Uma deficiência nutricional no início da vida resulta em alterações morfológicas, bioquímicas e comportamentais. Uma nutrição adequada durante o período de rápido desenvolvimento é essencial para a formação do Sistema Nervoso Central (SNC) e para o desenvolvimento do organismo, sendo a proteína um dos principais componentes de uma dieta nutricional balanceada.

Estudos têm mostrado que ratos e macacos desnutridos apresentam dificuldade de aprendizagem discriminativa em tarefas de discriminação visual e em procedimentos de relação espacial no Labirinto em Y. O objetivo do experimento foi analisar os efeitos da desnutrição protéica sobre a aquisição e reversão de uma discriminação simples. Para tanto, 20 ratos albino Wistar fêmeas, experimentalmente ingênuos, provindos do biotério central da  USP-RP, foram divididos em 2 grupos (experimental e controle, n=10)  e submetidos a 10 sessões de discriminação simples FR2/EXT e FR4/EXT e posteriormente a 10 sessões  de reversão da discriminação adquirida. O grupo experimental foi submetidos a uma dieta aprotéica durante 15 dias antes do início da fase de discriminação, sendo os animais recém-desmamados durante este procedimento. Tal dieta aprotéica segue a composição do Instituto Americano de Nutrição (AIN-93G), somente sendo retiradas a caseína (fonte protéica) e a L-cistina (aminoácido). Os outros ingredientes que compuseram a dieta foram: amido de milho, amido dextrinizado, sacarose, óleo de soja, celulose, mix de vitaminas, mix de minerais e  bitartarato de colina. Após os 15 dias de dieta sem proteína os animais retornaram à dieta comercial (ração seca marca Purina) e assim permaneceram durante até o início do treino discriminativo, que ocorreu 60 dias depois. Os sujeitos do grupo controle receberam a dieta tradicional durante todo o experimento e durante este período também foi feita a pesagem periódica de todos animais. Antes do início da fase de treino discriminativo os sujeitos foram privados de água por 48 horas e então submetidos à modelagem da resposta de pressão à barra na caixa de Skinner seguida pelo fortalecimento da resposta de pressão à barra em CRF com 200 reforços (SR+ = água). O treino consistiu em sessões diárias de 40 minutos, vigorando nas 5 primeiras sessões o esquema de FR2/EXT e nas 5 últimas FR4/EXT. A luz (SD) sinalizava que a emissão da resposta produziria o reforço e a condição de escuro sinalizava extinção (a emissão de respostas não foram resforçadas). Após as 10  sessões de discriminação os sujeitos foram submetidos a 10 sessões da reversão desta discriminação seguindo os mesmos parâmetros mas com os estímulos invertidos (SD=escuro; Sdelta=luz). Considerou-se o índice de 80% como indicativo de aprendizagem discriminativa. Os resultados mostraram que não houve diferença entre os grupos na aquisição da discriminação simples e na posterior reversão desta aprendizagem. Todos os sujeitos aprenderam a discriminação original e revertida com a mesma velocidade, indicando que a história de desnutrição aprotéica pela qual os sujeitos do grupo  experimental passaram não foi capaz de produzir efeito de déficit de aprendizagem discriminativa nas condições investigadas neste presente experimento. O retorno do grupo experimental à dieta convencional 60 dias antes do início das sessões de discriminação pode ter contribuído para a não ocorrência da dificuldade de aprendizagem. Estes dados apontam para um efeito reduzido (ou ausência de efeito) de uma história de desnutrição sobre a aprendizagem quando há um retorno e permanecência do sujeito em condições “normais” após a experiência com nutrição deficitária.  
 
Palavras-chave: desnutrição aprotéica; discriminação simples; ratos.                                                                                        
 
7ª Jornada de Análise do Comportamento – UFSCar. 2008
Forma de Apresentação: Oral  

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