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Discriminação de grafemas visualmente similares por meio de procedimento de ensino baseado no paradigma de equivalência de estímulos

7ª Jornada de Análise do Comportamento – UFSCar. 2008

Silva, Kleydson S.(G); de Souza, Deisy G.[2](O); Petrucelli, T.H.[3] (G); Justino, F.L.C.[4] (G); de Lima, Débora C.[5](PG); Rocca, Julia Z.[6](PG)
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[1]Graduando em Engenharia Física,
[2]Departamento de Psicologia,
[3]Graduando em Ciências da Computação,
[4]Graduanda em Psicologia,
[5]Programa de Pós-Graduação em Educação Especial,
[6]Programa de Pós-Graduação em Psicologia; Universidade Federal de São Carlos
A habilidade de ler e escrever usualmente é aprendida nas primeiras séries do ensino fundamental. Entretanto, mais da metade dos alunos brasileiros não têm conseguido se alfabetizar adequadamente nesse período. Um erro comum entre escolares no início da alfabetização é a confusão entre grafemas visualmente similares como “b” e “d”, “t” e “f”, “m” e “n”. Nos casos em que esse erro persiste, ele pode retardar o processo de alfabetização, uma vez que dificulta a decodificação das sílabas. Este estudo apresenta os dados de um programa de ensino computadorizado e individualizado para discriminação entre as letras “b” e “d”. Um aluno de sete anos da segunda série do ensino fundamental realizou atividades de ensino, inicialmente  com letras maiúsculas e depois com letras minúsculas. Foram ensinadas nove palavras simples, três contendo a letra “b” (bola, bife e bebê),  três contendo a letra “d” (dado, rodo  e  fada) e outras três contendo ambas as consoantes (cabide, bode e bigode). O procedimento de ensino incluía tarefas de identidade entre consoantes e sílabas, treino silábico, treino de reconhecimento das palavras inteiras e duas modalidades de ditado: no computador e manuscrito. O ditado realizado no computador era caracterizado  por um conjunto de  14 letras individuais, apresentado na parte superior da tela. O aluno selecionava  letras individualmente e em seqüência, até construir uma palavra. Foram testadas as habilidades de leitura para as nove palavras ensinadas e para seis palavras de generalização (bala, bico, dedo, doce, bandeira e bermuda). O desempenho inicial foi comparado com o desempenho ao final do programa de ensino, nas versões com letra maiúscula e minúscula. À análise inicial das tarefas com letras maiúsculas, revelou que os erros  cometidos em leitura de palavras foram caracterizados por trocas de letras, como C por D, D por T, e A por O. Na avaliação final, o aluno obteve cem por cento de acerto no ditado manuscrito e cometeu quatro erros no ditado no computador, caracterizados por troca de consoante, D por T, acentuação incorreta de sílaba, uma troca de vogal de U por O, e uma substituição de ordem nas letras. Observa-se que os erros cometidos, nas avaliações inicial e final, não são diretamente relacionados a discriminação das letras “b” e “d”, isto porque nesta primeira fase, as letras foram apresentadas em caixa alta, versão na qual não possuem as mesmas similaridades físicas verificadas na forma minúscula. Na segunda fase, com letras minúsculas, foram encontrados erros na leitura de sílabas, com troca de “b” por “d” e troca de “d” por “b”. A similaridade física dessas letras é maior na forma minúscula e pode gerar confusões mesmo em alunos que já dominam os processos básicos da alfabetização. Os resultados finais mostram índices de cem por cento de  acerto em leitura e ditado manuscrito. No ditado no computador foi encontrado um único erro, caracterizado por omissão da consoante N na palavra bandeira, revelando que não há mais dificuldades na identificação das letras B e D.

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