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Síndrome de Burnout

Autoras

Érica Nayla Harrich Teibel
Hélia parente
Juliane Graciele Alba
Magda Joice Gomes Pucca
Thalita Tiemi Takeshima

Introdução: A Síndrome de Burnout é uma resposta ao estresse ocupacional crônico que compreende a experiência de encontrar-se emocionalmente esgotado, o desenvolvimento de atitudes e sentimentos negativos para com as pessoas com as quais trabalha, bem como com o próprio papel profissional. Este estudo tem como objetivo verificar a presença da Síndrome de Burnout em professores do terceiro ano de período integral, do ensino médio particular.

Método:
Desenvolveu-se um estudo de corte quali-quantitativo, mediante a aplicação de um questionário, numa amostra voluntária de 9 professores de uma escola particular na cidade de Cuiabá-MT. Este questionário foi construído a partir da escala de Burnout, desenvolvido por Maslash, sendo composto por 46 itens fechados, nos quais os professores atribuíram pontuações de 1 a 5; sendo 1 para nunca, 2 para algumas vezes no ano, 3 para algumas vezes ao mês, 4 para algumas vezes na semana e 5 para diariamente. Ele também foi composto por duas perguntas abertas sendo que uma visava investigar a que variáveis o professor atribuía seus sentimentos com relação ao trabalho, e a segunda os inquiria acerca do que eles gostariam de mudar em seu trabalho.

Conclusão: O trabalho do professor por exigir esforço, reflete principalmente no final do ano, em grande comprometimento emocional, físico e psicológico, e que o envolvimento pessoal destes profissionais no trabalho pode ser um fator de proteção contra a instalação integral da Síndrome. Conclui-se também que há necessidade do desenvolvimento de estudos voltados para o professor, visto que no Brasil, a literatura científica sobre as condições de trabalho e saúde dos professores é restrita.
Palavras-chave: Síndrome de Burnout. Professores. Despersonalização. Exaustão Emocional. Envolvimento Emocional.

Introdução

Apesar de um conceito relativamente novo – década de 70, o estudo do Burnout tem crescido abundantemente nos últimos anos, principalmente com relação aos professores, pois eles vêm sendo apontados como uma das categorias mais propensas ao estresse e Burnout.
 
“Burnout foi o nome escolhido; em português, algo como “perder o fogo”, “perder a energia” ou “queimar (para fora) completamente” (numa tradução mais direta). É uma síndrome através da qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as coisas já não o importam mais e qualquer esforço lhe parece ser inútil" .1
 

Essa relação do homem com o seu trabalho é que proporciona a sobrevivência e a realização do ser humano, pois trabalhando o homem se torna ele mesmo, se auto-elabora e produz, e no final da produção ele é capaz de ver a si mesmo.

Esta forma de autoconhecimento e elaboração é cada vez mais aceita pela psicologia, pois a mesma entende que o trabalho é um objeto de estudo para se compreender o fenômeno psicológico do ser humano, portanto o psicólogo precisa buscar compreender as interfaces, os condicionantes, os determinantes e as conseqüências desta relação para que seja possível intervir sobre o problema.

Se o trabalho é sinônimo da identidade do homem, a psicologia deve se ater à possibilidade de controle sobre o trabalho, como condição fundamental para que o trabalhador desenvolva e utilize suas próprias estratégias para enfrentar as dificuldades e realizar o trabalho, protegendo contra o desgaste ou pelo menos evitando o sofrimento dele derivado. Quando isso não ocorre, o trabalhador pode sofrer várias conseqüências, e entre elas a instalação da Síndrome de Burnout.
Segundo a abordagem sociopsicológica1, o Burnout pode ser definido como uma resposta ao estresse ocupacional crônico que compreende a experiência de encontrar-se emocionalmente esgotado, o desenvolvimento de atitudes e sentimentos negativos para com as pessoas com as quais trabalha, bem como com o próprio papel profissional.
É uma síndrome que afeta principalmente os trabalhadores encarregados de cuidar. Pois cuidar gera tensão emocional, exige grandes responsabilidades e envolve o desenvolvimento de laços afetivos o que levam estes profissionais a uma grande exaustão emocional, à despersonalização e a falta de envolvimento pessoal no trabalho.

Essas três dimensões que compõem a síndrome, objetivamente se manifestam da seguinte forma:

· Exaustão Emocional: os professores, depois de uma interação intensiva com os alunos, denotam desgaste de suas energias emocionais e advertem que não podem trabalhar com a mesma dedicação e energia que apresentavam no principio de suas carreiras. Esta dimensão manifesta-se através do esgotamento de recursos emocionais próprios; o docente sente que não pode dar mais de si mesmo em nível emocional.

· Despersonalização: manifesta-se através de atitudes negativas como o tratamento depreciativo, atitudes frias e distantes e/ou desconexão dos problemas dos estudantes. Esta dimensão pode entender-se como modo de enfrentamento à exaustão emocional que experimenta o professor.

· Falta de Envolvimento Pessoal no Trabalho: produz-se uma valoração negativa do próprio papel profissional. Os professores, desgastados profissionalmente, sentem-se insatisfeitos com seu trabalho, o que os leva a revelar sentimentos de ineficácia no desenvolvimento do mesmo.
 
“A teoria sugere que o burnout ocorre quando certos recursos pessoais são perdidos ou são inadequados para atender às demandas ou não proporcionam retornos esperados (previstos). Faltam estratégias de enfrentamento”.1
 
Ele não deve, contudo, ser confundido com o estresse que não envolve atitudes e condutas negativas com relação aos alunos; sendo então o Burnout uma experiência subjetiva, que ao envolver tai atitudes e sentimentos acarretam problemas de ordem prática e emocional ao trabalhador e à organização.

Este presente estudo tem como objetivo verificar a presença da Síndrome de Burnout em professores do terceiro ano integral do ensino médio particular em uma escola de Cuiabá-MT, e propor intervenção.
 

Metodologia
 
A população que compõe a amostra deste estudo são os professores do terceiro ano integral do ensino médio particular. Primeiramente porque há um número expressivo e crescente de profissionais desta categoria no Brasil, segundo, porque estes profissionais, ao trabalharem em um curso integral, têm uma carga horária mais extensa, além de terem um contato maior com seus alunos, e por fim pelo fato de serem professores do último ano do ensino médio, acredita-se que exista uma maior cobrança tanto por parte da escola quanto por parte dos alunos com relação à aprovação no vestibular. O que exigiria uma dedicação ainda maior destes professores.

É importante ressaltar que o presente trabalho tem como objetivo um estudo de caso, por isso nossa amostra foi composta por 9 (nove) professores que voluntariamente se propuseram a responder ao instrumento de coleta de dados.

O instrumento utilizado foi construído a partir da escala de Burnout, desenvolvida por Maslash1, sendo composta por 46 itens fechados, nos quais os professores atribuíram pontuações de 1 a 5; sendo 1 para nunca, 2 para algumas vezes ao ano, 3 para algumas vezes ao mês, 4 para algumas vezes na semana e 5 para diariamente. O questionário também foi composto por duas perguntas abertas sendo que uma visava investigar a que variáveis o professor atribuía seus sentimentos com relação ao trabalho, e a segunda os inquiria acerca do que do que eles gostariam de modificar em seu trabalho.

O questionário foi aplicado no colégio onde os mesmos ministram suas aulas durante o intervalo das mesmas, na sala dos professores.
 

Resultados e Discussão
 
Os resultados obtidos confirmam que alguns dos sintomas da Síndrome aparecem com maior freqüência algumas vezes ao ano, principalmente os relacionados com as dimensões da exaustão emocional e despersonalização. A seguir discutiremos os dados coletados:

Dos professores entrevistados, 45% responderam que apresentam algumas vezes ao ano os sintomas da exaustão emocional; 17% nunca; 16% algumas vezes na semana; 16% algumas vezes ao mês e 6% diariamente.
 
 
Entre os participantes, 42% colocaram que algumas vezes ao ano apresentam o sintoma de despersonalização; 23% nunca; 13% algumas vezes ao mês; 12% diariamente e 10% algumas vezes na semana.
 
Com relação ao envolvimento pessoal, 45% dos professores que fizeram parte desse estudo afirmaram que se sentem envolvidos no seu trabalho algumas vezes na semana; 31% diariamente; 17% algumas vezes ao mês; 6% algumas vezes ao ano e 1% nunca.
Mediante os dados obtidos é possível perceber que durante o ano letivo os professores costumam apresentar alguns dos sintomas característicos da Síndrome de Burnout, principalmente os relativos as dimensões da exaustão emocional e despersonalização. No entanto, é apresentado também um outro dado importante que é uma alta taxa de envolvimento pessoal desses professores com seu trabalho. Acredita-se assim, que o envolvimento pessoal desses profissionais no trabalho pode ser um fator de proteção contra a instalação integral da síndrome, visto que, a falta do mesmo tende a gerar uma evolução negativa no trabalho. Considera-se que isso ocorre pelo fato de que esses professores trabalham, na sua maioria, com número reduzido de alunos por turma, o que possibilita uma melhor interação professor-aluno.

Segundo Sarriera8 essa interação é o suporte mais forte de vinculação saudável do professor com seu trabalho, uma vez que é na interação com o aluno que muitos encontram o sentido do trabalho docente, como afirma um de nossos docentes ao responder que gosta do contato com os alunos, pois para ele é o que considera realmente gratificante. Sarriera8 coloca ainda que o “ato educativo” na sua essência é um fator preponderante de saúde e ancoragem dos professores. Neste estudo observou-se também a importância desse fator, tanto que quando questionados acerca do que gostariam de modificar em seu trabalho um dos professores colocou que preferiria ensinar um conteúdo voltado para as reais necessidades de maneira que garantissem aos alunos melhoria nas suas condições de vida, além de querer criar melhores condições para que eles visualizarem a necessidade de estudar.

Percebe-se também na fala dos docentes um sentimento de invasão do espaço privado com o aumento da carga horária, como um deles afirma “somos tratados (como) máquinas de dar aula, sem direito a adoecer ou ter problemas pessoais urgentes”.(sic.) Isso reflete na vida familiar desses professores gerando conflitos. Segundo Codo1, no caso da existência de conflitos entre trabalho e família, onde o trabalhador sente-se roubado de um tempo que poderia estar dedicando à família, nota-se um aumento significativo dos fatores exaustão emocional e despersonalização.
 
“Se, de um lado, a existência do conflito “dedicação ao trabalho ou dedicação à família” nos leva a outro sofrimento, também de ordem afetiva, exaustão emocional e despersonalização, de outro; a relação do conflito trabalho versus família não afeta de forma significativa a relação do trabalhador com seu trabalho, ou seja, a relação mais funcional dos três fatores, que é o envolvimento pessoal  no trabalho”. 1    
 
Os problemas familiares, financeiros – incluindo a baixa remuneração, falta de tempo até para cuidar do corpo, devido a carga horária extensa e o desgaste normal do trabalho, levam a exaustão emocional e isto é ainda mais preocupante quando somado à ausência de um apoio social eficaz. Pois segundo a Teoria da Integração Social7 o suporte social protege a pessoa contra problemas que podem levar a comportamentos desviantes. Isso se torna perceptível na verbalização de um dos docentes, quando ele coloca que “às vezes o “ambiente” é carregado de descontentamento, mas todos fingem estar “normal”, reclamam pelos cantos. Somos muitos, mas nos sentimos sozinhos”.(sic.) E de outro quando sintetiza seus sentimentos com relação ao trabalho em “desgaste, cobranças e falta de ajuda para solucionar os acontecimentos”.(sic.)

No entanto, se o professor se encontra num processo de exaustão emocional, e lecionar é sua única fonte de renda, o mesmo se encontrará sem saída. Desta forma, ele continua tendo que lidar com a demanda afetiva do aluno e com a sua própria demanda, que muitas vezes é esquecida. A conseqüência disso é a diminuição de afeto com relação à sua clientela, ou seja, a despersonalização. Como descreve Codo1:
 
“Não tendo alternativa, se sentindo esgotado, se angustia mais e numa tentativa de não sofrer com a situação, procura se afastar do que lhe causa dor. Qual a saída? Não pode e também não quer largar a escola, tem um compromisso com a educação dos seus alunos e com o sustento de sua família (…). Se toda a sua relação com o trabalho é mediada por afeto, ele salta aos olhos como também precisa de afeto, a saída encontrada é de minimizar esse afeto, pelo menos no trabalho. Mas como? Os alunos estão ali demandando afeto e atenção, cuidado e apoio; gosta do que faz e não pode e não quer perder o vínculo com este trabalho. Provoca, inconscientemente, um endurecimento emocional, se tornando insensível aos problemas do dia-a-dia e às demandas.”
 
Todos esse fatores, somados a falta de profissionalismo presente em alguns profissionais, conforme dados coletados, desembocam em uma falta de ética, como fator agravante, visto que em qualquer ambiente de trabalho esta deve sempre vigorar, pois são as mesmas que garantem uma adequada relação de cada profissional com seus pares e com a sociedade como um todo.
A sugestão de intervenção ao nosso ponto de vista pode partir então, das próprias sugestões dos entrevistados, visto que os mesmos conseguiram relacionar suas reais dificuldades, conforme citado por alguns deles, ”…primeiramente melhoraria a ”comunicação“ e a organização no colégio. Em seguida, procuraria meios de valorização para professores e funcionários, demonstrando principalmente preocupação com eles”; e mais “… decisões tomadas em conjunto”.

Mediante estas falas propomos então a formação de grupos de discussão entre professores, onde surgirá oportunidade de reflexões entre líderes institucionais e professores; a criação de fóruns educativos de diálogos e co-responsabilidade educativa, o que propiciaria o fortalecimento pessoal e coletivo, com real possibilidade de lidar com o estresse, valorização pessoal e grupal, controle das situações de conflito, modificando o contexto e se canalizando as necessidades e aspirações, enfim adotar valores mais orientados para a coletividade, em oposição aos valores mais individualistas.

Isto pode ser possível quando se trabalha com Interconsultorias vivenciais2 , ou seja, um exercício grupal em que um dos participantes (o consultado) relate as vivências ansiogênicas de seu dia-a-dia profissional. Ao outro participante, cabe a função de consultor, que auxilia o consultado a visualizar sob diferentes ângulos a situação que o perturba, incentivando o mesmo a encontrar seus próprios caminhos para encontrar saídas. Sendo assim, o objetivo central desta técnica é propiciar ao educador, intercambio de vivencias ansiogênicas do dia-a-dia profissional, bem como a refletir prospectivamente sobre formas de mitigá-las e promover as mudanças necessárias para atenuar sua reincidência futura.

 Desta forma, visa-se que o docente possa compartilhar soluções, tenha um ambiente adequado para uma descarga afetiva e ainda, que ele possa reorganizar as próprias idéias acerca dos acontecimentos cotidianos. E isso só será possível quando se estabelecer uma rede de apoio social forte dentro desse ambiente de trabalho. Pois como afirma Codo1:
 
“Poder contar com suporte social adequado no trabalho está associado com maior satisfação, melhores possibilidades de lidar com conflitos e situações estressantes, melhores possibilidades de ajustamento e melhora das condições de saúde física e mental, em resumo, melhores condições pessoais e mais qualidade no trabalho”.
 
Cabe ressaltar que toda perspectiva de atuação é parte de um processo dinâmico, sempre inacabado, no qual o psicólogo está inserido como peça importante e que por meio de seu desempenho, deve torná-lo um constante aprimoramento, crescimento e amadurecimento das relações homens-trabalho.
 

Conclusão

 
O trabalho do professor por exigir esforço, reflete principalmente no final do ano, em grande comprometimento emocional, físico e psicológico.

Acredita-se que isto pode ocorrer tanto em função de determinantes intrínsecas do próprio indivíduo, quanto extrínsecas do momento histórico específico do educador, das condições e relações de trabalho, pois ao mesmo tempo em que há a necessidade de trabalhar, há necessidade de estar em família e de se ter qualidade de vida.

Considera-se também de igual importância, o reconhecimento do trabalho do professor, tanto por parte da instituição, quanto dos alunos e da sociedade em geral, visto que isto proporcionaria motivação ao professor, e um professor motivado é um docente envolvido em seu trabalho, o que levaria a ter como resultado final, melhores condições de saúde e de grau de satisfação pela sua atuação e conseqüentemente menor a probabilidade deste profissional ser acometido pela Síndrome de Burnout.

Percebe-se que alguns sintomas da Síndrome de Burnout estão presentes nestes profissionais, e que a necessidade de intervenção é real, pois é através da mesma que se cria possibilidades para lidar com os sentimentos e, a partir de um melhor entendimento do que estão vivenciando, enfrentá-los, sabendo dos seus limites e de suas possibilidades. Já que para se prevenir desta síndrome são necessários estratégias, sugerimos enfatizar a promoção dos valores humanos no ambiente de trabalho.

Verificou-se também neste estudo necessidade do desenvolvimento de estudos voltados para o professor, visto que no Brasil, a literatura científica sobre as condições de trabalho e saúde dos professores é ainda restrita3, o que pode significar uma contribuição na melhoria das condições de trabalho e diminuição do sofrimento dos mesmos, e antes de tudo sem se esquecer que se trata de uma dimensão particular que tem relação com uma outra mais geral: a sociedade em que está inserida.

Referência Bibliográfica
 
1. CODO, W. (coordenador), Educação: carinho e trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
 
2. OSÓRIO, L. C. Psicologia Grupal: uma nova disciplina para o advento de uma era. Porto Alegre: Artmed, 2003.
 
3. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(1):187-196, jan-fev,2004.
 
4. CARLOTTO, M. S.; CÂMARA, S. G. Análise Fatorial do Maslach Burnout Inventory (MBI) em uma amostra de professores de instituições particulares. Psicol. Estud. V.9 n.3 Maringá set./dez. 2004.
 
5. OGEDA, C. R. D.; PEDROZO, D. M.; DALLAGRANA, E. T.; SANTOS, R. Burnout em professores: A síndrome do século XXI. Em http://www.presidentekennedy.br – Acessado em 21 de setembro de 2005.
 
6. MUROFUSE, N. T.; ABRANCHES, S. S. NAPOLEÃO, A. A. Reflexões sobre estresse e burnout e a relação com a enfermagem. Revista Latino- Americana de Enfermagem.
 
7. RAMOS, M. P. Apoio social e saúde entre idosos. Sociologias, Porto Alegre, ano 4, nº 7, jan/jun 2002, p.156-175.
 
8. SARRIERA, J. C. A Síndrome de Burnout: a Saúde em Docentes de Escolas Particulares. http:www.sinpro-rs.org.br/cepep/palestraSimproburnout.doc – Acessado em 18 de setembro de 2005.

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