A sensação de ameaça iminente, vinda de não se sabe onde, mas que paralisa, toma conta, impede. O desencadeamento da patologia pode ter origens diversas: no passado, no presente, num trauma, num recalque, numa projeção, não há um padrão, cada pessoa terá seu histórico e com ele sua razão. O importante a saber, é que independente da origem, ela provoca uma falha no sistema neurotransmissor cerebral, que por sua vez será responsável pela manifestação dos sintomas: pensamentos aterrorizantes, sensação de perigo, taquicardia, medo de ficar só, sufocação, etc.
E, portanto, muitas vezes, é necessário não só um acompanhamento terapêutico, mas também a administração medicamentosa, que auxiliará na inibição dos sintomas, enquanto paralelamente, a causa é tratada. Aqui, vale lembrar, que prescrição de remédios deve ser, impreterivelmente, feita por médicos; psicólogos e psicanalistas não possuem autorização para isto. Através da clínica, foi possível identificar que o pior da síndrome não está nos sintomas, mas sim no sentimento de solidão de quem é acometido por ela. Nem sempre é possível, para quem sofre, explicar a dimensão do problema, bem como, nem sempre é possível à família, compreender.
O pânico não se explica sozinho, e quando há uma justificativa, do tipo pós traumático, fica ainda pior, porque as pessoas acreditam que com a causa esclarecida, os sintomas devem se auto dissiparem naturalmente, mas não é assim que funciona.
Há registros da Síndrome do Pânico desde a Idade Média, no entanto, não era classificado como uma doença e nem tratado como tal. O padecimento das pessoas obrigatoriamente tinha que ser oculto, para se protegerem de um julgamento injusto e um tratamento incorreto. Hoje as pessoas que sofrem deste problema podem e devem procurar ajuda, mesmo através da rede pública, não é mais necessário sofrer no anonimato e sentir sua vida escoar dia após dia, sem poder usufruir dela.