Um comportamento considerado injusto ou imoral e tomar uma bebida com sabor desagradável causam a mesma resposta física em um indivíduo, a partir da aversão e da repugnância.
Esse é o resultado de uma pesquisa do Affect and Cognition Laboratory, da Universidade de Toronto, Canadá, que foi publicada na quinta-feira (26) na revista "Science".
Um comportamento considerado injusto ou imoral e tomar uma bebida com sabor desagradável causam a mesma resposta física em um indivíduo, a partir da aversão e da repugnância.
Esse é o resultado de uma pesquisa do Affect and Cognition Laboratory, da Universidade de Toronto, Canadá, que foi publicada na quinta-feira (26) na revista "Science".
Os cientistas descobriram que os humanos movimentam os músculos faciais da mesma forma quando comem um alimento desagradável, quando observam imagens repugnantes e quando se sentem tratados com injustiça.
"As pessoas realmente sentem aversão em resposta a ofensas morais. A repugnância moral é mais que uma metáfora", explicou a pesquisadora Hanah Chapman.
Apesar de a moral ser considerada um dos marcos da evolução e do desenvolvimento humano, os pesquisadores defendem que os mecanismos de expressão físicas e emocionais são uma ferramenta já utilizada pelos homens mais primitivos como resposta básica de sobrevivência a estímulos muito mais simples.
As formas mais simples que geram aversão surgiram como uma emoção, que provavelmente foi bastante importante para a sobrevivência humana.
"As coisas físicas pelas quais sentimos repugnância são venenos ou coisas que podem causar doença –como detritos, ferimentos sangrentos e alguns insetos. Quando sentimos aversão, queremos evitar esse tipo de coisas, o que nos dá uma vantagem de sobrevivência", disse Chapman.
A pesquisa defende que os modelos de virtude não só se constroem sobre complexos pensamentos, mas também com instintos primitivos cujo objetivo é evitar 'potenciais toxinas'.
Em algum momento da evolução, "adquirimos a capacidade de sentir aversão em relação às transgressões morais. Isto é, um novo grupo de desencadeantes –as ofensas morais– foi associado a uma resposta de sobrevivência muito antiga", afirma Chapman.
Fonte: Folha Online
Adalberto Tripicchio