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Equoterapia com crianças “agitadas”

Introdução

Tendo em vista o aumento de comentários e exposição na mídia sobre os distúrbios que afetam a infância e, invariavelmente prejudicam a educação, achou-se interessante definir e discutir, num breve artigo, as forma mais comum de “agitação” que acomete nossas crianças atualmente e fazer uma ponte com a terapia complementar conhecida como Equoterapia.

Farei uso do referencial psiquiátrico para definir as crianças “agitadas”, isso porque é este que está presente na mídia, educação, saúde mental, enfim, em nossa cultura. Mas isso não quer dizer que não hajam outros importantes referenciais. Serão abordados diagnósticos aplicados pela psiquiatria que não devem ser usados de forma generalizada ou sem uma análise cuidadosa de toda a historia de vida e contexto familiar, social, cultural no qual o paciente está inserido.

Lembrando a importância da influência cultural contemporânea sobre todos nós (globalização, Internet, a “hipermodernidade” defendida pelo filósofo francês Gilles Lipovetsky, etc). A cultura na qual estamos inseridos incide sobre nós de forma visível e por outras vezes invisível. Traz consigo as conseqüências de um tempo, suas tendências, formas de expressão e posicionamento do homem frente à vida.

Um pouco sobre a tal “hiperatividade”

O diagnóstico de Hiperatividade ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) como é conhecido em psiquiatria, é um distúrbio dos mais comuns na infância (apesar de ter grande incidência em adultos também) e com maior prevalência na idade escolar. Sua principal característica é desatenção, aliada a uma grande agitação psicomotora e impulsividade.

STACHUK(2005) explica que o TDHA é causado por uma alteração neurobiológica nas funções do lobo frontal do cérebro, região responsável pela inteligência, raciocínio, comportamento, memória, planejamento, tomada de decisões, julgamento e iniciativa. Nos portadores são menores a ativação dessa região e suas conexões com o restante do cérebro. A mesma autora aponta que o transtorno continua após a infância em 60% dos casos se não obtiver tratamento adequado. As formas de tratamento tradicional são o uso de medicamentos psicotrópicos e psicoterapia (individual e orientação familiar).

SCHWARTZMAN(2005) afirma que 40 % dos casos encaminhados para clínicas e cent
ros de orientação infantil acabam sendo diagnosticados com esse quadro e cerca de 20 % da população escolar também apresenta TDHA.

 
Como se percebe a hiperatividade de uma criança na escola?

• Não ficam paradas na sala de aulas, “não param quietas”
• Falam muito com os colegas, de forma acelerada e por vezes ininterruptamente
• Interromper de maneira imprópria professores e colegas
• Iniciativas impulsivas, inconseqüentes, tumultuam a classe com brincadeiras fora de hora
• Apresentam desempenho abaixo do esperado
• Dificuldade em concentrar-se para executar as tarefas, mesmo simples, pedidas em sala de aula

Fora estes, quais seriam os principais traços ou sintomas de uma criança supostamente hiperativa?

• Dificuldade em prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e profissionais, dificuldade em manter a atenção em uma tarefa

• Parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra, “olhar no mundo da lua”

• Dificuldade em organizar e distribuir tarefas e atividades

• Evitação de tarefas mais complexas e que exijam esforço mental constante

• Perda constante de objetos, esquecimento das atividades do dia

• Distrair-se facilmente com estímulos externos

• Correr, pular, escalar, falar em excesso – ou em momentos inadequados

• Estar sempre “a mil por hora”, “ligado na tomada”

• Dificuldade em esperar sua vez ou aceitar ordens de superiores

• Agir sem pensar, muita impulsividade

Segundo SCHWARTZMAN(2005), para se aplicar a hipótese diagnóstica de Déficit de Atenção (DDA) ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDHA), é importante que a criança possua uma série dos sintomas e sinais acima relacionados (e não uma única), que os mesmos ocorram antes dos 7 anos e com prevalência de sintomas por mais de 7 meses.

Uma ressalva: ao discutir sintomatologia e diagnóstico, atentar para não cristalizar ou pré-conceituar a criança nos mesmos – tal descuido é comum e muito prejudicial para o tratamento e para a comunicação Profissional-Paciente, Aluno-Educador, Criança-Adulto. Os diagnósticos e nomeação de sintomatologia são uma ferramenta dos profissionais de saúde para orientar e viabilizar um tratamento. Mas como toda ferramenta, pode viciar a percepção ou comprometer seu próprio mecanismo de funcionamento. É fundamental que sempre olhemos para a singularidade de cada caso – é nisto que encontraremos respostas frutíferas (não só para nós, mas principalmente para o paciente).

A hiperatividade, por suas características acaba causando sérias conseqüências como: prejuízo acadêmico ou profissional e dificuldade em lidar com ordens ou hierarquias de um local. Muitas crianças acabam tendo baixo desempenho escolar, dificuldades no relacionamento e baixa auto-estima.

O DSM-IV (1995) aponta que o TDAH não tratado ou acompanhado pode trazer comorbidades (distúrbios psiquiátricos associados) no futuro tais como: Depressão, transtorno de conduta (delinqüência), transtornos de ansiedade, abuso e/ou dependência de substâncias químicas.

Apesar da psiquiatria apontar a TDAH como um distúrbio neurocomportamental, sabe-se que as condições sociais, familiares e mesmo alimentares influem muito em seu aparecimento e desenvolvimento.

Na cultura atual (da internet, dos laços e relacionamentos ‘virtuais’, da rapidez na comunicação, negócios e,da globalização) há constantes exigências de agilidade, imediatismo que agem diferentemente sobre todas as pessoas e trazem diversas conseqüências, entre estas, agitação psicomotora, tensão, o famoso ‘stress’, impulsividade, inquietação e outros “sintomas” do mundo contemporâneo. Este ponto não pode ser negligenciado! O Psicanalista Jorge Forbes aponta que as pessoas ainda não aprenderam a lidar com a globalização e os seus índices; “Nós temos ainda uma grande resistência em aceitar aquilo que nos é diferente” – o conflito emocional-afetivo decorrente desta resistência pode ser percebido e analisado nestes fenômenos ‘sintomáticos’ sociais.

“Meu filho é agitado, o que fazer?”

Inicialmente é importante verificar o grau desta “agitação” e como esta está interferindo nas atividades diárias da criança. Caso a criança tenha muitos traços da sintomatologia descrita (num período de tempo superior à 7 meses e de forma intensiva), a ponto de prejudica-la em diversas áreas da vida diária é aconselhado que a família procure ajuda de profissionais da área de saúde tais como pediatra, neurologista, psiquiatra, psicanalista, psicólogo, psicopedagogo, entre outros.

Mas é muito importante prestar atenção em como e quando tais traços ou sintomas se fazem presentes. O Psiquiatra infantil Franscisco B. Assumpção Jr. ao abordar a temática dos distúrbios de aprendizagem (dislexia, distúrbio de atenção e outros), coloca que a raiz da questão tanto pode estar nela própria quanto em seu ambiente, “antes de nos preocuparmos com exames e diagnósticos é precisos analisar os fatores externos. Afinal, podem estar contribuindo para os tropeços no desempenho escolar os problemas da família (separação de pais, falecimentos, brigas domésticas), na escola (método pedagógico ruim, má adaptação da criança ao modelo pedagógico adotado, faltas do professor, brigas com colegas), situações de stress constante ou casos de reação aguda ao stress, entre outros fatores” (in CAMPOS, 1998). A presença e participação da família e/ou responsável pela criança/adolescente é fundamental para o tratamento da hiperatividade quando esta é diagnosticada ou verificada.

Em casos nos quais a hiperatividade é muito acentuada e prejudicial, são ministradas medicações visando “brecar, freiar” um pouco a agitação desta criança. Mas o ponto importante no tratamento é levar a criança a perceber seu estado de agitação e aprender a lidar com este. Aos poucos esta desenvolverá maneiras de deixar fluir este “excesso” sem que o mesmo seja-lhe prejudicial. Por isso o apoio, presença da família, educadores e demais é fundamental – para a criança ficar à vontade para descobrir suas qualidades e limitações e poder criar a partir dos mesmos.

Quanto mais descontraído e flexível for o tratamento para a expressão e descoberta por parte da criança, melhores serão os resultados obtidos.

Equoterapia: o que é, como surgiu e seus usos

A Equoterapia, conhecida e desenvolvida no exterior, vem sendo aos poucos, desenvolvida como método terapêutico e educacional no Brasil. De forma sintética a equoterapia seria um método que alcança resultados terapêuticos através do uso do cavalo ( tanto pelo animal em si como pela montaria e cavalgar neste).

Historicamente há registros de que Hipócrates (377 A. C.), o chamado pai da medicina, defendia a equitação como meio de reabilitação da saúde em geral. Posteriormente este tratamento tornou-se importante na recuperação física e psicológica de mutilados da 2ª Guerra Mundial. Em 1952, a dinamarquesa Liz Hartel conquistou a medalha de prata em adestramento nas Olimpíadas de Helsinki, superando as seqüelas da poliomielite que contraíra quando criança. A partir daí, surgiram os primeiros centros de equoterapia na Europa e Estados Unidos.

Equo terapia ( Equo: do latim aequus, relativo à Equus, ‘cavalo’/ Terapia: relativo à terapêutica, que é a parte da medicina que estuda e põe em prática os meios adequados para aliviar ou curar os doentes) é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou com necessidades especiais. Ela emprega o cavalo como agente promotor de ganhos físicos, psicológicos e educacionais (ANDE-Brasil,2005).

Segue uma relação das dificuldades, deficiências e doenças que podem ser auxiliadas por meio do uso da equoterapia segundo UZUN (2005): paralisia cerebral, acidente vascular encefálico; atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; síndrome de down e outras síndromes; traumatismo crânio-encefálico; lesão medular; esclerose múltipla; disfunção na integração sensorial; dificuldades da aprendizagem ou linguagem; distúrbios do comportamento; hiperatividade; autismo; traumas; depressão; stress, etc.

Complementarmente a esses dados ALÍPIO (2005) aponta que comprometimentos sociais e emocionais, tais como: autismo, esquizofrenia, psicose; deficiência visual, deficiência auditiva, problemas escolares (distúrbio de atenção, percepção, linguagem, hiperatividade) e pessoas saudáveis, sem nenhuma deficiência física ou psicológica, podem ser auxiliados e ter ganhos fisico-emocionais pela equoterapia.

Recorrendo novamente à autora UZUN (2005) a equoterapia traria os seguintes benefícios: adequação do tônus muscular; da coordenação motora; do controle de cabeça e tronco; adequação do equilíbrio; facilitação no processo de aprendizagem escolar; estimula a atenção e concentração; socialização; auto-confiança; trabalha com a ativação dos sistemas cárdio-respiratório e músculo-esquelético e atua no alívio do stress.

O cavalo é o instrumento terapêutico, utilizado com base nos benefícios de seu movimento natural "ao passo", movimento este resultante de reações tridimensionais. É ainda, um agente educativo e facilitador da integração física-psíquica e social do paciente.

De acordo com GUIMARÃES (1993), a marcha do cavalo possui três andaduras naturais: ao passo, o trote e o galope. O trote e o galope são andaduras saltadas, com movimentos mais rápidos e bruscos e exigem do cavaleiro mais força e coordenação. Ao passo se caracteriza por uma andadura ritmada, cadenciada e em quatro tempos, ou seja, ouvem-se quatro batidas distintas e compassadas. Durante o passo, o cavalo transmite ao cavaleiro uma série de movimentos seqüenciais e simultâneos que resultam em deslocamento tridimensional do centro de gravidade:

• No plano transversal, durante o movimento de flexão da coluna do cavalo, o cavaleiro é impulsionado para cima e, quando ocorre a extensão retorna à posição inicial.

• No plano frontal, o movimento e produzido pelas ondulações horizontais da coluna do cavalo, que se estendem da nuca à cauda.

• No plano sagital, é produzido um movimento para frente e para trás, composto por perdas e retomadas de equilíbrio

Comparando os movimentos humanos executados em seu deslocamento (ao passo), podemos perceber que este é idêntico ao executado pelo cavalo, quando este também se desloca ao passo. É este movimento que gera os impulsos que acionam o sistema nervoso para produzir as respostas que vão dar continuidade ao movimento e permitir o deslocamento (a chamada ação neurofisiológica).

Um atendimento em equoterapia é planejado em função das necessidade e potencialidades do paciente, onde se incluem o estabelecimento dos objetivos a serem atingidos e conseqüente ênfase na área a ser desenvolvida. Os trabalhos equoterápicos podem ser agrupados nos seguintes estágios distintos:

• hipoterapia (paciente vai montado juntamente com o fisioterapeuta ou outro profissional – a ênfase será para a postura do paciente sobre o cavalo e exercícios físicos específicos)

• educação /reeducação (paciente monta sozinho com dois profissionais nas laterais auxiliando-o quanto ao equilíbrio – são realizados principalmente exercícios físicos e de fonação, fala, aprendizagem)

• pré-esportivo ( paciente monta sozinho e conduz o cavalo, sendo acompanhado de perto pelos profissionais – neste estágio a ênfase maior é para a educação, disciplina e socialização do paciente).

Estes estágios não são uma regra e ordem fixa. São aplicados de acordo com o quadro clínico tratado e as estratégias terapêuticas demandadas pelo mesmo. Por exemplo: no caso de uma criança sem um quadro de deficiência física, mas com grande agitação psicomotora, desatenção, e vontade de cavalgar o estágio hipoterapia não será utilizado, mas sim os estágios de educação /reeducação e talvez até o pré-esportivo – a independência alcançada pela montaria solo é muito mais produtiva e estimulante neste caso.

As principais conquistas da equoterapia são o desenvolvimento da auto-confiança, segurança, disciplina, concentração e bem-estar. A prática eqüestre favorece ainda uma sadia sociabilidade, uma vez que integra o praticante, o cavalo, e os profissionais envolvidos.

Atualmente tem-se no Brasil a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-Brasil – http://www.equoterapia.org.br/equoterapia.html), sediada no distrito federal, que por meio de cursos e palestras informa e instrumentaliza profissionais a atuar com a equoterapia. A ANDE indica como fundamentais para o tratamento da equoterapia os seguintes profissionais: fisioterapeuta, psicólogo e Instrutor de montaria. Mas esta abordagem terapêutica é ministrada geralmente por uma equipe interdisciplinar, ou seja, profissionais de diversas áreas da ciência trabalhando em conjunto (interagindo) pelo bem-estar, restabelecimento e melhoria do quadro clínico do paciente. Comumente encontramos também presentes na equipe de equoterapia: Médico, Fisioterapeuta, Psicólogo, Fonoaudiólogo, Instrutor de montaria, entre muitos outros.


A equoterapia e a criança

Atuando como psicólogo em clínicas psiquiátricas com crianças de diversos diagnósticos clínicos (autismo, psicose, depressão, hipeatividade, entre outros) pude perceber que a atração pelo animal está naturalmente presente (refiro-me a todo tipo de animal, desde cachorro à tartarugas, coelhos, pássaros, cavalos, etc.). Por vezes apresentam uma inaugural insegurança, mas se livram dela rapidamente à medida que o adulto ou outra criança em quem tem certa confiança lhe incentive a aproximar-se e tocar o animal.

Em casos nos quais a criança é muito insegura, retraída, desconfiada ou mesmo desinteressada, o trabalho terapêutico por meio do animal torna-se uma importante ferramenta clínica. Um “quebra-gelo” fundamental para aproximar o profissional da criança e possibilitar as intervenções terapêuticas (sejam psicológicas, fonoaudiológicas, fisioterapêuticas, etc).

Por intermédio do contato com animal começam muitas vezes a falar, contar histórias, sorrir, brincar. O animal abre a possibilidade de trabalho com a criança pois torna-se logo um atrativo e diferencial no tratamento que está sendo proposto. Por vezes é pelo contato com animal que a criança fica mais descontraída para conversar e mais receptiva com as orientações ou questionamentos feitos pelo profissional que a está acompanhando. Tal fato pode ser averiguado nas crianças que são atendidas pela equoterapia.

O cavalo funciona como ponto de sedução em relação à criança (e mesmo ao adulto) pela imponência e poder transmitida pelo mesmo. É um animal com porte magnífico e, conquistar sua confiança, domá-lo, cavalgá-lo, direcioná-lo é uma experiência prazerosa e até mesmo transformadora para algumas pessoas.

Pela atuação física e psíquica que a equoterapia alcança, na ativação e estimulação de diversas funções do corpo humano tais como a respiração, a fala, a atenção, a memória, a cognição, a concentração, a auto-imagem, a auto confiança, entre outros. A criança sente-se estimulada a seguir em frente e participar ativamente do tratamento. Por vezes ela mesma estabelece desafios a serem pouco a pouco superados.

Ao cavalgar a criança precisa coordenar seus movimentos aos do cavalo e se concentrar, prestar atenção no cavalo e no meio que a cerca. O cavalgar cria a todo momento uma instabilidade de movimento, permitindo que o paciente seja encorajado a desenvolver novas maneiras de coordenar uma resposta postural, fundamental no processo de aprendizagem, na realização de atividades funcionais.

Por sua ação neurofisiológica (pela andadura do cavalo) e desafios psíquicos (enfrentamento, concentração, coordenação, linguagem, etc) a equoterapia obtém respostas positivas com crianças “agitadas”, “desatentas”, “hiperativas” – desde que haja interesse pela prática no paciente, claro.

O Dr. Daniel Amem (2000) faz um comentário em seu livro sobre a importância do ambiente externo no tratamento de crianças ou adultos que tenham o déficit de atenção e hiperatividade: “Quando o chefe as estimula a fazer melhor de modo positivo, elas se tornam mais produtivas. Quando se é pai, professor ou supervisor de alguém com TDHA, funciona muito mais usar elogio e estímulo do que pressão. Pessoas com TDHA saem-se melhor em ambientes que sejam altamente interessantes ou estimulantes e relativamente tranqüilos”. Raramente a criança não sente-se atraída ou encantada pelo cavalo e pela possibilidade de nele montar.

Desta maneira tem-se no cavalo, um instrumento facilitador e potencializador para o tratamento de diversas dificuldades, distúrbios, patologias orgânicas e psíquicas. É muito funcional no caso de crianças “agitadas” por todo seu contexto e atuação neurofisiológica. A criança precisa se concentrar, equilibrar e acalmar para poder alcançar seu objetivo, que é domar o cavalo. Buscará com a equipe dicas e macetes para alcançar seu objetivo e desejo e por esta porta aberta pela mesma, os profissionais planejarão estratégias e manejos terapêuticos para melhor desenvolver esta criança.

A guisa de uma conclusão, sabemos que a equoterapia é uma prática complementar que alcança bons resultados dependendo do caso no qual é aplicado, ainda assim, por ser uma prática relativamente recente no Brasil (apenas em 1997 a Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitacional e o Conselho Federal de Medicina reconheceram a Equoterapia como método terapêutico) necessita ser melhor fundamentada e explorada em suas aplicações e desenvolvimentos. As pesquisas nesta aréa são fundamentais para enriquecer e fundamentar a prática. Talvez com o avanço progressivo das neurociências possamos verificar e comprovar cientificamente os benefícios alcançados pela mesma e como estes operam a curto, medio e longo prazo.

Referência Bibliográfica:

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA (ANDE-Brasil) – extraído da home-page:
http://www.equoterapia.org.br/ande.html.

ALÍPIO,T.S. – Equoterapia-método terapêutico complementar. Revista família Guanelliana, Ano 18, N º 47, Rio Grande do Sul, Fev.Mai. 2005

AMEM, D. G. – Transforme seu cérebro, transforme sua vida. Ed. Mercúrio, 2000

CAMPOS, R. – Por que aprender é tão difícil. Revista Viver Psicologia &Psiquiatria, Ano 6, N º 68, São Paulo,1998

DSM-IV – Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais, Artes Medicas, 1995

FORBES, J- Entrevista ao WSCOM, Jornal eletrônico do Nordeste, Março 2004 – disponível no domínio: http://www.jorgeforbes.com.br/br/contents.asp?s=24&i=7

GUIMARÃES, F. L. – Hippoterapia: conceito e indicações. Temas sobre Desenvolvimento, Edições Científicas Memnon, v.3, n.14, São Paulo, 1993

LIPOVETSKY, G. – Os Tempos Hipermodernos. Barcarolla Ed., 1ª Edição, São Paulo, 2004

PAIVA, A.R.F. & Colaboradores – Efeitos da Hippoterapia no desenvolvimento funcional de duas ciranças portadoras de sindrome de down. Temas sobre Desenvolvimento, Edições Científicas Memnon, v.13, n.78, São Paulo, 2005

SCHWARTZMAN, S. – "DDA – Distúrbio do Déficit de Atenção e sua influência na
aprendizagem".Apresentação oral, seminário apresentado no Campus Ibirapuera Uni-Fmu em 25 de agosto, São Paulo, 2005

STACHUK, M. – A mil por hora. (in) Revista da Folha, Ano 14, N º 682, São Paulo, de 14 de
agosto de 2005

UZUN, A.L. – Equoterapia: aplicação em distúrbios do equilíbrio. Ed. Vetor, 2005

Sobre o artigo:

Artigo publicado em Dezembro 2005 na Revista Equoterapia – ANDE, Brasilia

René Schubert – Psicologo e Psicanalista – [email protected]

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