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O perigo da ciência

Mecanismos e orientações que expressam o conhecimento que queremos, ou como ele realmente é.
Será a tragédia da raça humana que, a cada conquista que faz tenha de pagar um preço que frequentemente, parece maior do que o ganho obtido?
Devemos negar nos dias da semana, aquilo que processamos aos domingos?

Tenho certeza que não, a ciência ao construir sistemas racionais de conhecimento, teve de selecionar aqueles fatos que se submetiam mais facilmente a tal sistematização (de uma época especifica, numa sociedade única, com uma filosofia e política em relação às necessidades do momento…), este processo de seleção em si mesmo de grande significado, envolve o abandono ou a rejeição de certo numero de fatos ou aspectos.

Desde que os cientistas saibam o que estão fazendo, esse procedimento não envolve grandes perigos.

Mas na maioria das vezes, a empolgação pelo êxito, é capaz de fazer esquecer que não absorveu todos os aspectos da realidade e poderá negar a existencia daqueles que negligenciou.

Assim, em vez de ter em mente a questão que deu origem a toda ciência, ¨o que é deus?…Quem somos nós?…¨, cobre-a de argumentos distorcidos e irrelevantes e considera sobreviventes gênios atávicos os homens e mulheres que persistem em formula-la.

Essa atitude, cuja necessidade e méritos históricos, devem ser rejeitados, porque se sistematicamente mantida, bloqueara o progresso da própria ciência, fechando ao seu avanço as portas que levam a mais essencial das questões.

Nenhuma porta deve ser fechada à ciência, o que acredito, é que a ciência concisa de suas imperfeições, deve tentar ampliar gradualmente sua base, de modo a incluir cada vez mais fatos que, no começo achou necessário excluir e, por conseguinte, equipar-se cada vez melhor para responder aquelas questões que não pode negar a humanidade o direito de formular (por uma prepotência fortalecida pelo apoio da sociedade dominante com sua filosofia unilateral…).

Enquanto a ciência tiver uma concepção errônea de sua missão, ela estará sempre correndo o perigo de perder sua posição de independência e integridade.
O usurpador ilegal de um trono sempre encontrará pretendentes ilegais…

Portanto, uma ciência ganha valor e significado não pelo numero de fatos individuais que explica, mas pela generalidade e poder de suas teorias, conclusão que é justamente oposto, a sua orientação predominante, que infelizmente impera nos dias de hoje.

Esse ponto de vista entretanto, não menospreza os fatos, dado que as teorias são teorias de fatos e só podem ser testados por fatos (que realmente ocorrem em nosso cotidiano e não em ambientes preparados, por cientistas que se voltam a comprovar suas crenças individuais disfarçadas por um linguajar intelectualizado que não leva a nenhum lugar…), elas não devem ser especulações ociosas sobre o que poderia ser.

Devem ser apresentadas como fatos num sistema, não na forma que melhor se enquadra as predileções do cientista, mas ao sistema que realmente pertencem, isto é, como fatos racionais compreensíveis.

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