A Esquizofrenia é uma desordem cerebral crônica, grave e incapacitante. As experiências ou sintomas são tão aterrorizantes que podem acarretar medo, recolhimento ou agitação extrema do indivíduo. Habitualmente manifesta-se entre os 15 e os 25 anos tanto em homens quanto em mulheres, podendo igualmente ocorrer na infância ou meia-idade. Sabe-se que ainda não se tem uma causa única que possa ser aplicada para tal desordem e também, que existem vários tipos de esquizofrenia, tornando bastante difícil o seu diagnóstico.
Há sim, um conjunto de teorias e causas que tentam aplicar-se concorrendo entre si para um fim que justifique concretamente o aparecimento da doença. O mesmo acontece com a sua cura. No entanto, existem tratamentos potencialmente eficazes à base de medicamentos antipsicóticos (como Risperidona e Olanzapina, porém o custo da droga é alto se o fator sócio-econômico for relevante) e terapias diversas (como Terapia Ocupacional, Musicoterapia, Psicoeducação, Intervenção Familiar) para o controle dos surtos, principalmente quando em estágio precoce, favorecendo o prognóstico (quando acompanhados por pessoas capacitadas) e proporcionando ao paciente uma vida quase normal.É importante que o tratamento seja contínuo, ou seja, é extremamente necessária a adesão do paciente ao tratamento e por certo, de sua família também.
É útil para todos que convivem com o doente, ter conhecimento sobre a doença e os seus sintomas com o intuito de que o conhecimento possa modificar a forma de encarar a doença. O paciente terá um papel ativo e os demais, colaborativo fundamental de controle sobre a mesma, tendo em vista que a doença pode aparecer e desaparecer em ciclos de recidivas e remissões. E há a possibilidade de entre um intervalo de uma crise a outra, desencadear um quadro de Depressão em função dos estigmas que teve que carregar, a vergonha perante as pessoas, o sentir-se anormal.Outro fator que vale ressaltar a atenção é a comorbidade entre Dependência Química e Esquizofrenia.
Uma das explicações para o abuso de substâncias em esquizofrênicos é a busca de alívio para efeitos colaterais dos antipsicóticos, como a falta de prazer por exemplo. A nicotina é a droga mais prevalente entre esquizofrênicos, em parte por ser legal e pela facilidade de acesso, mas também porque o efeito da nicotina no cérebro pode aliviar alguns déficits cognitivos. O uso da maconha também é freqüente e ela possui o pior efeito dentre todas as demais. Estudos com ressonância magnética mostraram que com o uso de maconha a perda de substância cinzenta cerebral é até duas vezes maior do que o habitual.
O uso crônico de drogas concomitantemente com os medicamentos psicóticos exacerba os sintomas negativos e cognitivos, prejudicando ainda mais a recuperação da pessoa no sentido de uma vida produtiva e plena.
Se você conhece alguém dentro ou fora da sua família que precise de uma orientação no sentido de compreender a Esquizofrenia, faça a sua parte, instruindo-o a consultar-se com um psiquiatra e se tiver maior nível de intimidade com esta pessoa, converse abertamente sobre a doença. Embora pareça incomum e assustadora, é simplesmente uma desordem cerebral que pode ser equilibrada sem causar risco a si próprio ou à sociedade. Quanto antes a pessoa se dispõe ao tratamento, mais facilmente e rapidamente ela poderá estar inserida numa vida que a proporcione trabalhar, estudar, viajar, interagir com o mundo a sua volta saudavelmente.
Ana Paula Polato
Psicóloga Clínica