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Comportamentos Agressivos em Estudantes de 5ª. a 8ª. Série e a Influência Cultural

8ª Jornada de Análise do Comportamento – UFSCar – 2009

Ana Carina Stelko-Pereira;
Érik Luca de Mello;
Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams
Universidade Federal de São Carlos

Apresentação Oral:

Os comportamentos agressivos de alunos devem ser entendidos de acordo com os três níveis de seleção do comportamento, porém a maioria dos estudos visam contingências individuais. Este estudo teve como objetivos investigar se há um perfil quanto aos comportamentos agressivos de alunos em escolas de Curitiba e hipotetizar influências culturais para tanto. Participaram da pesquisa 668 estudantes de 5ª a 8ª séries de três escolas estaduais, com diferentes características quanto a status sócio-econômico e taxa de homicídio do bairro estas se localizavam. Tais estudantes responderam ao Questionário de Investigação de Prevalência de Violência na Escola (QIPVE), de autoria de Stelko-Pereira e Williams. Verificou-se padrões quanto às categorias mais freqüentes de respostas violentas, às condições antecedentes a tais respostas e conseqüentes a estas. Segundo os alunos vítimas, nas três escolas, a forma de vitimização da qual mais sofreram foi, em ordem decrescente: receber xingamentos, ser alvo de fofocas e receber ameaças. Ter o material destruído propositalmente foi a forma de vitimização que menos ocorreu, seguido por ser agredido fisicamente. Quanto às conseqüências de ter agido agressivamente, nas três escolas, os alunos disseram que “nada aconteceu” por parte dos funcionários. Pela análise do comportamento, o grupo do qual o indivíduo faz parte estabelece “bons” e “maus” comportamentos, modelando o comportamento ético. E, conforme o indivíduo segue um padrão de conduta de uma cultura, vem a apoiar tal padrão, ao classificar o comportamento de outros igualmente. Portanto, os padrões encontrados, possivelmente, são fruto de contingências dispostas por uma cultura, na qual agressão física acarreta em maiores punições do que agressão psicológica, as brincadeiras são comumente associadas com competição e agressão e não há contingências para que funcionários das escolas consequenciem adequadamente os comportamentos dos estudantes. Tais contingências devem ser melhor investigadas em estudos futuros.

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