O pesquisador ressalta, porém, que os consumidores de destilados como a cachaça têm nível socioeconômico mais baixo que os bebedores de cerveja, o que pode influenciar na dependência. "Avaliamos a bebida preferencial de cada paciente portador de deficiência alcoólica", explicou. "Com a pesquisa, podemos avaliar o melhor tratamento." Segundo Baltieri, esse é o primeiro estudo no mundo a relacionar a aderência ao tratamento com o tipo de bebida ingerida.
O objetivo da pesquisa era testar a eficácia de dois tipos de remédios (topiramato e naltrexone). Para isso, Baltieri e sua equipe separaram os dependentes de acordo com a bebida preferencial consumida. O grupo dos destilados aderiu menos aos tratamentos que o grupo da cerveja. "O grau de dependência foi maior entre os que consomem destilados", diz Baltieri. "Ou abandonaram o tratamento antes ou voltaram a beber mais precocemente."
A diferença entre os dois grupos estava na fissura – vontade incontrolável de beber. Os consumidores preferenciais de destilados têm mais compulsão para beber que os de cerveja. Vale ressaltar que o estudo não permite relacionar que destilados provocam maior dependência do que a cerveja. "A pesquisa foi feita com pessoas já dependentes."
Fonte: BOL Notícias