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Homossexualidade: forma de preconceito na família e na escola.

Introdução

No que tange aos assuntos de direitos aos Homossexuais, é pouco abordado no Brasil, ainda que existam alguma ONG(s), e movimentos em defesa dos direitos dos homossexuais, a discriminação que estas pessoas (Gays, lésbicas) tem de enfrentar em seu dia a dia, a começar pelos seus familiares, colegas de escola, professores que não aceita a sua escolha da vida sexual.

É nesses ambientes que os homossexuais vivenciam situações constrangedoras como: inserção em grupos religiosos, insultos, espancamentos, xingamentos e chegando a serem expulsos de casa,  omissão afetiva total por parte de sua família, desta forma os pais vão perdendo o contato com o filho e entram mais em contato com o preconceito.A homofobia como um conceito ambíguo geralmente associado à homossexualidade, uma postura de rejeição, de medo e de contato.

Embora tenha sido Kenneth Smith (1971) quem, pela primeira vez, usou o termo homofobia, é habitualmente atribuída a George Weinberg (1972) a responsabilidade pela sua popularização. Weinberg definia, então, homofobia como o pavor em estar em espaços fechados com homossexuais. Mais tarde, em 1976, Gregory Lehne redefine o termo, passando homofobia a significar um medo irracional ou intolerância relativamente à homossexualidade.

Para enfrentar esse quadro de homofobicos, o governo federal lançou em 2006 o programa denominado “Brasil sem Homofobia”, que visa envolver ações de dez ministérios, em articulação com o Ministério Público e o Poder Judiciário, o Congresso Nacional e os órgãos de segurança Pública do País. Os objetivos centrais do programa são de contribuir para que todos possam lidar, de maneira adequadra em seu cotidiano escolar e com as diversidades que compõe a sociedade Brasileira através dos temas de orientação sexual, identidade, e de gênero.

Segundo pesquisa realizada pela UNESCO, a homofobia é uma das formas de violênciaque perpassa a realidade escolar brasileira (CASTRO et. al, 2004).Entender como se da as praxis preconceituosas viênciadas pelos homossexuais, tanto na escola quanto na familia, ajudará  para possiveis estudos  sobre a homossexualidade, contribuindo assim para reduzir os sofrimentos psicologicos.Atraves de entrenvistas semi-estruturada, os participantes contribuiram  identificando suas problematica, expondo os seus estigmas ao qual dificultaram seu relacionamento com sua familia com seus pais, irmãos e na escola por parte de colegas e até mesmo por professores, devido a sua orientação sexual, preconceito segundo eles, era manifestado por apelidos e xingamentos (“mulherzinha”, “bichinha”, “viadinho”) e por exclusão do restante da sala.  

Fundamentação teórica  Sob o ponto de vista da psicanálise, Freud, ele não liga à homossexualidade à uma patologia, a medida que a orientação sexual não lhe cause qualquer tipo de sofrimento, não se constituindo portanto um conflito neurótico a ser solucionado. O preconceito pode ser definido como uma forma de relação intergrupal onde, no quadro específico das relações de poder entre grupos, desenvolvem-se e expressam-se atitudes negativas e depreciativas além de comportamentos hostis e discriminatórios em relação aos membros de um grupo por pertencerem a esse grupo (Camino & Pereira, no prelo).

Percebe-se que tanto os psicólogos sociais como as pessoas em geral reservam a palavra preconceito apenas para quando se refere a atitudes negativas, o que demonstra como os homossexuais se sente em relação ao tratamento que lhe é dado pelas pessoas preconceituosas.Por isso na maioria dos relatos dos colaboradores dizem sofrer muito com os preconceitos, chegando a desistirem de estudar, sentiram varias vezes vontade de morrer pelo desprezo sofrido em casa.

E tudo isto lhe causando uma grande angústia e conflitos que a medida que iam amadurecendo e reagindo a todos  essas situações, pois na maioria esses sentimentos de angustia, tristeza e conflitos surgiram primariamente no seio familiar e por conseguinte na escola.Medo, discriminação estas são atitudes comuns contra ao que é diferente. O diferente nos ameaça, pois “A diferença é ameaçadora porque fere nossa própria identidade cultural”(ROCHA, 1986, p.09), obrigando-os a viver subjugados e sob um rígido controle moral, assim são vistos os gays na sociedade. Sociedade esta formada com base nas teorias raciais, que subjugava uma “raça” superior a outra (LARAIA, 1996).

É dentro dessa construção social que o preconceito contra os homossexuais nasce marcado pela consagração da figura masculina heterossexual, idéia de poder, pelas teorias cientificas que foram responsáveis por grandes conflitos entre os homens e pelo “moralismo” religioso entre outros.A implicância que esse preconceito tem na vida das pessoas afetadas é bem retratado por Helles Agnes em seu livro “O Cotidiano e a História” (AGNES p.59).

Com efeito, Helles afirma que: “Todo preconceito impede a autonomia do ser humano, ou seja, diminui sua liberdade relativa, diante do ato de escolha, ao deformar e, consequentemente, estreitar a margem real de alternativa do indivíduo.”Nota-se que ao autor assiste razão, pois o impacto causado pelo preconceito, em qualquer hipótese, e ainda mais no caso da homossexualidade, tem dimensões imensuráveis.Por esta razão se faz necessário uma compreensão maior a respeito das atitudes dos familiares e na escola perante a prática preconceituosa. Assim como o preconceito tem numerosas causas das quais dão origem a maneira como pensamos, a maneira como atribuímos sentido ou fazemos atribuições, a maneira como alocamos recursos e a maneira como nos conformamos às regras sociais. Faz-se necessário ampliar os estudos para a compreensão da homossexualidade, bem como algumas contribuições acerca do preconceito, pois é causador de muito sofrimento psicológico para essas pessoas.  Metodologia A presente pesquisa foi realizada em um Grupo Gay, no município de Barro Preto- Bahia.

No dia da coleta de dados participaram 06 homens e 02 mulheres que se reconhecem como homossexuais, que foram escolhido aleatoriamente, com idade em média de 23 anos, na coleta de dados foram utilizadas entrevista semi-dirigida, com perguntas elaboradas de acordo com o objetivo da pesquisa. No que se refere a analise dos dados desta pesquisa, utilizou se a análise do conteúdo, cujo objetivo é de analisar os tipos e formas de preconceitos. Após a codificação foi realizada analise descritiva dos dados. Resultados e discussão Analisando os discursos dos entrevistados percebe-se que a discriminação começa dentro de casa, é um dos problemas fundamentais.

Quando o pai descobre que o filho é gay ou lésbica, insulta, espanca, expulsa de casa. O desconforto deles quando se deparam com os chingamentos mais freqüentes dos colegas da escola e familiares, que são de veadinho, bichinha, boiola, o afastamento de colegas em sala de aula, os colaboradores relatam seus impactos psicológicos que eram de angustia, tristeza, medo porque se sentiam “diferentes” dos demais, muitas vezes tudo o que eles queriam era ser compreendido e aceito e não mais ser motivo de chacotas e vergonha pra seus familiares.

Como demonstra um dos colaboradores que relatou o seguinte:“eu nem entendia o que acontecia comigo, eu me sentia diferente porque eu gostava de brincar de boneca com minha irmã, fazer roupas de boneca, e meu pai falava se eu desse pra veado quando crescesse ia me quebrar no pau, eu não entendia muito bem o que ele falava na época, pois ainda era criança, mas me sentia muito mal, ficava triste, ele nunca aceitou a minha homossexualidade, e na escola meus colegas se afastavam de mim, pois diziam se sentassem perto de mim também iam virar veado, e eu não percebia intervenção dos por parte dos professores, foi uma época muito difícil pra mim!”   

É no contexto escolar que se aprende a respeitar o outro, é onde se constroem os valores; onde se desenvolvem os hábitos e as crenças que são transmitidas de membro a membro, mas sabemos que estes lugares acabam sendo lugares de desconforto, medo, e armadilha para os homossexuais que acabam desistindo da escola, devidos aos xingamentos e a indiferença dos colegasThomas Pettigrew (1958,1985,1991), notou que muitas pessoas mantém atitudes preconceituosas e praticam comportamento discriminatório a fim de se conformar ou se encaixar no ponto de vista da maioria na cultura. O que nos mostra a homofobia internalizada de muitos indivíduos, por agir conforme os padrões que lhe é exigido.Considerações finais Acreditamos que o forte envolvimento emocional dentro da família, associado às desigualdades de gênero e intergerações, convivendo permanentemente juntos em situações de stress e desgaste, funciona como uma espécie de caldeirão, um caldo de cultura, onde eclodem violências.

Portanto recomendamos um maior dialogo entre as famílias e na escola diretores e  professores possam da suporte a estes alunos homossexuais para a diminuição do preconceito entre alunos, pois o preconceito nada mais é que um afastamento de pessoas, de sentimentos. Não se pode mais considerar um homossexual como doente e sim como uma pessoa normal que tem sentimentos como qualquer outra pessoa suscetível a erros e acertos, não mais se referir a eles com nomes pejorativos ou caricatos. e ao invés de se afastar aproxirma-se pois eles também precisam de amor, atenção e carinho, porque não é a opção sexual dele que o faz diferente, mas os preconceitos que fazem sobre.Acreditando na psicologia sendo uma ciência que estuda o comportamento humano, possa dar uma grande contribuição para a diminuição do preconceito a homossexuais, e que os homossexuais possam procurar o psicólogo para ajudá-los a amenizar, as angustias, medos que tanto os fazem sofrer. 

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