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O perigo do ecletismo teórico na Psicologia

A Psicologia Moderna é uma área do conhecimento que em 2009 completa 130 anos de idade. Oficialmente, foi fundada em 1879 quando o alemão Wilhelm Wundt criou o primeiro Instituto de Psicologia Experimental dotado de laboratórios na Universidade de Leipzig, em seu país.
A Psicologia é uma área muito ampla que possui diversas orientações teóricas, áreas de pesquisa e de aplicação.

Cada orientação teórica possui um conjunto específico de pressupostos filosóficos e epistemológicos, metodologias de pesquisa, técnicas, protocolos de trabalho e até mesmo diretrizes políticas. Existem diversas orientações teóricas na Psicologia. Na verdade existem diversos conjuntos de orientações teóricas. Cognitivistas; Comportamentais; Humanistas, Psicanalistas e Sócio-Históricas podem ser considerados os principais conjuntos de orientações teóricas da Psicologia, apesar de existirem outros de menor expressão. Há divergências e divisões dentro desses conjuntos, mas há também semelhanças que por sua vez nos autorizam a agruparmo-nas em conjuntos.

As orientações teóricas dentro da Psicologia são tão numerosas que se formos levar em consideração todas as divisões dentro dos conjuntos já citados podemos afirmar tranquilamente que há várias centenas de orientações teóricas.

As diferenças entre os conjuntos de orientações teóricas são tão grandes a ponto de vários teóricos considerarem a existência de várias Psicologias e não somente de uma – afinal de contas cada orientação teórica afirma tomar para si o estudo de um objeto com características diferente dos demais objetos de estudo das outras.

Um parte considerável dos epistemólogos modernos afirma que o critério mais importante para a criação de uma área de estudo independente é a eleição de um objeto de estudo que possua características específicas e se diferencie dos demais. Alguns dizem que isso já basta, outros mais criteriosos e sabiamente desconfiados afirmam que precisa-se de algo mais…

Já as áreas de pesquisa permitem o desenvolvimento dos conhecimentos psicológicos através da investigação básica ou aplicada. De forma sintética, podemos afirmar que há pesquisas básicas que lidam com processos primários de funcionamento da “psiquê” humana, e pesquisas aplicadas que se voltam para o desenvolvimento de novas técnicas e protocolos de trabalho. Existem várias áreas de estudo dentro da Psicologia: educação, trabalho, saúde, sexualidade, desenvolvimento, inteligência, aprendizagem, marketing, patologias, rendimento físico, evolução, neurofisiologia, relações interpessoais, poder, preconceito, gênero, arte, percepção etc.

O fato dos pesquisadores trabalharem com base em diferentes orientações teóricas e metodológicas produz variadas conclusões e muitas vezes dados semelhantes ou até mesmo iguais são interpretados de formas diversas gerando conflitos que se mostram na maior parte das vezes impossíveis de serem resolvidos

Com relação às áreas de aplicação da nossa profissão, são reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia – órgão responsável por regulamentar e profissão – 11 especialidades: Psicologia Clínica, Psicologia Escolar e Educacional, Psicologia Organizacional e do Trabalho, Psicologia Social, Psicologia Hospitalar, Psicologia Jurídica, Psicologia do Trânsito, Psicologia do Esporte, Neuropsicologia, Psicomotricidade e Psicopedagogia. Além dessas especialidades, o Conselho Federal de Psicologia reconhece a atividade docente do Psicólogo no Ensino Médio e no Ensino Superior.

Essa divisão de especialidades não impede que um Psicólogo mescle atividades que são consideradas de áreas de aplicação diferentes. Um psicólogo pode trabalhar prioritariamente com o rendimento físico de um time de futebol, – uma atividade associada historicamente à Psicologia do Esporte – mas isso não o impede que também auxilie no recrutamento e seleção de pessoas para trabalhar no clube – atividades ligadas historicamente à Psicologia Organizacional e do Trabalho. Sem contar que também existem muitos psicólogos que acabam se especializando em atividades muito específicos e que historicamente estão ligadas a determinadas áreas de aplicação. Um psicólogo pode trabalhar somente com recrutamento e seleção de pessoas – uma das muitas atividades que compõem a Psicologia Organizacional e do Trabalho. Há também psicólogos que trabalham exclusivamente na docência e pesquisa ou que além da docência e pesquisa prestam serviços de Psicologia Aplicada.

As orientações teóricas também influenciam decisivamente nas práticas de um profissional de Psicologia. Psicólogos de orientação psicanalista priorizam a associação livre como técnica central da sua análise, pois acreditam que o inconsciente – seu objeto de estudo – se manifesta de melhor forma através da associação livre de ideias e palavras, já psicólogos de orientação analítico-comportamental priorizam técnicas diretivas e voltadas para resultados acordados com o cliente, pois acreditam que essa é uma das melhores formas de tornar o sujeito mais capaz de se conhecer e de se auto-determinar.

Por mais que procuremos encontrar semelhanças entre duas técnicas que se baseiam em orientações diferentes sempre haverá diferenças – nem que eles sejam somente na forma de interpretar a mudança provocada no comportamento do cliente ou paciente. Em relação a isso Guerrelhas (2000 citado em FERRAZ,2005) dá como exemplo o que se conhece como ludoterapia. Ele diz que “independentemente da linha teórica do psicólogo que realiza o atendimento infantil, o brincar parece sempre fazer parte do procedimento, mas o conceito, a definição e sua função variam de acordo com o referencial teórico do terapeuta.”

Em decorrência dessa amplitude e variedade muitos estudantes, profissionais e professores de Psicologia adentram caminhos tortuosos e muitas vezes não sabem onde querem, onde podem ou onde devem chegar. Na verdade não sabem nem de onde, como ou por que partiram.

Um dos fenômenos mais comuns na nossa área é encontrar estudantes, profissionais e até mesmo professores perdidos num mundo – maior que eles mesmos – recheado de conceitos, teorias, técnicas, práticas, epistemologias, pressupostos e ontologias. Muitos não sabem nem que orientação teórica seguir… Outro exemplo simples: perguntem qual o conceito de Psicologia a um grupo de profissionais ou estudantes de diferentes orientações teóricas e terão uma exemplo claro do que foi a Torre de Babel…Simplesmente não há consenso…Na verdade não há nem respostas que poderiam ser catalogadas como “semelhantes”…

Tão perdidos quanto os estudantes e profissionais estão as instituições oficiais que representam a Psicologia enquanto ciência e profissão. O trabalhos de conselhos federal, regionais e de associações científicas e profissionais é árduo…Não conseguem criar referências sólidas para a atuação profissional, pois estão presos ao fato de que direcionar demais a discussão e os documentos produzidos significa deixar algumas orientações teóricas de lado… Ficam perdidos quando o assunto é coordenar, orientar e fiscalizar o trabalho de dezenas de milhares de Psicólogos tão diferentes espalhados por este imenso país…Algumas dessas instituições caminham contra a maré se colocando politicamente de forma totalmente exclusivista e, por isso, não refletindo os anseios da maior parte dos psicólogos brasileiros que, por sua vez, não se sentem representados por essas instituições.

Pior é o trabalho de associações como a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia que tem o objetivo de auxiliar na formação de milhares de Psicólogos todo ano tendo como base um conjunto de diretrizes curriculares para graduação.

Essas diretrizes afirmam que os cursos de Psicologia devem ser generalistas…

Mas generalistas em relação a quê? Em relação á diversificação de orientações teóricas? Em relação á diversificação de áreas de pesquisa?Em relação á diversificação de áreas de aplicação?

Como ensinar de forma eficaz tanta diversidade em 5 anos de curso para alunos que além de estudar Psicologia têm que comer, dormir, namorar e tomar banho…?Há tempo suficiente para isso?

Um dos caminhos menos conflituosos que as instituições oficiais que representam a Psicologia enquanto ciência e profissão encontraram para se livrarem ou pelo menos diminuírem as perturbações causadas por tanta diversidade é atestar a democracia como único remédio para esses conflitos… O esquema é simples: defendem que a única saída para a Psicologia enquanto ciência e profissão é recorrer à democracia, à aceitação quase que incondicional da diversidade… A democracia seria a base para que psicólogos de diferentes orientações teóricas, área de pesquisa e de aplicação se aceitassem e trabalhassem em prol de objetivos em comum…

Mas a coisa não é tão simples assim por que os conceitos de democracia também variam absurdamente na Psicologia, sem falar que a democracia não parece ser o referencial que fez com que profissões ditas “imperais” se estabelecessem solidamente na nossa civilização – como Medicina, Engenharia e Direito. Aparentemente essas profissão utilizam-se de um pressuposto bem mais interessante: eficácia de suas intervenções. Assim, parece que a democracia não vai resolver os problemas da Psicologia….

Pode parecer, mas não é objetivo desse texto criticar a variedade de orientações teóricas dentro da Psicologia ou propor alternativas para ela. Seria pretensão demais…

O objetivo do presente texto é discutir sobre o perigo a qual uma parte considerável dos Psicólogos atuais submete-se ao se definirem e atuarem como “ecléticos”.

Podemos definir o Psicólogo eclético como aquele que afirma utilizar diferentes orientações teóricas para embasar suas práticas.

Muitas pessoas dentro da Psicologia defendem o ecletismo. Rotineiramente defendem que uma abordagem específica não é suficiente para compreender o ser humano, que seria, por demais complexo. Também afirmam que o importante é utilizar técnicas que tenham “alguma” validação científica, independentemente da orientação teórica.

Talvez isso ocorra devido a falhas consistentes na formação dos Psicólogos brasileiros gerando falta de conhecimento aprofundado das bases ontológicas , epistemológicas e metodológicas de cada conjunto de orientações teóricas e ao fato de muitos estudantes e profissionais identificarem-se com aspectos de mais de uma orientação teórica.

O mundo está cheio de verdades e muitas dessas verdades nascem como inverdades, que de tanto serem defendidas tornam-se verdades. Como já disse Paul Joseph Goebbels, Ministro do Povo e da Propaganda de Adolf Hitler, “uma mentira cem vezes dita, torna-se verdade”…

Diante desse fenômeno, perguntamos:

a)Será que é possível um profissional basear seu trabalho em orientações tão divergentes e que quase todas vezes se contrariam?

b)Podemos confiar em um profissional de Psicologia que trabalhe com base em diversas orientações teóricas?

c)É possível considerar que as orientações teóricas podem ser unificadas com o objetivo de se implementar procedimentos e técnicas de intervenção na Psicologia?

d)Quais as consequências do ecletismo teórico para a Psicologia enquanto profissão?

e)Como o ecletismo dificulta o desenvolvimento da Ciência?

Não acreditamos que seja possível basear um bom trabalho de intervenção em orientações diferentes pelo simples fatos de que os pressupostos filosóficos (ontológicos e epistemológicos) não se complementam como num quebra-cabeças. Eles divergem, e muito… O determinismo da Psicanálise freudiana é totalmente diferente do determinismo da Análise do Comportamento. O primeiro atesta que as ações conscientes do ser humano têm origem em estruturas internas de natureza diferente das ações conscientes. Psicanalistas freudianos seriam, nesse caso, dualistas. Já Analistas do Comportamento são monista por que acreditam que o que existe no interior do ser humano tem a mesma natureza do que existe no exterior dele…Na verdade a divisão interior-exterior nem é aceita por Analistas do Comportamento….

Como pode um Psicólogo aceitar pressupostos tão diferentes?

Não acreditamos que um Psicologia que trabalhe com base em diversas orientações teóricas tenha um trabalho confiável, afinal de contas as técnicas e protocolos que utilizamos na nossa prática devem, ou pelo menos deveriam, se ajustar aos pressupostos filosóficos e à teoria subjacente. Se os pressupostos filosóficos e a teoria subjacente são diferentes, os referenciais de utilização da técnica também o são… Como afirmou Guerrelhas “o conceito, a definição e sua função [do procedimento] variam de acordo com o referencial teórico do terapeuta”, ou seja, a ludoterapia de um Analista do Comportamento é diferente da ludoterapia de um Psicólogo Humanista. A gravação de uma sessão de ludoterapia de um Analista do Comportamento pode parecer, aos olhos de um leigo, semelhante ou até mesmo igual à uma sessão de ludoterapia de um Psicólogo Humanista, mas a diferença é facilmente constatável quando observamos como e baseado em que os supervisores de Psicologia Clínica Infantil dessas duas orientações teóricas ensinam seus supervisionandos…

A técnica da Cadeira Vazia implementada por um bom Analista do Comportamento é diferente da técnica da Cadeira Vazia implementada por um bom Psicólogo Cognitivista, pois a aplicação da técnica resulta da interação do cliente com o profissional e os recursos teóricos que cada profissional dispõe…Um Analista do Comportamento dispõe de recursos teóricos diferentes dos recursos de um Psicólogo Cognitivista, logo não há semelhança real, somente uma semelhança aparente. Esses Psicólogos irão interpretar o processo de aplicação dessa técnica de forma diferente.

Não acreditamos, também, que orientações teóricas possam ser unificadas com o objetivo de se implementar procedimentos e técnicas de intervenção na Psicologia, até por que, além de todas as argumentações expostas nos quatro parágrafos anteriores, existe o fato de que um bom psicólogo demora anos para se aprofundar nos pressupostos filosóficos e teóricos e saber utilizar corretamente técnicas e protocolos de observação. A graduação não passa nem perto de aprofundar esses conhecimentos. Bons psicólogos geralmente fazem cursos de formação e especialização em suas respectivas áreas teóricas e aplicadas para só depois sentirem-se seguros no que fazem. Alguns acreditam que precisam até mesmo de um mestrado e ou doutorado para se reconhecerem como Analistas do Comportamento ou Psicólogos Cognitivo-Comportamentais. Simplesmente não há tempo suficiente para aprofundar os estudos em orientações teóricas divergentes na vida de um ser humano normal…Todos precisamos comer, dormir, namorar e tomar banho, né?

As consequências do ecletismo teórico para a Psicologia enquanto profissão são devastadoras e assombrosas! Psicólogos que se baseiam em várias orientações teóricas para exercerem sua profissão mentem para si, para colegas, chefes e clientes. Psicólogos ecéticos acabam realizando intervenções pontuais e superficiais quando atuam, por que o entendimento e uso correto de um técnica perpassa pelo reconhecimento de que função ela terá no processo geral de intervenção e sem uma base teórica sólida isso é simplesmente impossível! Acabam sendo ineficazes por natureza,pois utilizam diversos parâmetros de avaliação para o seu trabalho…Quando os utilizam,né?

Como saberiam se uma intervenção foi eficaz e consequentemente se devem alterá-la se por vezes utilizam os parâmetros de avaliação do uma orientação teórica e por vezes utilizam os parâmetros de avaliação do outra orientação teórica?

Com relação ao desenvolvimento da Ciência temos que lembrar que sendo eclético o profissional não dispõe de tempo de se debruçar nos estudos de um prática a ponto de criticá-la e propor aos pesquisadores mudanças nos rumos das investigações. A área aplicada da Psicologia deve servir como teste das proposições obtidas em pesquisas, mas isso quase nunca é feito na nossa área. Imaginem como isso seria possível na Psicologia eclética?

As falhas de comunicação entre pesquisadores básicos, aplicados e profissionais é uma das barreiras para o desenvolvimento científico da Psicologia e o ecletismo teórico, por sua vez, impede o aprofundamento das discussões e o detalhamento dos processos devido à sua superficialidade inerente. Uma boa ciência deve caminhar para a síntese não ficar somente na análise e para isso é essencial o aprofundamento nos estudos e investigações.

Não é demais lembrar que existe uma grande diferença do psicólogo que se utiliza de várias orientações teóricas para embasar sua prática de um psicólogo que utiliza-se de várias técnicas, procurando entendê-las e utilizá-las a luz de sua orientação teórica. É o primeiro o objeto de análise do presente texto.

Podemos concluir que o que existe de comum entre os psicólogos que se utilizam, ou dizem se utilizar, de várias orientações teóricas diferentes é o egoísmo, a incompetência e o descompromisso com o desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão.

Referência Bibliográfica

Guilhardi,Hélio José, et al. Sobre comportamento e Cognição: expondo a variabilidade.1ª ed. Santo André, SP: ESETec Editores Associados,2005.v.15. 456 p.

Anderson de Moura Lima

2 thoughts on “O perigo do ecletismo teórico na Psicologia”

  1. Muito bons os questionamentos levantados, discordamos apenas da citação de Goebells, esta é a preceito para a publicidade e para o senso comum das massas, jamais se pode pensar que essa seja uma verdade central para a academia onde o pressuposto é o questinamento permanente de verdades estabelecidas enquanto suas práticas, para sua segurança, se pautem pelo empírico.

  2. Fran Haag disse:

    Eu, com todo respeito, discordo da sua opiniao. Nos Estados Unidos, eclecticism tem se mostrado uma das formas mais eficazes de terapia. Acho que vc confundiu eclecticism com "bagunca", o que eh bem diferente. Sou mestranda em Marriage and Family Therapy na California e faco uso de eclecticism com muito sucesso. Segue uma explicacao do que eh essa teoria (desculpa, esta em Ingles):

    "It's a pragmatic approach to therapy, meshing all of the above approaches together to fit the individualistic human being that sits before them for the first time with their particular problem.

    Unfortunately, since it is based upon individualism and pragmatism, many people confuse it with confusion itself. Good eclecticism is neither messy nor confused. For example, a typical eclectic approach in therapy is to view an individual from a psychodynamic perspective, but to use more active interventions, such as you might find in a cognitive-behavioral approach. That is, believe it or not, eclecticism. Most forms of this therapy are much more subtle and less distinct than that. For instance, I tend to view individuals who come into my office as much as through the patient's own eyes as possible, imagining their worldview and the system that goes to make up their problems. I look at things not only from what might be reinforcing unhealthy behaviors (behaviorism), but also unhealthy thoughts (cognitive), and how these all relate together to go and make up the individual human being sitting in front of me (humanistic). In eclecticism, there is no one right or guaranteed way of approaching any given problem. Each problem is tainted and changed by that individual's own history and way of viewing or perceiving his or her own problem. Therapists are flexible, working as a teacher for one patient, as a guide for another, or as a combination of all of the above for yet another.

    Eclectics use techniques, as mentioned above, from all schools of therapy. They may have a favorite theory or therapeutic technique that they tend to use more often or fall back on, but they are willing and often use all that are available to them. After all, the key here is to help the patient as quickly and as effectively as possible. Not to pigeon-hole them into some set way of looking at all people, whether it works for them or not. For instance, I have seen a lot of patients in which psychodynamic therapy techniques would have been useless and ineffective, because of time and verbal limitations (psychodynamic therapists basically agree that it is a most useful therapy for those who are more verbally-able, although the time 'constraint' can be argued). If I only practiced in that one vein (or, arguably in any one vein), I would automatically be excluding helping a lot of people." – John M. Grohol, Psy.D.

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