A mulher, por uma questão cultural, passou a representar o mistério, porque fisiologicamente os acontecimentos femininos como a menstruação e a gravidez ocorrem dentro do corpo. Por motivos como esses desenvolveu-se no imaginário social a idéia de que a mulher está próxima daquilo que é misterioso. Pode-se inferir que a noiva se atrasa para manter o “ar de mistério” e aparentemente possibilita uma auto-afirmação, que visa fazer com que ela se torne dona de si mesma, como uma mulher dona de seu próprio lar, e não mais como uma filha ou menina.Já o noivo deve aguardar sua esposa no altar, simbolizando um comportamento que tem como função mostrar a todos quem é o dono daquele território, e que sua noiva será uma guia para uma vida completa e feliz, na qual ele poderá assumir um papel provedor, organizador e de segurança do seu próprio lar. Dessa maneira, o encontro representaria a chance que os noivos teriam para entrar em uma nova etapa da vida, a adultez.
O que marca a principio, a formalização da saída da infância e da dependência afetiva e financeira dos pais. Além de possibilitar uma união marcada pela alteridade, onde o casal tem um período para reconhecerem a si mesmos como dois indivíduos com diferenças e semelhanças, tendo em comum o desejo de seguir o mesmo caminho. Nessa nova etapa da vida que iniciamos, temos aqueles que nos trazem os bons votos e a sabedoria da vida, os padrinhos de casamento. Estes geralmente se encontram próximos da meia-idade, e representariam a sabedoria adquirida na vida, estando disponíveis como figuras positivas que apóiam a união do casal.
A finalização deste processo de morte/renascimento se daria quando as alianças fossem trocadas, pois esse importante passo seria uma afirmacao física do pertencimento a um grupo único, que mesmo sendo coletivo, permite um espaço para a individualidade.