Pesquisa publicada no British Medical Journal revela que 75% dos dados dos pacientes que se submeteram a testes com o medicamento não foram publicados até hoje e que o que vem sendo divulgado, superestima seus benefícios.
Pesquisa publicada no British Medical Journal revela que 75% dos dados dos pacientes que se submeteram a testes com o medicamento não foram publicados até hoje e que o que vem sendo divulgado, superestima seus benefícios.
A Reboxina foi aprovada em diversos países da Europa em 1997, mas sua eficácia tem sido questionada por novos estudos desde 2001. Nos Estados Unidos, a venda do medicamento já foi proibida.
Um grupo de estudiosos do Institute For Quality And Efficiency In Health Care (IQWIG), da Alemanha, avaliou os benefícios e riscos do fármaco em um estudo com grupo controle que recebia placebo e um grupo de comparação, o qual foi submetido a testes com outra classe de medicamentos: os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina. Avaliaram também o impacto das publicações tendenciosas que versavam sobre a Reboxina.
Entre os dados avaliados, estão também 13 testes clínicos que não foram publicados; entre eles, 8 da Pfizer, fabricante do fármaco. Em geral, a qualidade dos testes foi boa, mas os pesquisadores observaram que em 74% dos pacientes o tratamento não demonstrou resultados.
A conclusão dos estudiosos foi de que o fármaco é ineficaz e potencialmente perigoso. Além de não apresentar vantagens em relação ao placebo e benefícios bastante inferiores com relação aos Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS), o número de pessoas que teve de
parar de tomar o remédio em decorrência de seus efeitos adversos foi bem maior do que aqueles que fizeram uso dos ISRS e do placebo.
Fonte: Revista Época.