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Psicanálise e a Psiquiatria: a medicalização do trauma na contemporaneidade

Fernanda Canavêz, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Regina Herzog, Professora Associada do Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica da Universidade Federal do Rio de Janeiro escreveram um artigo para  revista TEMPO PSICANALÍTICO, que tem como objetivo problematizar a questão das experiências traumáticas no campo psicanalítico e psiquiátrico na contemporaneidade.

Como citam as próprias autoras, embora o tema da violência não constitua novidade para as ciências humanas, muito se discute atualmente acerca dos efeitos desta para os sujeitos, não passando a psicanálise incólume por tais questões. As consequências da violência urbana estão na ordem do dia, como atestam os debates aquecidos em países mais afetados pelas desigualdades sociais, embora seu alcance tenha ultrapassado as barreiras nacionais.

Um trauma impõe questões igualmente contundentes ao discurso médico. As raízes da noção de trauma são identificadas no campo da medicina física como uma lesão provocada por agentes externos em um organismo.  Das neurociências às psicoterapias, a psicopatologia do trauma é tratada nesta perspectiva de modo a silenciar os sintomas, seja através de tratamento medicamentoso ou de psicoterapias que prometem, por exemplo, melhores habilidades neurais (Peres, Mercante & Nasello, 2005).

Vale mencionar de antemão que não faz parte dos objetivos do presente trabalho investigar o discurso médico-psiquiátrico e suas transformações como um mero contraponto identificatório à prática psicanalítica, mas compreender suas condições de emergência e analisar sua relação com esta última. A partir disso, pretende-se, por fim, delinear a contribuição que a psicanálise tem a oferecer na discussão sobre o trauma e seus destinos na atualidade.

Com informações: Tempo Psicanalítico

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