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As relações funcionais do comportamento autolesivo com as mudanças no ambiente

Um estudo realizado pelo psicólogos  Bruno Ceppi e Marcelo Benvenuti teve como objetivo analisar funcionalmente (através de estudos relacionados publicados anteriormente) as relações do comportamento autolesivo com mudanças no ambiente, análise esta desenvolvida através de estratégias experimentais que, por sua vez, destacou as mudanças ambientais relevantes a manutenção do comportamento supracitado.

Os comportamentos autolesivos, por definição, são ações que produzem dano físico ao próprio indivíduo, podendo manifestar forma crônica ou ainda padrões rítmicos ou repetitivos de intensidade, grau de lesão ou rompimento social. Através da análise funcional, desenvolvida no presente artigo, é possível estabelecer relações de dependência (usando-se a noção de contingência) entre tais comportamentos e mudanças ambientais; Há três tipos de situações que podem ser contingentes a aquisição e manutenção do comportamento autolesivo: reforçamento social positivo (como a atenção), reforçamento automático (por exemplo, a estimulação tátil) ou o reforçamento social negativo (eliminação de tarefas relacionadas ao âmbito acadêmico, por exemplo).

Com a análise funcional desenvolvida, percebeu-se que a incidência do comportamento autolesivo variou entre as três condições apresentadas, evidenciando que a ocorrência desse tipo de comportamento é dependente de diferentes consequências que o mesmo produz no ambiente; Com isso, é possível a escolha do tratamento comportamental adequado, delineando assim estratégias de rearranjo de contigências de comportamento e ambiente para a redução e eliminação do comportamento autolesivo. O estudo também, de maneira indireta, contribui para estimular a construção de métodos de análise funcional para diversos problemas comportamentais que desafiam psicólogos e psiquiatras.

Os autores concluem que as variáveis relacionadas ao comportamento autolesivo não se limitam somente as identificadas na análise funcional, já que é possível estabelecer correlação entre o comportamento supracitado e a Síndrome de Tourette, o histórico de abusos (emocionais e sexuais), a ideação suicida ou a demência frontotemporal.

CEPPI, Bruno; BENVENUTI, Marcelo. Análise funcional do comportamento autolesivo. Rev. psiquiatr. clín.,  São Paulo,  v. 38,  n. 6,   2011 .   Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832011000600006&lng=pt&nrm=iso. acessos em  03  abr.  2012.  http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832011000600006.

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