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A tolerância à frustração de presidiários brasileiros

Estudo realizado pelos psicólogos Elizelma Ortêncio Ferreira e Cláudio Garcia Capitão teve como objetivo avaliar o tipo de reação à frustração e os sentimentos agressivos em presidiários, verificando também a relação dependente entre os tipos de delito e o construto agressividade (através do teste de Frustração de Rosenzweig) , sendo que 125 presidiários de uma penitenciaria de segurança máxima do interior de São Paulo participaram da pesquisa.
Utilizando-se do supracitado teste (que propõe explorar as reações do indivíduo frente a situações de frustração) as respostas dadas pelos indivíduos testados foram classificadas em duas categorias, correspondente a direção e ao tipo da agressão; A direção da resposta indica para onde a agressão do indivíduo é direcionada quando frustrado, sendo subdividida em três categorias: extrapunitiva (agressão dirigida ao exterior), intrapunitiva (agressão direcionada ao próprio indivíduo) e impunitiva (onde a agressão é evitada e o indivíduo se conforma ou se contenta em esperar).

Analisando o resultado dos 125 presidiários submetidos ao teste, percebeu-se que o tipo de reação manifesta pelo indivíduo indica como ele impulsiona ou mantém a agressão, determinando assim o tipo de sua ação em resposta a estímulos externos; Utilizando-se da três categorias supracitadas (extrapunitiva, intrapunitiva e impunitiva) percebeu-se que a maioria dos participantes expressam mais sentimentos agressivos do que os reprimem, dirigem a agressão ao outro ou objetos equivalentes, e o fazem por meio de atuações ou ações motoras, o que indica baixa tolerância às frustrações e consequente falta de controle sobre seus impulsos agressivos.

De acordo com as respostas dos sujeitos, os mesmos tendem a agredir ou atribuir culpa ao outro em situações de frustração, o que sugere que o ego de tais indivíduos representa a parte mais importante da resposta (o ego ignora a responsabilidade, procurando atribuir a culpa as outras pessoas); Constata-se que poucos indivíduos apresentam tendência a encarar a situação de frustração como sem importância ou de maneira favorável, sugerindo que as funções do superego dos presidiários permanecem exteriorizadas e não implica em conflito intrapsíquico e, por isso, demonstram seus conflitos através de condutas antissociais.

Os autores da pesquisa apontam a dificuldade de uso da técnica utilizada, já que o teste aplicado não é padronizado para o Brasil e especialmente para presidiários; Por tal fato, os mesmos sugerem o futuro desenvolvimento da padronização para a população brasileira e, incluindo dados da vida pregressa dos presidiários (vida esta que normalmente é atribuída como status causal dos comportamentos antissociais cometidos posteriormente) possa elevar a confiabilidade nos resultados aferidos, além de elevar a credibilidade do profissional de psicologia que avalia a condição psicológica dentro de um contexto jurídico.

FERREIRA, Elizelma Ortêncio; CAPITAO, Cláudio Garcia. Investigação do grau de tolerância à frustração em presidiários. Aletheia,  Canoas,  n. 31, abr.  2010 .   Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942010000100009&lng=pt&nrm=iso. acessos em  18  abr.  2012.

One thought on “A tolerância à frustração de presidiários brasileiros”

  1. COMO VAMOS AJUDAR OS PRESOS, NO BRASIL A VIVER DE NOVO EM SOCIEDADE, SE OS PRÓPRIOS PROFESSORES QUE ENSINAM A ELES NÃO TEM FAMILIA, SOLIDAS, MAIS ELES ´SO VÃO FALAR BESTEIRAS E SAFADEZAS O SABIDO, GANHA DOS OUTROS, SÓ PARA APRENDER A SER UM LADRAO. MAIS QUE ELE ENTROU

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