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O uso de álcool por adolescentes e suas consequências cognitivas

Estudo desenvolvido pelos profissionais Patrícia Santos Teixeira, Maria Cristina Bergonzoni Stefanini, Raul Aragão Martins e Luciana Aparecida Nogueira da Cruz teve como objetivo desenvolver e investigar a relação entre o consumo de álcool pelos adolescentes e a apresentação de sintomas depressivos e de que maneira o consumo supracitado afeta o desenvolvimento cognitivo do jovem.
Participaram da pesquisa 127 alunos de duas escolas do interior do Estado de São Paulo, sendo que a pesquisa contou com duas etapas interdependentes: Na primeira etapa fora realizado um levantamento inicial, onde se realizou a identificação dos alunos participantes; Na segunda etapa, através de uma entrevista, fora feita a classificação do desenvolvimento cognitivo dos sujeitos e, através dos testes Audit e BDI verificou-se quais participantes consumiam bebidas alcoólicas em excesso e aqueles que faziam uso moderado ou eram abstêmios além da identificação dos grupos de adolescentes que apresentavam sintomas depressivos, sendo que, a partir disso, foram formados quatro grupos; Para a avaliação do desenvolvimento cognitivo foram escolhidas três provas operatórias (de obra de Jean Piaget) para o pensamento formal, sendo elas a prova de combinação de fichas duplas para pensamento formal, permutações possíveis com um conjunto determinado de fichas (para o pensamento formal) e Torre de Hanói.

Como já citado, os adolescentes foram divididos em quatro grupos: alunos que consomem álcool em excesso e não apresentam depressão, alunos que não consomem álcool e não apresentam depressão, alunos que consomem álcool em excesso e apresentam depressão e o grupo de alunos que não consome álcool e apresenta depressão.

Com a análise dos resultados, observa-se que não há relação efetiva entre o uso de álcool, o comportamento depressivo e o desenvolvimento cognitivo, sendo que os resultados não corresponderam ao esperado; Como a hipótese esperada pelo estudo fora refutada, os autores levantam duas suposições: de que as consequências da relação entre o consumo de substâncias psicoativas e déficit cognitivo são tardias (sendo que os efeitos do álcool podem ser futuramente prejudiciais ao estudante) e que a amostra estudada fora pequena e, consequentemente, os dados não foram significativos.

No que tange os aspectos preventivos da pesquisa, salienta-se duas informações importantes colhidas através das declarações dos próprios estudantes: os mesmos dizem beber em família, mas afirmam não comprar o produto, recebendo-o de outra pessoa.

Os autores concluem que, a partir das informações desta pesquisa, programas que visam a redução de danos em relação ao uso de álcool não podem deixar de considerar os papéis e ações da escola e da família, ou seja, deve-se conhecer que o bebedor jovem consome em família, e que a escola pode não estar aproveitando e estimulando seu potencial cognitivo de maneira adequada.

TEIXEIRA, Patrícia Santos et al . Desenvolvimento cognitivo e sintomas depressivos em adolescentes que fazem uso de bebidas alcoólicas. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.),  Ribeirão Preto,  v. 7,  n. 1, abr.  2011 .   Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-69762011000100002&lng=pt&nrm=iso. acessos em  02  maio  2012.

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