Resolução recentemente adotada e publicada pela American Psychological Association (APA) aponta aspectos relacionados ao reconhecimento da efetividade da Psicoterapia.
O texto apresenta aspectos relacionados às definições, as pesquisas em relação aos efeitos da psicoterapia, a efetividade relacionada às políticas públicas de saúde e efetividade em populações diversas, definições estas baseadas em estudos.
A resolução, no que tange a efetividade da psicoterapia, aponta que os resultados da mesma tendem a durar mais e os pacientes submetidos à psicoterapia estão menos propensos a necessidade de tratamentos adicionais; A resolução apresenta o exemplo do tratamento de depressão e transtornos de ansiedade, onde os pacientes/clientes da psicoterapia adquirem um variedade de habilidades que são usadas após o término do tratamento e geralmente continuam a desenvolver-se após tal término.
Para a maioria dos transtornos psicológicos, aponta a resolução, as evidências de rigorosos estudos clínicos demonstraram uma variedade de psicoterapias efetivas em crianças, adultos e idosos. Os estudos normalmente demonstram grandes benefícios da psicoterapia em comparação a indivíduos não tratados, confirmando a eficácia da psicoterapia em diversas condições e situações.
Em contraste as diferenças de resultado entre os tratados com psicoterapia e os não tratados, as diferentes formas de psicoterapia normalmente produzem resultados relativamente similares, aponta a resolução. As comparações entre as diferentes formas de psicoterapia geralmente resultam em diferenças não significativas, sendo que fatores contextuais e relacionais tendem a moderar ou mediar os resultados; As psicoterapias válidas e estruturadas são extremamente equivalentes em efetividade, sendo que as características do paciente e do psicoterapeuta (características estas geralmente não apreendidas pelo diagnóstico do paciente ou pelo uso específico da psicoterapia pelo terapeuta) afetam os resultados, aponta também a resolução.
A resolução aponta também, baseando-se em estudos, diversos outros aspectos pertinentes, como a constante evolução dos estudos em psicoterapia para avaliar quando os possíveis efeitos negativos e positivos da psicoterapia ocorrem, as variáveis cliente/paciente e terapeuta, entre outras situações.
As resoluções apontam também a efetividade relacionada às políticas de saúde, a resolução aponta que os efeitos produzidos pela psicoterapia – incluindo os efeitos em grupos de diferentes idades e em muitos transtornos mentais – excedem ou são comparados aos efeitos produzidos por muitos tratamento farmacológicos, sendo que alguns tratamentos médicos e procedimentos possuem muitos efeitos adversos e são relativamente mais caros que o custo de uma psicoterapia, sendo que pacientes diagnosticados com transtornos mentais e que receberam tratamento psicoterápico tiveram seus custos médicos reduzidos em 17%, comparado a um aumento de 12.3% em tais custos em indivíduos não tratados.
Segundo a resolução, há um grande quantidade de evidências que demonstram a psicoterapia como tratamento rentável que reduzem a invalidez, a morbidade e a mortalidade, aumentando a efetividade no trabalho e a diminuição em internações psiquiátricas, além de levar a redução do uso não necessário de medicamentos e procedimentos cirúrgicos.
Entre outros diversos aspectos demonstrados que compõem a Resolução, o documento conclui que como prática profissional e de saúde, a psicoterapia é efetiva e extremamente rentável, sendo que em experimentos controlados e na prática clínica, a psicoterapia demonstrou resultados em benefícios que excedem aqueles vividos por indivíduos que necessitavam de serviços de saúde mental porém não receberam psicoterapia; Consequentemente, a psicoterapia deveria ser incluída no sistema público de saúde como uma prática baseada em evidências.
Por fim, a APA aponta que apoia a continuação dos estudos e pesquisas que demonstrem a efetividade e eficácia da psicoterapia, além de educar a população acerca de tal efetividade, dar suporte aos sistemas jurídicos para inclusão e reconhecimento formal da psicoterapia no sistema de saúde, ajudar a assegurar as políticas de acesso à psicoterapia no sistema de saúde – com particular atenção a adesão das necessidades das populações carentes – e encorajar a integração da pesquisa e prática.
Acompanhe a Resolução na íntegra através deste link.
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Trata da efetividade da psicoterapia nos mais diversos espaços de atuação. Interessante para se repensar a real utilidade de fármacos, e porque estão tão presentes nos dispositivos de saúde.
Informação relevante, sobretudo para os que acreditam que apenas medicalizar é a forma mais rentável e efetiva de resolver o sofrimento subjetivo