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Socialização: Reforço e Modelagem

Darlan de Almeida Lima – Estudante do Curso de Psicologia da Estácio – Ceará.
Alexandre de Mello Diederichs – Estudante do Curso de Psicologia da Estácio – Ceará.
Joelson Alves da Silva – Estudante do Curso de Psicologia da Estácio – Ceará.
João Caetano Junior – Estudante do Curso de Psicologia da Estácio – Ceará.
Resumo: Este artigo sugere uma reflexão teórica acerca da ação do reforço para modelagem e consequentemente socialização do animal pelo homem. A observação de reflexos condicionados envolve os estímulos (reforçamentos) como parte do processo de aprendizagem, onde o desempenho está associado à modelação, pelo incentivo à habituação, onde o comportamento é escolhido, modificando o meio, gerando aprendizagem incluindo a domesticação; dessa forma os cães passam a responder não apenas de acordo com as contingências do meio, mas, preferencialmente, de acordo com aquelas eliciadas pelos humanos, o que explica a disposição dos cães em responder às contingências humanas cujo foco está na indução à estimulação de tarefas envolvendo gestos comunicativos de treinadores, tendo sensibilidade para responder aos controles emitidos de comandos, que gera no homem a realização de um grande número de raças obtidas no controle e manipulação genética, bem como a produção de novas formas de comportamento operante pelo reforço de aproximações sucessivas ao comportamento, numa integração homem-cão, benéfica para a saúde física e saúde mental do ser humano.

 
1. Início
A observação de reflexos inatos ou condicionados envolve os estímulos (reforçamentos) como parte do processo de aprendizagem, onde o desempenho está associado à modelação, pelo incentivo à habituação, onde o comportamento é escolhido, modificando o meio, gerando aprendizagem incluindo a domesticação.
Segundo Vila e cols. (1997), os seres humanos têm exercido controle de reforços aos animais usando comida e água, há muito tempo; dessa forma os cães passam a responder não apenas de acordo com as contingências do meio, mas, preferencialmente, de acordo com aquelas eliciadas pelos humanos (Udell & Wynne, 2008).
Além desta ontogenia, as pessoas têm sido responsáveis pelo controle filogenético dos cães, que são selecionados por cruzamentos planejados para refinamento de características comportamentais ensejados pelos criadores (Udell & Wynne, 2008). Assim, a domesticação explica a disposição dos cães em responder às contingências humanas (Udell & Wynne, 2008), uma vez que os cães obedientes são preferidos para a reprodução comercial quanto para a companhia dos donos.
No toque do trato que envolve as habilidades sociais e comunicativas com os animais, diante da inibição do animal, o foco está na indução à estimulação de tarefas aonde se elicia uma modificação no comportamento inato pelo condicionamento que inclui a possibilidade de exclusão (pôr em extinção outro comportamento), cuja generalização denota uma interrelação do animal com os que o cercam após condicionado.
Muitos teóricos têm discutido sobre as habilidades sociais e comunicativas entre homens e cães (Cooper, Ashton, Bishop, West, Mills, & Young, 2003; Wobber, 2005). Também, Tem-se verificado que os cães resolvem tarefas envolvendo gestos comunicativos de treinadores de forma mais fácil que primatas não-humanos (e.g. Soproni, Miklósi, Csányi, & Topál, 2001).
Segundo (Kaminski e cols., 2004), há indícios de que os cães podem responder por exclusão similar aos humanos, tendo sensibilidade para responder aos controles emitidos por humanos (Call e cols., 2003).
Conforme Dixon, (1977), os cães podem responder por exclusão, definido brevemente qual a escolha da alternativa correta, não respondendo às demais.
Zimen (1981) ressalta que a inteligência dos cães varia conforme as raças aonde algumas são mais sensíveis a treino e aprendizado de comandos.
Entre a satisfação do reforço e a punição (que envolve a integração entre homem e animal), numa possível situação de fuga, existe uma lei do efeito, aonde em tentativas e erros, se percebe uma motivação no sentido de que a gratificação dá exibição de sinais de condicionamento operante.
Conforme Kitagawa & Coutinho (2004),a integração homem-cão, tem sido benéfica para a saúde física e saúde mental do ser humano, proporcionando relaxamento e carinho com o animal de estimação.
Além disso, Wilsson & Sundgren (1997) afirmam que o cão passou a ser treinado para execução de atividades conforme o potencial apropriado, gerando um grande número de raças obtidas no controle e manipulação genética por seleção de indivíduos e cruzamentos programados para obter destaque em características desejadas.
Conforme Range et al. (2008) os cães respondem discriminadamente a classes de estímulos visuais, em comportamento pré-simbólico e simbólico, tendo em vista as prováveis semelhanças comportamentais (Cooper et al., 2003; Wobber, 2005).
Segundo o Dicionário de Psicologia APA, a Modelagem é a produção de novas formas de comportamento operante pelo reforço de aproximações sucessivas ao comportamento; também denominado approximation coditioning; modelagem comportamental.
A modelagem é uma variedade de seleção que seria o paralelo ontogenético da seleção filogenética que ocorre na evolução biológica (Donahoe, Burgos, & Palmer, 1993). Essa relação é mais óbvia quando usada por um treinador humano, como no ensino de habilidades a um cão (…) (Cf. Pryor, 1985; Squier,1993).

 
2. Considerações finais
A socialização do animal pelo homem gera uma realização social, financeira e psicológica, numa integração homem-cão, benéfica para a saúde física e saúde mental do ser humano.

 
REFERÊNCIAS
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