Torna-se cada vez mais necessário promover a educação sexual no âmbito escolar, a fim de repensar tabus, mitos e preconceitos há tempos araigados em nossa cultura social.
O caráter de urgência se ressalta ainda mais, uma vez que esse assunto invade a vida do adolescente, inferindo em suas atitudes, fortemente influenciadas pela ativação hormonal da puberdade e pela mídia, que assume plano destacado em seu comportamento.
A orientação sexual na escola contribui para preservação de problemas graves, como gravidez indesejada, abuso sexual, aborto, prostituição e pornografia, além de abrir espaços para discussões sobre a iniciação sexual, masturbação, menstruação, namoro, homossexualidade e outras questões e curiosidade inerentes à idade.
Este trabalho repercute na elaboração e redirecionamento de valores éticos e de juízos estéticos para que os adolescentes possam posicionar-se diante da realidade. Por esta razão, torna-se necessário diálogo e parceria entre os envolvidos: pais, alunos, educadores, para verdadeira efetivação do processo educacional.
Em decorrência de uma fase singular, onde o adolescente se abre para novas experiências no campo relacional, fase conhecida como adolescência, o tema orientação sexual, surge com muita força e também como elemento motivador de várias aprendizagens. A curiosidade dos adolescentes pelo assunto contribui ainda mais para seu desenvolvimento, por este motivo houve a necessidade de implantar este projeto para que os adolescentes possam refletir e promover a construção de condutas sexuais orientadas. A partir desta perspectiva fazer com que os alunos reflitam sobre suas atitudes em relação a sua própria sexualidade, com isso ampliando a consciência sobre cuidados necessários para a prevenção desses problemas.
Ao tratar deste tema Orientação Sexual, buscou-se considerar a sexualidade como algo inerente à vida e a saúde, que se expressa no ser humano, do nascimento até a morte. Relacionam-se com o direito ao prazer e ao exercício da sexualidade com responsabilidade. Englobam as relações de gênero, o respeito a si e aos outros e a diversidade de crenças, valores, e expressões culturais.
A partir da década de 70, em decorrência das mudanças de comportamentos ocorridos na década anterior, a exemplo do movimento feminista e outros movimentos sociais intensificaram-se as discussões acerca da inclusão da temática sexualidade no currículo escolar. Nesse sentido, evidenciou – se a necessidade de repensar o papel da escola e dos conteúdos por ela trabalhado, tendo em vista a formação de novos comportamentos e consequente transformação da realidade social.
A escola, no intuito de desenvolver uma visão mais ampla das experiências vividas pelos sujeitos que dela participam desempenha um importante papel na orientação acerca da temática sexualidade, mediante a adoção de atitudes preventivas como condição para a saúde, a vida, e o bem – estar do ser humano.
Portanto, torna-se essencial promover e fortalecer a participação ativa dos sujeitos envolvidos no processo educativo, visando adota-los de conhecimentos e habilidades que auxiliem na adoção de comportamento crítico responsável.
Em virtude da vulnerabilidade a que as pessoas poderão estar expostas, a população adolescente e jovem encontra-se suscetível às doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), AIDS e gravidez precoce, devido a diversos fatores, dentre eles: falta de diálogo ou a ausência de uma orientação sexual.
Obviamente, alguns jovens estão mais vulneráveis que outros, pois além de vivenciarem as mudanças próprias da idade, ainda se deparam com as mudanças relacionadas à estrutura familiar e às condições de vida, pobreza, desemprego, baixa escolaridade, aos serviços de saúde e meios de prevenção.
Conforme revelam inúmeras experiências educativas, a abordagem da sexualidade no âmbito da educação precisa ser clara, para reduzir a sua complexidade; ser flexível para atender os conteúdos e situações diversas e sistemáticas, para possibilitar aprendizagem e desenvolvimento crescente.
De acordo com que declaram os PCN’s acerca da orientação sexual com um tema transversal, “será por meio do diálogo, reflexão e da possibilidade de reconstruir as informações pautado – se sempre pelo respeito a si próprio e ao outro, que o aluno conseguirá transformar ou reafirmar concepções e princípios, transformando de maneira significativa seu próprio código de valores” (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1998, p307).
Tendo em vista o papel da educação e a função da escola no desenvolvimento de relações intelectuais, sociais e afetivas, o artigo Sexualidade e Prevenção foram desenvolvidos com ênfase na aprendizagem do comportamento necessário à prevenção.
O artigo está mais voltado para orientação e prevenção que levem a um comportamento responsável, ou seja, preocupa-se em transformar saberes em prática efetiva, para melhoria qualitativa das condições de vida e saúde.
Referências
– Foucaut, Michel. A historia da sexualidade 1: a vontade de saber. 12. ed. Rio de Janeiro: Grral, 1997.
– VITTIELLO, Nelson. Um breve histórico do estudo da sexualidade humana. Revista brasileira medicina Vo. 55, 1998.
-Ribeiro, M. Sexo sem mistérios. Rio de Janeiro. Rosa dos Tempos, 1992.
-portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro102.pdf