Uma unidade primordial em que o masculino e o feminino estão unidos inconscientemente. Entre muitas imagens, o UROBOROS é notavelmente simbólico de tal estado não-diferenciado.
Muito embora o termo seja aplicado a um estado bissexual, e alquimicamente seja com freqüência referido como "aquele para o qual o opus é empreendido", a transformação final, embora hermafrodítica, é melhor definida como andrógina. Como a substância inicial, chamada de prima materia pelos alquimistas, é aquela em que aspectos masculino-espirituais e feminino-corporais estão fundidos, o fim do processo, o lapis, também encerrará os dois, porém em formas diferenciadas, co-existentes e co-iguais.
Jung achou monstruosa a figura do hermafrodita e sentia que de modo algum fazia jus ao ideal e ao objetivo da arte da Alquimia. Achava que se um objetivo espiritual tão elevado podia ser expresso por esse símbolo tão chocante, devia-se ao fato de que o alquimista não podia se libertar do domínio da sexualidade inconsciente e instintiva porque situava-se à margem de um quadro de referência psicológico ou religioso. Quando, porém, consideramos a Alquimia como uma projeção do que modernamente chamamos processos do inconsciente, a extraordinária fascinação e contínua ênfase no simbolismo do hermafrodita dão um parâmetro das dificuldades do trabalho com esse particular par de opostos masculino e feminino, durante os estágios iniciais da análise.