Termo geral que se refere aos componentes orais da sexualidade, a manifestações de conflito instintivo em relação ao estágio oral do desenvolvimento sexual, a manifestações que indicam fixação no estágio oral do desenvolvimento, e a manifestações de erogeneidade oral. A oralidade é preponderante na psicose maníaco-depressiva e na dependência química. Uma ambição impetuosa no campo da oratória ou da construção de discursos baseia-se freqüentemente em conflitos orais. A excessiva generosidade numa pessoa tem freqüentemente o seguinte significado: "Assim como eu inundo você de amor, também quero ser inundado de amor"; esse mecanismo é típico da pessoa receptiva oral. A pessoa oral-sádica manifesta freqüentemente uma extrema avareza e mesquinhez: "Você deve compensar de algum modo o amor que me é negado". Volubilidade, inquietação, pressa e uma tendência para o silêncio obstinado também indicam uma oralidade extrema. E. Bergler (Psychiatric Quarterly, 19, 1945) acredita que o mecanismo de oralidade é o seguinte: (1) através do seu comportamento, a pessoa provoca desapontamento, identificando assim o mundo exterior com a mãe rejeitadora, pré-edipiana; (2) a pessoa torna-se agressiva, aparentemente em autodefesa; (3) ela se entrega a lamentações de auto-piedade, uma manifestação de seu masoquismo psíquico.
Provavelmente por razões biológicas, as principais energias da criança concentram-se primeiro na área da boca – a alimentação é a sua mais importante função e a realidade pouco mais exige dela. A oralidade é, em essência, uma das etapas da aprendizagem e, nesse estágio do desenvolvimento ontogenético, as tensões e angústias originam-se primordialmente em complexos processos fisiológicos que produzem fome. A gratificação segue-se à estimulação da área da boba, e a estimulação oral é o que a criança busca, por causa do prazer que ela lhe proporciona.