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UNODC e ONG japonesa financiam prevenção às drogas em Brasília

Brasília, 20 de maio de 2005 – O Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crime (UNODC) e a ONG japonesa Drug Abuse Prevention Center (DAPC) anunciaram a doação de US$ 8.700,00 (cerca de R$ 21 mil) para o Adolescentro, serviço de atendimento às famílias de adolescentes usuários de drogas do Distrito Federal. Os recursos serão utilizados para capacitar novos profissionais (médicos, enfermeiras, psicólogos e assistentes sociais) e adquirir equipamentos de informática.

Fonte:[url=http://www.unodc.org/brazil/pt/press_release_2005-05-20.html]UNODC Brasil e Cone Sul[/url]Brasília, 20 de maio de 2005 – O Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crime (UNODC) e a ONG japonesa Drug Abuse Prevention Center (DAPC) anunciaram a doação de US$ 8.700,00 (cerca de R$ 21 mil) para o Adolescentro, serviço de atendimento às famílias de adolescentes usuários de drogas do Distrito Federal. Os recursos serão utilizados para capacitar novos profissionais (médicos, enfermeiras, psicólogos e assistentes sociais) e adquirir equipamentos de informática.

Fonte:[url=http://www.unodc.org/brazil/pt/press_release_2005-05-20.html]UNODC Brasil e Cone Sul[/url]Atualmente, o Adolescentro apóia 45 famílias e realiza 700 atendimentos mensais, com o apoio da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. A doação dos recursos foi anunciada na última quarta-feira (dia 18 de maio) pelo representante do UNODC para o Brasil e Cone Sul, Giovanni Quaglia, pelo segundo-secretário da Embaixada do Japão, Satoshi Onodera e pelo diretor do Adolescentro, Valdi Craveiro. Também participaram da solenidade o secretário adjunto de Saúde do GDF, Mário Sérgio Nunes, a coordenadora de Prevenção da Secretaria Nacional Antidrogas, Doralice Oliveira e cerca de quarenta famílias atendidas pelo Adolescentro.

Protagonismo juvenil – A ONG Drug Abuse Prevention Center arrecada recursos para projetos de redução do uso de drogas em todo o mundo. Em parceria com o UNODC, ela atua em todo o mundo e já repassou mais de US$ 3,9 milhões. A ONG foi criada pelo governo japonês, é formada por jovens e arrecada recursos por meio de campanhas de prevenção às drogas. O segundo-secretário da Embaixada do Japão, Satoshi Onodera, disse que seu país continuará cooperando nessa área. “Transmitiremos ao governo japonês a seriedade de iniciativas como a do Adolescentro para encorajar novas parcerias no futuro”.

O representante do UNODC, Giovanni Quaglia, ressaltou que o Adolescentro foi o projeto escolhido para receber a doação por sua “seriedade e inovação”. Ele lembrou que o apoio da ONG japonesa é resultado de recursos doados por jovens japoneses para jovens brasileiros. “Essa ajuda de jovem para jovem canalizada por meio de um organismo internacional também poderia ser feita no Brasil, para países de desenvolvimento médio”, ressaltou. Para ele, o trabalho do Adolescentro pode contribuir para reduzir o número de adolescentes infratores no DF. “Os adolescentes que se envolvem com a criminalidade estão, quase sempre, envolvidos com drogas. Esse projeto orienta os pais a lidarem com seus filhos de modo a ajuda-los a saírem de situações de risco”, observa.

Pais e filhos – Para o diretor do Adolescentro, o pediatra e hebiatra (especialista em adolescentes) Valdi Craveiro, o grande desafio do projeto é auxiliar os pais no entendimento de que a mudança de uma situação envolvendo o uso de drogas começa pela melhoria na relação familiar. Segundo ele, “os maiores psicólogos dos filhos são os próprios pais. É alimentando uma relação de apoio diante do problema e dando carinho a seus filhos que os resultados positivos começam a aparecer”. Nesse cenário, o Adolescentro funciona como centro de aprendizagem na orientação de pais que vivenciam o problema do uso de drogas na família. A idéia é incentivá-los a tecer elogios, a usar o diálogo em vez da ameaça e a distinguir as diferenças entre o filho e o comportamento de uso de drogas não-aceito. Além disso, ressaltar para os pais que não “não se deve desistir jamais”.

Depoimentos – As reuniões no Adolescentro funcionam como espaço de debate e reflexão. As famílias expõem problemas, apontam soluções de mudança e compartilham relatos pessoais, sempre orientadas pelo coordenador Valdi Craveiro. O objetivo é que cada família possa aplicar os conhecimentos adquiridos dentro do lar e fortalecer-se no enfrentamento ao problema. Após 16 anos de atuação, os depoimentos dos familiares mostram o sucesso da estratégia adotada pelo Adolescentro no apoio às famílias de usuários adolescentes de drogas.

O filho de Rita Ferreira tinha 17 anos quando se tornou usuário de drogas. O menino foi detido por porte de maconha e encaminhado ao Juizado de Menores. Por sugestão do Juizado, Rita procurou o Adolescentro para receber orientações sobre como lidar com aquela situação. O filho foi submetido a terapias e tratamentos em clínicas que não surtiram efeitos. “Quem mudou primeiro fui eu”, conta a mãe, que passou a valorizar o diálogo familiar e a relação com seu filho, que abandonou completamente o uso de drogas.

O pai Edson Sampaio já havia tentado terapias e internações clínicas para enfrentar os problemas do filho de 20 anos, usuário de cocaína e ecstasy. Após ingressar no Adolescentro, passou a investir na busca de mais amorosidade dentro de casa. Entre as estratégias adotadas, estava o compromisso de dar três abraços diários no filho. Hoje, um ano depois, o filho voltou a estudar e parou de usar ecstasy e cocaína. No entanto, segundo o pai, ele ainda utiliza, mesmo que raramente, maconha. “Estamos caminhando para uma vitória”, diz.

Oficina digital – Segundo Valdi Craveiro, os computadores adquiridos com os recursos doados pelo UNODC e pela DAPC serão usados para criar uma “oficina digital”. Ele explica que o objetivo da oficina e atrair a participação dos jovens e, com isso, “transformá-lo em sujeito de sua história de vida e da sua saúde”. Paralelamente, os profissionais capacitados pelo projeto atuarão como facilitadores dos grupos de pais atendidos pelo Adolescentro. Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, todo o projeto será executado em um prazo de dez meses. O secretário adjunto de Saúde do DF, Mário Sérgio Nunes, ressaltou “a importância do projeto e o excelente trabalho do Adolescentro”.

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