O morador de rua Manoel Menezes da Silva, internado desde o dia 13 de maio no Hospital Psiquiátrico Pinel, em Pirituba (zona norte de São Paulo), recebeu alta ontem e foi levado para a Oficina Boracea (centro), um abrigo para populações de rua.
Fonte:[url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2505200514%2ehtm]UOL[/url]O morador de rua Manoel Menezes da Silva, internado desde o dia 13 de maio no Hospital Psiquiátrico Pinel, em Pirituba (zona norte de São Paulo), recebeu alta ontem e foi levado para a Oficina Boracea (centro), um abrigo para populações de rua.
Fonte:[url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2505200514%2ehtm]UOL[/url]Menezes da Silva foi retirado no último dia 10 da praça Pereira Coutinho, na Vila Nova Conceição, zona sul, onde se encontram os empreendimentos imobiliários com metro quadrado de área construída mais caro de São Paulo. Levado ao Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (Caism) para avaliação psiquiátrica, recebeu diagnóstico de “demência” e foi encaminhado para o Pinel, um hospital estadual.
Ontem, Reynaldo Mapelli Júnior e Anna Trotta Yaryd, promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial da Saúde Pública e da Saúde do Consumidor do Ministério Público do Estado de São Paulo, acompanhados do médico Ocimar Azzolini, da Vigilância Sanitária Estadual, chegaram ao Pinel às 18h, para pedir esclarecimentos ao diretor do hospital, Eduardo Guidolin, sobre a internação. Ficaram reunidos até 20h45, quando foi decidida a desinternação.
Na segunda-feira, o ministério público instaurou inquérito para apurar a legalidade da internação. “Por tudo o que levantamos sobre esse caso, não havia justificativa alguma para a permanência do senhor Manoel Menezes da Silva na internação”, disse o promotor Mapelli Jr.
Anteontem, durante visita ao morador de rua, o deputado estadual Adriano Diogo (PT) disse que “a reclusão no hospital parece obedecer a uma lógica higienista, que pretende “limpar” a cidade desse “incômodo social” que são os moradores de rua, os mais excluídos entre os excluídos”.
Ao dar alta para o paciente, o diretor do Pinel defendeu a internação. Disse que havia indícios sérios de que o morador de rua estivesse em um quadro “agudo” de transtorno mental. Indagado sobre quais eram esses indícios, Guidolin alegou impedimentos éticos para descrevê-los.
Ao sair, Manoel Menezes da Silva usava um lenço enrolado na cabeça -chovia e ele sentia frio na cabeça recém-raspada. Sorrindo, dizia que queria ir para a avenida Afonso Brás, próxima à praça Pereira Coutinho. “Eu preciso ir pra lá encontrar os meus amigos. Eles vão me dar um cobertor para esse frio”, disse.
Hoje, Manoel Menezes será entrevistado por assistentes sociais, e encaminhado para sua família ou para outro albergue.