Para fazer amizades e conviver bem em sociedade torna-se necessário que
o indivíduo adquira um repertório comportamental adequado e saiba discriminar as
respostas adequadas para o contexto em que está interagindo no momento (Caballo,
1999). Considerando os princípios da Teoria da Aprendizagem Social esse trabalho
traz o relato de um atendimento clínico realizado em uma Clínica–Escola de
Psicologia no município de Araras – SP, com uma adolescente de 15 anos de idade,
sexo feminino, estudante do 1º ano do Ensino Médio, que apresentava as seguintes
queixas comportamentais: dificuldades para iniciar diálogos com pessoas
estranhas, medo de ser julgada pelos outros, aversão a pessoas “metidas” e
inassertividade. Verificou-se que a cliente tinha uma preocupação excessiva com
o que as outras pessoas pensavam dela e conseqüentemente ela passou a se
esquivar de novas relações sociais, mantendo vínculo apenas com familiares, com
as amigas da irmã e da escola que estudava no ano a!
nterior. Como o seu repertório social era muito restrito e se limitava a casa e
escola, tinha apenas como modelo social a irmã mais velha, que tinha mais
amigas, liderava a turma da formatura e freqüentava constantemente festas, no
entanto se apresentava como controladora dos comportamentos da cliente. Foram
realizados 12 atendimentos utilizando-se das técnicas em habilidades sociais.
Inicialmente foram levantadas as situações aversivas e as situações
reforçadoras. Discriminadas as situações aversivas e reforçadoras, o próximo
passo foi o treino de assertividade, modelação de comportamentos adequados para
sua idade (gestos, contato físico e verbal); modelagem (reforçamento por
aproximação dos comportamentos adequados) e ensaio comportamental através de
dramatização de cenas do cotidiano que a colocasse em contato com o estímulo
aversivo; sendo sempre utilizado o reforçamento dos comportamentos adequados
adquiridos no decorrer da terapia. Após a intervenção observou-se um aume!
nto de repertório comportamental da cliente que passou a sair mais com as amigas
(ir às festas, ao cinema), fazer novas amizades e a discriminar as situações
aversivas e se comportar de maneira adequada diante de tais situações, sempre
levando em consideração seus próprios valores.
Palavras – chaves: atendimento clínico-comportamental com adolescentes;
habilidades sociais.
Autores: Elizângela Cristina Bianco
Adriana Daher Baptista (O)
Instituição: Centro Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS