Thiago de Almeida – Universidade de São Paulo
Resumo: Sabe-se que ser ou não homossexual não se trata meramente de uma escolha deliberada dentre determinadas alternativas dadas. Do mesmo modo que acontece com o heterossexual, que não escolhe deliberadamente em estar ou não nessa condição, o homossexual também é fruto das contingências de reforçamento, culturais e de sobrevivência que determinam o seu comportamento. Independentemente disso, a orientação do desejo sexual presente em humanos e em não humanos é a heterossexual. Neste sentido, muito do que se pensa a respeito da afiliação homoerótica fundamenta-se preponderantemente em critérios freqüentemente estatísticos desvinculados de um contexto maior que considere outros fatores, por se “contrapor” ao majoritário comportamento afiliativo heterossexual.
Dessa forma, a homossexualidade, ao longo da história da humanidade, já foi considerada pecado, crime e doença. A punição para a homossexualidade na forma do comportamento homofóbico vem sendo fortalecida há séculos e transmitida como legado cultural de geração em geração por meio de práticas culturais que mantém esse tipo de comportamento. Contudo, será que a orientação é determinada somente pelas contingências? O que é a homofobia à luz da Tríplice contingência? Quais os fatores que podem explicar a manutenção desse comportamento e como caminharmos para tentarmos erradicar este conjunto de comportamentos relacionados à homofobia? Como a Análise do Comportamento a partir do seu arcabouço teórico pode nos orientar a compreender e a dirimir a prática da homofobia enquanto uma prática coercitiva? Trata-se, nesse trabalho, de apresentar alternativas de intervenção e interpretação da homofobia com base em princípios bem estabelecidos da Análise do Comportamento.