No uso corrente, equivale aproximadamente à personalidade; consiste na totalidade do comportamento que pode ser observável e da experiência interior descrita subjetivamente. Inclui os padrões de comportamento característicos (e, em certa medida, previsíveis) que cada pessoa desenvolve, consciente e inconscientemente, como seu estilo de vida ou modo de ser, adaptando-se ao seu meio ambiente e mantendo uma relação estável e recíproca com o meio humano e não-humano. O caráter ou personalidade reflete a natureza do sistema de defesa psicológica da pessoa, suas manobras autoplásticas e aloplásticas, e as defesas do ego, que ela emprega automática e habitualmente a fim de manter a estabilidade intrapsíquica. O caráter é a agência por cujo intermédio as forças pessoais interiores e as forças ambientais exteriores se conjugam, são criticamente avaliadas e sob cuja influência a pessoa age; por outras palavras, é um ajuste entre as pulsões internas, as reivindicações do superego e as exigências da realidade. Uma vez que o caráter ou personalidade é ego-sintônico, deve ser reconhecido que qualquer diagnóstico de distúrbio de caráter ou perturbação da personalidade constitui fundamentalmente um diagnóstico social e é realizado, não pela própria pessoa, mas por outros que consideram o comportamento dela destrutivo, assustador, rebelde, inconformista ou de algum outro modo desviante.