Como auxiliar do tratamento, certos clínicos, provavelmente bem-intencionados, mas desavisados, aconselham realmente o casamento a seus pacientes. De um modo geral, isso é racionalizado da seguinte maneira: o casamento funciona como um impulso ou catalisador para o paciente, forçando o surgimento da maturidade emocional. Via de regra, esses pacientes procuraram tratamento pela expressão física sintomática de distúrbios de origem psicogênica neurótica, gravitando geralmente em torno de várias formas de impotência psicogênica, no caso do homem, e de frigidez e aversão sexual nas mulheres. Quando essas pessoas, confiantes no bem-intencionado conselho do clínico, concretizam ativamente a receita de casamento, as intimidades específicas que colocam à prova o caráter na situação conjugal, sobretudo na esfera sexual, logo precipitam os sintomas de suas inadequações emocionais caracterológicas. Como meio terapêutico, o conselho de "casar" é comumente contra-indicado ou desnecessário.
A melhor garantia para o desenvolvimento de problemas conjugais é duas personalidades imaturas "apaixonarem-se" e casarem. Inversamente, quando duas pessoas maduras sentem-se mutuamente atraídas e casam, são grandes as probabilidades de felicidade conjugal. Um dos critérios de maturidade mínima para o casamento consiste em que as pessoas assumam a responsabilidade por sua própria escolha e casem "movidas por seus próprios sentimentos".