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Como as mães podem afetar a memória dos filhos

 Aparentemente, há indícios de que além dos caracteres genéticos, as experiências vividas pelos pais na infância e juventude podem influenciar na memória dos filhos. Um novo estudo com camundongos sugere que experiências da infância materna podem afetar as funções cerebrais de sua prole.

 Aparentemente, há indícios de que além dos caracteres genéticos, as experiências vividas pelos pais na infância e juventude podem influenciar na memória dos filhos. Um novo estudo com camundongos sugere que experiências da infância materna podem afetar as funções cerebrais de sua prole.

Pesquisadores descobriram que mães de camundongos, fisicamente ativas, estimuladas e que mudavam seus hábitos de vida com freqüência quando jovens davam à luz filhotes com melhor memória que aqueles nascidos de mães criadas em ambientes sem atrativos.

"A qualidade da memória dos camundongos jovens depende dos estímulos a que suas mães foram expostas quando jovens", comenta Larry Feig, bioquímico na Tufts University Medical School, em Boston, e autor de estudo a ser publicado nos próximos dias no The Journal of Neuroscience.

O estudo reuniu indícios de que nem todas as características fisiológicas passadas de pais para filhos são genéticas. Será que com os humanos acontece a mesma coisa? Na hipótese de uma resposta afirmativa, o estudo sugere que "experiências maternas durante a adolescência poderiam influir na memória dos filhos," avalia Feig.

A equipe de Feig havia mostrado anteriormente, que ambientes estimulantes disparam uma cadeia bioquímica em camundongos, que aviva suas lembranças, promovendo a comunicação entre células nervosas no hipocampo ─ região do cérebro que controla a memória. Nesse estudo, os pesquisadores estavam tentando determinar se mães e pais poderiam passar essa memória aprimorada para sua prole.

Feig explica que ele e seus colegas separaram várias centenas de camundongos pré-adolescentes (15 dias de idade), geneticamente modificados, para ter memórias fracas, em dois grupos: metade passou a adolescência (duas semanas) vivendo tranquilamente em grandes gaiolas com, mais ou menos, uma dúzia de outros ratos e também cheias de tubos plásticos, brinquedos, caixas de papelão e rodas para correr. Os pesquisadores rearranjavam os brinquedos nas gaiolas regularmente e introduziam novos objetos. O outro grupo de ratos, no entanto, foi colocado em gaiolas pequenas com menos companheiros e nada além de uma cama de lascas de madeira. Nada de brinquedos e pouco convívio social – e nada foi rearranjado durante a permanência deles nas gaiolas.

Quando os camundongos atingiram a maturidade sexual (dois meses depois), os pesquisadores permitiram que se acasalassem e posteriormente estudaram a atividade cerebral de seus descendentes. Os filhotes de camundongos que ficaram nas acomodações movimentadas e interessantes tiveram melhor desempenho nos testes de memória e mostraram maior atividade cerebral que seus colegas que ficaram nas acomodações menores e sem atrativos.

Na verdade, comenta Feig, "as crias de mães ativas tiveram lembranças muito boas com desempenho similar ao de camundongos que não tinham sido modificados geneticamente." Infelizmente, ele observa, sua memória acurada desaparecia por volta de três meses, e a nova geração não apresentava nenhuma habilidade adicional de memória.

O estudo permitiu que os pesquisadores percebessem que a educação dos pais, e suas experiências na infância e adolescência parece não contribuir para aprimorar a capacidade de memória de seus filhos.

Fonte: Scientific American

Adalberto Tripicchio

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