Frasseto analisou os dados da RiopretoPrev (Regime Próprio de Previdência do Município), com os afastamentos dos docentes. Entre os docentes de 1ª a 4ª séries, ou seja, da primeira etapa do ensino fundamental, a ocorrência de câncer foi o principal motivo para afastamentos.
Para o pesquisador, os dados comprovam os resultados de outras pesquisas realizadas no estado, como a da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), de 2007.
Na época, o estudo do sindicato revelou que, em uma amostragem de 1.626 professores da rede pública do Estado de São Paulo, 80% queixaram-se de cansaço, 61% de nervosismo, 55% de ansiedade, 44% de angústia, e 46,2% tiveram o estresse como diagnóstico médico confirmado.
Problemas de formação
Na opinião do pesquisador, o quadro resulta da política educacional brasileira, que adota um método de gestão de pessoas "sofrível". "Na forma de administração a que as escolas estão submetidas, o conceito de subjetividade é negligenciado e a tarefa do professor é tratada de maneira tecnicista", afirma.
Essa concepção, diz Frasseto, começa na formação, fundada em metodologias e na didática. As licenciaturas tenderiam a formar professores que supervalorizam a razão, na convicção de que, ao adotarem um determinado método, alcançarão o resultado. "Ensinar é uma operação em que cada um tem que entrar com 50%. Ao perceber que isso não acontece na prática, o professor se frustra permanentemente e, com isso, adoece".
Fonte: BOL Notícias