De origem bávara, nascido em Markbreit-sobre-o-Meno, Alzheimer estudou medicina em Würzburg, Tübingen e Berlim, antes de assumir em 1888 um cargo no asilo de alienados de Frankfurt, onde se dividiu entre a clínica e a anatomopatologia. No ano seguinte, Nissl reuniu-se a ele, e ambos começaram uma íntima colaboração, que duraria por toda a vida. Chamado para junto de Kraepelin no ano de 1902 em Heidelberg, reencontrou Nissl e no ano seguinte seguiu o mestre a Munique, onde ele próprio foi nomeado Privat Dozent em 1904, e professor-extraordinário quatro anos depois. Em 1912, tornou-se titular da cátedra de psiquiatria de Breslau. Sua meticulosidade e seu caráter escrupuloso eram tão célebres quanto o seu pincenê e seus eternos charutos meio fumados. Morreu de endocardite a 19 de dezembro de 1915.
Foi por ocasião de uma reunião de psiquiatras em Tübingen que publicou em novembro de 1906 a observação de uma paciente de 56 anos, falecida no Asilo de Frankfurt em um estado demencial que evoluíra durante cinco anos, e cujos neurônios corticais mostravam lesões características, que Fischer encontraria no ano seguinte em pessoas idosas.
Em 1910, Kraepelin sugeriu que se desse o nome de Alzheimer a esse quadro anátomo-clínico específico, próximo da demência senil, mas aparecendo em pacientes relativamente jovens.
A explosão atual e largamente difundida pelos meios de comunicação da "doença de Alzheimer" não deve iludir-nos, pois é preciso levar em conta a extensão às demências senis "clássicas" de um diagnóstico até então reservado a raros casos de demência "pré-senil" aparecendo em pessoas na faixa dos 50 anos. Acrescente-se a isso o crescimento normal e previsível do número de estados demenciais da pessoa idosa nas sociedades em que a esperança de vida aumenta.