Aluno do Trinity College de Cambridge, Bright estudou medicina em Paris, onde escapou por pouco do massacre da noite de São Bartolomeu, em 1572. Diplomado por Cambridge em 1579, teria exercido a medicina em Ipswich e deixou algumas obras médicas. A que nos interessa é um Tratado da melancolia, publicado em 1586. Reeditado em 1613, teria influenciado a célebre Anatomia da melancolia de Burton*, que o cita por várias vezes. De qualquer forma, foi a primeira obra inglesa dedicada à doença mental, embora a metafísica a disputasse, às vezes, com a medicina. O autor opunha duas variedades de melancolia: uma, proveniente de "apreensões do espírito", exigia um "tratamento pelo espírito"; a outra, doença do corpo provocada pelos humores, requeria o recurso às drogas: o psicogênico oposto ao endógeno. Já era a posição dos padres da Igreja, preocupados em distinguir entre os suicidas os doentes irresponsáveis, cuja salvação estava assegurada, e os que se deixavam levar pelo "pecado de acedia", de desespero, e que estavam destinados à danação.
Aliás, Bright se consagraria depois à religião e se tornaria, em 1591, reitor de uma paróquia do condado de York, tendo dedicado à rainha Elisabeth um curioso trabalho, Characterie, no qual propunha uma shorthand-writing de sua invenção, um dos numerosos antepassados da estenografia.