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Todas as estrelas têm espaço no céu, mesmo as mais tímidas

Eles eram pretos e brancos. Com vozes vibrantes ou suaves, estridentes ou aveludadas, agudas e graves. Eles estavam juntos por uma causa e cantaram, e cantaram:

“Chegou o momento
de atendermos ao chamado,
Para o mundo estar unido como se fosse UM”

Assim começava a incrível canção composta nos anos 1980 por Michael Jackson e Lionel Richie. Singela e forte, emblema de uma campanha de ajuda ao continente Africano – USA for Africa (United Support of Artists for Africa), que mobilizou a nata da música pop estadunidense em 1985. A idéia do projeto foi do notório Harry Belafonte, músico, ator e ativista político, o primeiro afro-descendente a emplacar um prêmio Emmy, o “Oscar” da TV norte-americana.

Hoje após 23 anos dessa belíssima iniciativa o vídeo começa circular novamente, agora na Internet, em função dos 50 anos de Jackson comemorados no último dia 29 de agosto. O mágico Quincy Jones foi o maestro, arranjador capaz de reunir vozes de estilos e timbres tão diferentes numa comovente demonstração de que cada pessoa, cada talento, pode ter seu lugar num céu cheio de estrelas. No vídeo, além de Richie e Jackson, temos ainda, Stevie Wonder, Paul Simon, Kenny Rogers, Tina Turner, Billy Joel, Diana Ross, Dionne Warwick, Willie Nelson, Al Jarreau, Bob Dylan, Ray Charles e outros menos conhecidos, mas que no conjunto dão uma demonstração de que:

“Nós somos o UM,
Mundo-crianças
Somos aqueles que podem fazer
renascer a esperança.
A escolha é nossa,
salvar ou deixar a perder
Verdade, podemos fazer melhor
Eu e você…”

Foram vendidas 7,5 milhões de cópias do “compacto” We are the world, que reuniu ao todo 45 estrelas e arrecadou aproximadamente 50 milhões de dólares. Cada um daqueles artistas tinha um papel importante, pois cada um deles conclamava sua legião de fãs a unirem-se numa grande rede global de ajuda humanitária.

Nem todos tiveram, é claro, a possibilidade de fazer um solo. Jones certamente escolheu as vozes, algumas bem conhecidas e outras nem tanto, que compuseram o mosaico do colorido mundo ali representado pela união de raças, credos e timbres. Todos se dispuseram a cantar no coro, numa demonstração de entusiasmo de “ser o mundo”. A banda também foi especial, entre eles o percursionista brasileiro Paulinho da Costa muito disputado e respeitado nos EUA tendo gravado com várias das estrelas ali presentes.

Pois é, “Nós somos o mundo” me faz lembrar que pela cooperação, pela atualização, sem medo, de nossos melhores talentos e potenciais podemos criar condições para nossa realização pessoal e profissional contribuindo ao mesmo tempo para um mundo melhor, pois todas as flores têm espaço no jardim, não há limite. A limitação está em nossas crenças, ou melhor, em nossa falta de crença em nós mesmos e no outro, e na capacidade humana para recuperação.

A situação na África talvez não tenha mudado muito com aquela ajuda. Estimativas indicam que, na melhor das hipóteses, a recuperação do continente africano tão espoliado, pela escravidão, exploração de recursos minerais e pelas guerras só será possível pelas mãos dos próprios africanos no ano 2200! Mas

“Não é possível,
seguir fingindo não ver.
Esperando que a mudança venha de alguém.
Somos todos partes
da grande família humana,
na verdade queremos apenas amar…”

Que tal relembrar esse momento mágico da World Music assistindo ao clipe “We are the world”.

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