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Quem somos nós para nós mesmos?

Entre as palestras que tenho ministrado na Clínica Santa Fé, falei um dia sobre a importância de se perceber como indivíduo. Ou melhor, para você hoje, a pergunta é: Quem é você?
 
Sim, esta é a pergunta, onde creio que mais cedo ou mais tarde, dependendo do que passamos na vida, surge como uma incógnita em nossa mente. Quem sou eu?
A vida – ou o mundo – nos faz nos perceber de uma forma errada. Sim, o mundo nos engana e ludibria nossa auto-percepção real. Por uma série de fatores externos a nós, o mundo – como um sistema – exige que haja uma percepção de um indivíduo forte e que é vencedor. Logo, todos lutam na vida, procurando atingir esta perspectiva, tentando satisfazer a exigência que não vem de dentro da gente, pelo contrário, é externo a nós – a exigência é do mundo.
 
Logo, quando olhamos para nós mesmos, sem nenhuma máscara, desnudando nossa cara e nosso coração para nós mesmos, percebemos que somos frágeis ante todas as coisas externas a nós. Somos seres debilitados. Todos nós carregamos uma fragilidade dentro de nós.
 
Uma fragilidade que exige que criemos uma forma, ou uma cara que seja aceita ante ao mundo, mas que não revele a nossa fragilidade Sim, criamos uma máscara para encobrir nossa fragilidade.
 
Desta forma, esta máscara pode agir de diferente formas, de acordo com a personalidade de cada um:
 
– as vezes uma pessoa para esconder sua fragilidade, mascaradamente trata os outros com agressividade física. É o cara que para mostrar que é forte, tem que dar pancada em todo mundo. Porém, quando você consegue analisar o contexto deste indivíduo, ele revela uma fragilidade enorme, porém, para que ninguém possa ver sua fragilidade, ele age assim, agressivo.
 
– outros, procuram na agressividade verbal, se fazer forte. Tentam se afirmar sobre os outros. Buscam, nos xingamentos e palavrões a afirmação pessoal, e nem medem as palavras em suas conversas, à menor possibilidade de sua fragilidade se revelada, a outra pessoa é bombardeada com suas palavras agressivas.
 
– outros ainda, procuram na intelectualidade, mascarar sua fragilidade. Sim, é nas palavras bonitas, nos conceitos filosóficos, nas bases intelectuais que se mostram fortes. Intelectuais tem uma dificuldade enorme de expressar seus sentimentos, e assim, revelar suas fragilidades.
 
Isto, e tantas outras formas de se procurar esconder e mascarar a fragilidade tem sido usado pelas pessoas. Tenho visto isso direto.
 
A questão, é que não fomos ensinados de que somos frágeis. Por isso sofremos também na vida. Por isso, buscamos e diversas formas erradas parecer ser forte, e acabamos nos deprimindo a cada dia mais.
 
Para podermos ser curados de nossas mascaras, de nossas depressões, de nossos medos, antes de mais nada, é preciso admitir que somos fracos. Sim, admitir que somos impotentes ante nossa fragilidade. Todo ser – humano carrega dentro de si esta fragilidade.
 
E por sempre não saber lhe dar com esta situação, ou com esta fragilidade, buscamos formas exteriores para compensar esta falta interior, ou este complexo de inferioridade.
 
Só seremos sarados, se nos conhecermos primeiro. E este auto-conhecimento, é poder mergulhar no oceano do próprio coração. É poder entrar no labirinto da interioridade. É explorar nossa mente, nossos medos, nossas fobias, nossos traumas. Sim, é iniciar uma jornada interna de exploração onde se vai entrando em todas as áreas do coração, buscando abrir todas as portas, em todos os compartimentos internos, lugares nunca antes visitados por nós.
 
Isso se chama “auto-conhecimento”. Interiorização. É poder olhar para dentro e querer enxergar a si próprio como realmente é.
 
Quando se inicia esta viajem para dentro, começa-se a descobrir quem você realmente é.
 
Poder olhar para si mesmo, só é possível quando percebemos que algo de errado está acontecendo com a gente. Quando se percebe impotente, e que perdeu o controle da vida, das emoções, dos sentimentos, dos pensamentos. Quando se tem esta percepção, só nos resta uma única alternativa. Clamar por Deus. Sim, chamar Aquele por meio de quem fomos criados. Ele, melhor que qualquer outro, nos conhece como realmente somos. Afina, fomos criados para Ele, e nossa vida e alma só encontra satisfação, por meio de quem se foi criado. Se fui criado por Deus, somente Nele encontro satisfação e força. Sem Ele, sou fraco e frágil. Sem Ele, busco em mim mesmo uma força que não tenho, e o resultado é a frustração.
 
Sim nos frustramos quando nos percebemos seres frágeis. Nos frustramos quando nos percebemos pequenos. Nos frustramos quando buscamos satisfação na vida, que não nos satisfaz, pelo contrário, aumenta o buraco dentro da gente. Nada deste mundo nos satisfaz nem preenche. Somente somos preenchidos e nos satisfazemos quando nos encontramos com Deus.
 
Quando este encontro acontece, consigo responder esta pergunta: Quem sou eu?
 
Conseguimos responder, porque toda e qualquer percepção de si mesmo sem Deus, é uma auto-percepção adoecedora.
 
Mas toda visão de si mesmo, a partir de um relacionamento com Deus, é saudável e verdadeira. Gera paz e segurança.
 
Mas só consigo encontrar com Deus – este poder Superior – quando consigo encontrar comigo mesmo. Sim, antes de mais nada, se faz necessário se perceber como realmente é. Sim, sem Deus, sou fraco, sou frágil, sou negativo, sempre busco mascarar quem realmente sou. Quando me vejo como sou, sem nenhuma percepção egoística de mim mesmo, me vejo alguém necessitado de Deus. Ele me dá um senso de valorização. Ele me dá um sentido para a vida. Ele gera em mim esta paz que não se encontra no mundo.
 
Por isso, toda percepção de um poder Superior a nós mesmos, só se tem quando é precedida por uma auto percepção verdadeiro de si próprio.
 
Neste sentido, minha pergunta é esta para você: Quem é você? O que caracteriza a sua essência?
 
Mergulhe em você mesmo, e busque um sentido Superior.
 
Na graça Dele, em que me percebo Nele, para Ele e por meio Dele como sou.
 

Juliano Marcel
29/08/09
Bragança Paulista – SP
[email protected]

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