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Troca de conhecimentos traria maior mobilidade para o meio universitário

Ainda existe muita compartimentação do conhecimento no ambiente acadêmico, o que resulta em produção superficial. A chave da transformação é a inter ou transdisciplinaridade, revela estudo realizado no Instituto de Psicologia.
Ainda existe muita compartimentação do conhecimento no ambiente acadêmico, o que resulta em produção superficial. A chave da transformação é a inter ou transdisciplinaridade, revela estudo realizado no Instituto de Psicologia.
No Instituto de Psicologia (IP) da USP uma pesquisa de mestrado detectou no ambiente acadêmico uma grande dificuldade de integração entre as diferentes áreas do conhecimento. O estudo propõe a “inter ou transdisciplinaridade” e o constante diálogo entre pesquisadores na tentativa de ampliar as visões e os enfoques dos temas estudados.

Por meio de mapeamentos de dispersão na Psicologia, na Sociologia e na Antropologia, o psicólogo Reinaldo Koei Yonamine buscou identificar critérios para avaliar a maior ou menor possibilidade de integração e diálogo em diferentes áreas. De acordo com ele, o mundo coorporativo já vem há algum tempo valorizando a integração de saberes específicos, mas isso ainda é um entrave principalmente nas universidades.

“No ambiente universitário não há integrações efetivas, os indicadores são voltados para a produção individual”, argumenta o psicólogo. O cenário é de pesquisas que caminham sem nenhuma troca, “o máximo que ocorre é a consulta sobre assuntos de outras áreas, mas não o trabalho conjunto, inter ou transdisciplinar”. E isso reflete também no ensino, que é focado em disciplinas muito específicas, fechadas por fronteiras institucionais.

Segundo o pesquisador, no meio acadêmico existem as barreiras institucionais, políticas, ideológicas, “além da linguagem e certa vaidade”. Tais obstáculos à quebra de fronteiras disciplinares levam a uma fragmentação do conhecimento, que poderia até ser benéfica para a sociedade se houvesse diálogo entre diversas áreas. Como resultado de tamanha compartimentação, Yonamine aponta uma “produção de conhecimentos artificiais e inócuos.”

Por meio de entrevistas com responsáveis por projetos de transformação organizacional (presidente de empresa, consultor de reestruturação, consultor de cultura organizacional, diretor de instituição de ensino superior, executivos de multinacionais), o pesquisador percebeu que a maneira como eles lidaram com as diferenças (de formação, pontos de vista, cultura empresarial) era muito semelhante. “A tendência simplista é buscar a homogeneização, mas as reestruturações bem-sucedidas são as que respeitam as divergências e as integram, ao invés de anular quem destoe.”

Sobre a “inter ou transdisciplinaridade”, o psicólogo diz que muitos acreditam ser uma utopia, mas indo nessa direção é possível obter melhores resultados. Yonamine cita um exemplo próximo – o projeto Poli 2015, da Escola Politécnica da USP. O objetivo principal do projeto é definir o tipo de engenheiro que a sociedade deseja que a escola forme e a escola adequada a essa formação. A iniciativa foi desenvolvida com a participação de públicos heterogêneos (docentes e pesquisadores de diversas especializações, representantes de instituições e associações de classe, alunos, ex-alunos, diretores de outras escolas de engenharia, docentes de outras faculdades da USP).

Fonte: [url=http://www.usp.br/agen/repgs/2006/pags/105.htm]www.usp.br[/url]

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