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Cesáreas voluntárias resultam em mais mortes neonatais

Um estudo recente com aproximadamente 6 milhões de nascimentos descobriu que o risco de morte de bebês nascidos através de cesarianas voluntárias é muito maior do que o se acreditava anteriormente.
Um estudo recente com aproximadamente 6 milhões de nascimentos descobriu que o risco de morte de bebês nascidos através de cesarianas voluntárias é muito maior do que o se acreditava anteriormente.
Os pesquisadores descobriram que a taxa de mortalidade neonatal para partos do tipo cesariana entre mulheres de baixo-risco é de 1,77 morte a cada 1.000 nascimentos, enquanto a taxa para parto normal é de 0,67 mortes para cada 1.000. As descobertas foram publicadas na edição desse mês do periódico “Birth: Issues in Perinatal Care”.

A porcentagem de partos do tipo cesariana nos Estados Unidos aumentou de 20,7% em 1996 para 29,1% em 2004, de acordo com informações do artigo.

A mortalidade nas cesáreas acontece cerca de 1,5 mais vezes do que nos partos normais, mas assumia-se que a diferença era devido ao perfil de alto risco das mães que se submetem à operação.

Esse estudo, de acordo com os autores, é o primeiro a examinar o risco de cesarianas entre as mães que não possuem razões médicas para se submeterem à operação.

A má-formação congênita foi a causa principal da morte de neonatais independentemente do tipo de parto. Porém, o risco do primeiro parto cesárea de uma mulher persistiu mesmo quando as mortes por má-formação congênita foram excluídas do cálculo.

A hipoxia intra-uterina – a falta de oxigênio – pode ser tanto um motivo para a execução de um parto cesárea como uma causa para a morte, mas mesmo eliminando tais mortes, a taxa de mortalidade neonatal para cesarianas permaneceu a mesma nos casos estudados eram duas vezes maiores do que para partos vaginais.

“Mortes neonatais são raras em mulheres de baixo-risco – cerca de uma morte a cada 1.000 nascimentos – porém mesmo após dos ajustes sócio-econômicos e dos fatores de risco de ordem médica, a diferença permaneceu”, afirmou Marian F. MacDorman, uma estatística do Centro de Prevenção e Controle de Doenças e autora do estudo.

“Isso não é para deixar as pessoas realmente alarmadas, mas é preocupante dado que nós estamos vendo um aumento do número de cesáreas para mulheres sem riscos”, afirmou MacDorman.

Parte do motivo para o aumento da mortalidade pode ser que o trabalho de parto, que normalmente é desagradável para a mãe, é benéfico para o bebê ao liberar hormônios que promovem funções pulmonares saudáveis. A compressão física do bebê durante o trabalho de parto também é útil ao remover o fluido dos pulmões e auxiliando o bebê a se preparar para a respiração.

Os pesquisadores sugerem que outros riscos do parto cesariana, como possíveis cortes no bebê durante a operação e o estabelecimento tardio da amamentação, também podem contribuir para o aumento da taxa de mortalidade.

O estudo incluía 5.762.037 nascimentos e 11.897 mortes infantis nos Estados Unidos de 1998 até 2001, uma amostra ampla o suficiente para projetar conclusões estatisticamente apesar da morte neonatal ser um acontecimento raro.

Havia 311.927 cesarianas entre as mulheres de baixo-risco na análise.

Os autores reconheceram que o estudo possuía certas limitações, incluindo questões relativas à precisão das informações relatadas em nos boletins médicos de nascimento.

Tais dados são altamente confiáveis para informações como tipo de parto e peso do bebê, mas pode não relatar de modo ideal os fatores de risco da mãe e do bebê individualmente.

É possível, apesar de improvável, que o grupo que realizou uma operação cesariana fosse inerentemente o grupo mais arriscado, segundo os autores.

O dr. Michael H. Malloy, co-autor do artigo e professor de Pediatria na Universidade de Texas, afirmou que os médicos podem vir a querer utilizar tais descobertas ao alertar seus pacientes.

“Apesar das tentativas de controle de um número de fatores que podem ter aumentado o risco de mortalidade associado com as cesarianas, nós continuamos a observar os riscos suficientes para preocupações”, afirmou ele.

“Quando os obstetras revisarem tais informações, talvez elas promovam mais discussões dentro da comunidade obstetrícia sobre os prós e contras de se oferecer alas comunitárias para a conveniência da população e também promover mais pesquisas para que se descubra o porquê dos riscos persistirem”.

Fonte: [url=www.nytimes.com]www.nytimes.com[/url]

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