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Dura vida dos superbebês chineses provoca estresse precoce

Desde que o MBA (Master em Administração de Negócios) para crianças chegou à China, com aulas de matemática, economia e inglês, a vida de muitos deles nunca mais foi a mesma, transtornada por um sistema que persegue o sucesso social a todo custo.
Quase sem tempo para brincar, com consultas a psicólogos por causa de estresse, antes mesmo de completar 6 anos, a infância de muitas crianças chinesas gira em torno de um objetivo fixo, tão distante quanto certo: o acesso à universidade.
Desde que o MBA (Master em Administração de Negócios) para crianças chegou à China, com aulas de matemática, economia e inglês, a vida de muitos deles nunca mais foi a mesma, transtornada por um sistema que persegue o sucesso social a todo custo.
Quase sem tempo para brincar, com consultas a psicólogos por causa de estresse, antes mesmo de completar 6 anos, a infância de muitas crianças chinesas gira em torno de um objetivo fixo, tão distante quanto certo: o acesso à universidade.
A meta determina uma vida marcada pelo sucesso ou condenada ao ostracismo. Por isso, muitos pais não hesitam em pagar as altas taxas destes cursos, que, no caso do MBA, superam os US$ 2,5 mil, mas garantem um futuro brilhante para os alunos.

“É possível ver o futuro de uma criança quando ela tem apenas 3 anos”, diz um antigo provérbio chinês exibido no site do grupo Neworld Edu, que iniciou o programa Nobel Baby em várias de suas escolas em Xangai.

Os cursos pretendem desenvolver as capacidades da criança “no momento crítico para o desenvolvimento físico e mental”, criando “superbebês”. E tudo isso antes dos 3 anos. Um peso às vezes muito grande para ombros ainda tão pequenos.

Nem todas as escolas adaptam os métodos de ensino à idade dos alunos, como demonstra um estudo realizado pela Federação de Mulheres de Xangai. De 21 a 32% dos estudantes de ensino fundamental e médio na China sofrem de desordens mentais.

A origem dos problemas psicológicos tem grande relação, segundo especialistas, com a quantidade de horas que as crianças dedicam ao estudo por dia, seja durante a semana ou nos dias de descanso.

Segundo o Centro de Pesquisa de Jovens e Crianças da China, os jovens costumam estudar 50% a mais do que o aconselhado pelos departamentos educativos das escolas, e mais da metade deles tem aulas de apoio durante as férias.

A tradição familiar chinesa, que dá grande importância ao esforço e à educação dos filhos, ganhou tais proporções graças à política do filho único, que criou “pequenos imperadores” em cada lar.

Os filhos únicos, que concentram a atenção e o carinho das famílias, suportam também a pressão de seus pais, que depositam neles as esperanças da família e, na maioria dos casos, também seu dinheiro.

A pressão que os pais exercem sobre seus filhos, motivada pelo amor e pela esperança de uma vida melhor, tem, nos piores casos, conseqüências tão nefastas quanto irreversíveis.

Estudos recentes mostram que um em cada quatro universitários sofre de problemas mentais. A taxa de suicídios dispara a cada mês de julho, por causa dos superbebês que não alcançaram seu objetivo: passar na seleção para a Universidade.

EFE
Agência Efe

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