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culpa, sentimento de

O sentimento que uma pessoa tem de ter errado, violado algum prin­cípio ético, moral ou religioso. Associados de modo típico a essa consciência estão um grau muito baixo de auto-estima e um sentimento de que o erro cometido deve ser expiado ou compensado.

Tal como é usado nos escritos psicanalíticos, o termo refere-se geralmente a sentimentos de culpa neuróticos, irracionais ou patológicos, que não parecem ser justificados pelas razões alegadas para a culpa. Essa culpa é indicativa de um conflito entre o ego e o superego: este último atua como uma autoridade interna que se coloca entre o ego e o id, compelindo a pessoa a renunciar a certos prazeres e impondo punições (perda de amor-próprio, sentimentos de culpa, remorsos, etc.) pela violação de suas ordens. Freqüentemente, é claro, as proibições do superego são dirigidas contra impulsos (es­pecialmente os hostis e destrutivos) de que o sujeito não tem consciência; mas porque os impulsos inconscientes incorreram na ira do superego, o resultado final é a culpa, o senti­mento de culpa. Como os motivos dos senti­mentos de culpa são inconscientes, surgiu o termo incorreto "sentimentos inconscientes de culpa"; Freud sugeriu a frase "necessidade in­consciente de punição", deveria ser o substituto mais correto.

Os sentimentos de culpa são considerados, pois, uma ansiedade topicamente definida, a ansiedade do ego em relação ao superego. O que é temido pelo ego é que algo terrível acon­teça na esfera da personalidade (que sejam cor­tados suprimentos alimentares, afetivos, emotivos e/ou narcisistas) e haja uma perda de cer­tos sentimentos agradáveis, como o bem-estar e a segurança. Em sua forma mais grave, a per­da de amor-próprio característica dos senti­mentos de culpa converte-se num sentimento de completo aniquilamento, tal como é obser­vado na depressão.

Na psicodinâmica adleriana, os sentimentos de culpa são a demonstração de boas intenções que uma pessoa não tem (ou, pelo menos, que está incapacitada de realizar ou exercer). Eles ocorrem quando transgressões passadas são res­ponsabilizadas pela relutância presente em com­portar-se como a pessoa sente que deveria fazer.

Erikson descreve iniciativa vs. sentimento de culpa como um dos oito estágios do homem em sua ontogênese psíquica.

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