Sigmund Freud tendo como método inicial a hipnose, primeiramente estudou pessoas que apresentavam quadros de histeria. Mais tarde, aprofunda seus estudos sobre Inconsciente e pulsões. Foi influenciado, entre tantos outros, também por Charcot e Leibniz, mas acaba abandonando a hipnose em favor da "livre associação". Freud, além de ter sido um grande cientista e escritor (Premio Goethe, 1930), possui o título, assim como Darwin e Copérnico, de ter realizado uma revolução no âmbito humano: a idéia de que somos movidos pelo Inconsciente.
Desenvolve seus textos até quase à véspera de sua morte em 23 de setembro de 1939, em Londres, onde refugiou-se da perseguição nazista por ser judeu e por seus escritos. A princesa Marie Bonaparte, amiga, colaboradora e ex-analisanda, foi uma peça fundamental no sentido de salvar escritos, cartas etc tanto naquele momento, assim como em outras ocasiões na vida de Freud, tendo sido fundamental sua participação em relação a intrigante correspondência do início da psicanálise que trocou com Fliess e que ele, Freud, quisera que fossem queimadas.
Os primeiros anos de Freud são pouco conhecidos, já que ele destruíra seus escritos pessoais em duas ocasiões: a primeira em 1885 e novamente em 1907. Além disso, seus escritos posteriores foram protegidos cuidadosamente nos Arquivos de Sigmund Freud, aos quais só tinham acesso Ernest Jones (seu biógrafo oficial) e uns poucos membros do círculo da psicanálise. O trabalho de Jeffrey Moussaieff Masson pôs alguma luz sobre a natureza do material oculto.
Freud morre de câncer na mandíbula (passou por trinta e três cirurgias). Supõe-se que tenha morrido de uma overdose de morfina. Freud sentia muita dor, e segundo a história contada, ele teria dito ao médico que lhe aplicasse uma dose excessiva de morfina para terminar com o sofrimento.
Como textos que trabalhou nesse final de vida temos o "Esboço de Psicanálise", "Algumas Lições Elementares sobre Psicanálise" e o revolucionário "Moisés e o Monoteísmo".
Foi assistido por seu médico Max Schur (indicado a ele por sua grande amiga e protetora Marie Bonaparte), até o fim dos seus dias, tendo sido ele um fiel acompanhante, que esteve anteriormente com Freud, em momentos de grande tensão na Áustria tomada pelo regime Nazista. Sabe-se que Schur fez o acompanhamento de Freud no dia em que Anna Freud foi chamada a prestar informações à Gestapo, dia em que Freud viveu intensa preocupação e que foi decisivo no sentido de convencê-lo a buscar refúgio na Inglaterra. Schur esteve ao seu lado todo tempo preocupado com sua saúde e como reagiria a tensão do momento.
Descreve assim Peter Gay os momentos finais de Freud, uma das narrativas mais emocionantes que temos quanto a esse fato:
"Schur estava à beira das lágrimas, enquanto presenciava Freud encarando a morte com dignidade e sem auto-piedade. Ele nunca vira alguém morrer assim. Em 21 de setembro, Schur repetiu a injeção, quando ele se tornou inquieto, e administrou uma dose final no dia seguinte, 22 de setembro. Freud entrou num coma do qual não despertou. Ele morreu às 3 horas da manhã de 23 de setembro de 1939. Quase quarenta anos antes, Freud escrevera a Oskar Pfister, indagando o que se faria, ‘quando as idéias falham ou as palavras não vêm?'. Não pôde evitar um ‘tremor diante desta possibilidade'. ‘É por isso que, com toda a resignação perante o destino que convém a um homem honesto, eu tenho um pedido totalmente secreto: apenas nenhuma invalidez, nenhuma paralisia das faculdades pessoais devido a uma desgraça física. Que morramos em nosso posto, como diz o rei Macbeth'. Ele providenciara que seu pedido secreto fosse atendido. O velho estóico conservou o controle de sua vida até o fim".
Com Brücke, Freud entra em contato com a linha fisicalista da Fisiologia. O interesse de Brücke não era apenas descobrir as estruturas de órgãos ou células particulares, mas sim, suas funções. Dentre as atribuições de Freud, nesta época, estavam o estudo da anatomia e da histologia do cérebro humano. Durante os estudos, identifica várias semelhanças entre a estrutura cerebral humana e a de répteis, o que o remete ao então recente estudo de Charles Darwin sobre a evolução das espécies e à discussão da "superioridade" dos seres humanos sobre outras espécies.
Voltemos agora nossa atenção para o início da psicanálise.
Podemos dizer que muito do que levou ao entendimento da psicanálise se encontra esboçado em todo o período que chamamos de sua fase pré-científica(pré-psicanalítica), muito do que está contido nos primeiro modelos de psiquismo proposto por Freud nesse período é de alguma maneira incorporado em tudo aquilo que será chamada da metapsicologia freudiana.
Na verdade, a classe médica em geral acaba por marginalizar as idéias de Freud inicialmente; seu único confidente durante esta época é o médico Wilhelm Fliess. Depois que o pai de Freud falece, em outubro de 1896, segundo as cartas recebidas por Fliess, Freud, naquele período, dedica-se a anotar e analisar seus próprios sonhos, remetendo-os à sua própria infância e, no processo, determinando as raízes de suas próprias neuroses. Tais anotações tornam-se a fonte para a obra A Interpretação dos Sonhos.
Durante o curso desta auto-análise, Freud chega à conclusão de que seus próprios problemas eram devidos a uma atração por sua mãe e a uma hostilidade ao seu pai. É o famoso "complexo de Édipo", que se torna o coração da teoria de Freud sobre a origem da neurose em todos os seus pacientes.
Primavera/verão de 1897 – inicia auto-análise após a morte de seu pai Jacob Freud – outubro 1896 -; a morte do pai foi para Freud uma profunda experiência emocional. Pensa-se que de forma ainda incipiente a teria iniciado, sua auto-análise, já em meados dos anos 1890, anterior a esse episódio que marca definitivamente a busca por suas lembranças infantis.
Histórico de Freud e lembranças alcançadas em sua auto-análise:
· Jacob Freud casa-se com Amélia mãe de Freud em seu 3º casamento, ele vinte anos mais velho do que ela.
· Freud primogênito e preferido – visto como uma grande promessa.
· Irmão Julius dezessete meses mais novo, morre – Freud percebe em sua auto-análise que na época nutriu verdadeiros "desejos malévolos e autêntico ciúme infantil".
Segundo Peter Gay isso marcará definitivamente suas amizades em conjunto com o companheirismo que nutria em relação a seu sobrinho John, um ano mais velho do que ele. Diz Freud em correspondência com seu amigo Wilhelm Fliess acerca do entendimento quanto a essas lembranças alcançadas em sua auto-análise: "agora definem o que há de neurótico, mas também de intenso, em todas as minhas amizades".
Nos primeiros anos do século XX, são publicadas suas obras "A Interpretação dos Sonhos" e "A Psicopatologia da Vida Cotidiana". Nessa época, Freud já não mantinha mais contato nem com Josef Breuer, nem com Wilhelm Fliess. No início as tiragens das obras não animavam Freud, mas logo médicos de vários lugares – Eugen Bleuler, Carl Jung, Karl Abraham, Ernest Jones, Sandor Ferenczi – mostram respaldo às suas idéias e passam a compor o Movimento Psicanalítico.
Ao descobrir o Inconsciente (Ics), Freud propõe chamar sua psicologia de: METAPSICOLOGIA – ano -1900.
Freud estava especialmente interessado na dinâmica da mente, proposta em três partes, na 1ª Tópica: Inconsciente, Pré-Consciente e Consciente e na 2ª Tópica: Id, Ego e Superego, não deixando de ter como importante que seja sempre lembrado que a 1ª é incorporada na proposta da 2ª tópica. Argumentou que essa relação é influenciada por fatores ou energias inatas, que chamou de pulsões. Descreveu, em sua definitiva proposição que existiriam duas pulsões antagônicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida(pulsão de vida), e Thanatos, a pulsão da morte, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ingerir, e aí está presente um elemento agressivo, de segregação.
Ao falarmos hoje em psicanálise torna-se necessário sublinhar sempre essa importante questão, por falta da aplicação das indicações da sua metapsicologia é que muito dos reducionismos são computados à sua leitura, de maneira obviamente equivocada. A leitura do Complexo de Édipo toma muitas vezes a forma de verdadeiros folhetins, banindo toda a complexidade que a visão definitiva de Freud a respeito do tema trouxe com o Édipo Completo.
A vida de Freud e o desenvolvimento de seus textos e achados se entrelaçam muitas vezes de maneira muito direta, ele busca em suas observações muito daquilo que estruturará no desenvolvimento de sua teoria, mas não poderá esse corpo teórico jamais ser reduzido ao que Freud, enquanto homem em seu tempo, viveu, como é a tentativa de muitos daqueles que querem encarar a psicanálise como apenas uma lenda criada por um homem atormentado. Nesse sentido a obra de Peter Gay sobre sua vida, "Freud – Uma Vida Para o Nosso Tempo", se tornou, na atualidade, uma interessante contribuição. Sua forma de narrar a vida de Freud e o desenvolvimento de seus achados teóricos é feita de maneira bem cuidada e envolvente. Citamos Peter Gay neste trecho:
"Muitos observadores, de fato, consideravam a psicanálise, assim como seu fundador, como um fenômeno não só urbano, mas especificamente vienense. Freud negava isto com veemência: quando o psicólogo francês Pierre Janet sugeriu que a psicanálise só poderia ter brotado na atmosfera sensual de Viena, Freud considerou a insinuação como uma injúria maliciosa e, no fundo, anti-semita. Na verdade, Freud poderia ter desenvolvido suas idéias em qualquer cidade que contasse com uma faculdade de medicina de primeira ordem e um público culto o suficientemente rico e numeroso que lhe trouxesse pacientes(…)suas teorias psicológicas viriam a se formar num universo intelectual suficientemente amplo para abarcar toda a cultura ocidental".(Gay, P. pág 27)
Mas a biografia de Freud, autorizada com muita reserva por ele, foi primeiramente construída por seu colaborador e amigo Ernest Jones, obra essa que se constitui em leitura imprescindível para quem estuda psicanálise.
Teve Freud um pai dócil e amável com idade para ser seu avô. Quando contava com seus dez, doze anos, leva-o em seus passeios e conta ao filho:
"Quando eu era rapaz, num sábado, fui dar uma volta pelas ruas da cidade onde você nasceu, todo lindamente enfeitado, com um gorro de pele novo na cabeça. Então vem um cristão, de um lanço atira meu gorro no estrume e grita "Judeu, fora da calçada!". Freud pergunta como seu pai reagiu. E veio calma a resposta: "Desci para rua e apanhei meu gorro".
Freud desenvolve sentimentos de vingança, e a imagem do seu pai ficará para ele como dócil ou covarde – sentimentos ambivalentes.
Lembra ainda que aos seis, sete anos urinou no quarto dos pais (o que viria a explicar em sua teoria da sexualidade infantil). Quando então, seu pai Jacob, teria dito que ele nunca chegaria a nada; sempre que lembrava esta cena enumerava seus escritos "como a provar vitoriosamente ao pai que afinal chegara a alguma coisa".
Suas descobertas remeterão a importantes conceitos como:
· Romance familiar – atividade imaginativa. As lembranças são sempre alteradas.
· Complexo de Édipo – entre três e cinco anos – coincide com a fase fálica.
· Universalidade do Complexo de Édipo.
· Interdição do incesto – formador da cultura.
Sabemos também que, quanto a apresentação da sexualidade infantil, o fará de forma bastante polêmica em seu texto de 1905 "Três Ensaios sobre a teoria da Sexualidade"(vol. VII). Texto esse que lhe rendeu muitas críticas desfavoráveis, acusações nada lisonjeiras e um certo isolamento do meio científico e social.
Embora tudo isso, Freud trazia uma convicção inatingível em relação as suas descobertas e um espírito nada afeito à pusilanimidade, segundo ele mesmo irá declarar em seu texto "Psicologia das Massas e Análise do Ego". Diz Peter Gay a respeito desse traço da personalidade de Freud, ligado a algo que o remete à narrativa do episódio de seu pai com o gorro e o ataque dos cristãos, relatado anteriormente nesse texto e relativo as suas lembranças de sua auto-análise:
"Eles nunca veriam a ele, Freud, apanhando seu gorro da sarjeta imunda. Este era o garoto que, aos catorze anos, desempenhou o papel de Brutus, num monólogo em ‘Os Bandoleiros', a peça revolucionária de Friedrich Schiller. Desde os dias de sua infância, uma demonstração categórica de independência intelectual, raiva controlada, coragem física e respeito próprio enquanto judeu uniram-se num amálgama extremamente pessoal e indestrutível no caráter de Freud".(pg.29)
Essa mesma disposição para nunca se entregar o fez demorar-se a aceitar refugiar-se do regime nazista e cunhou a frase memorável em relação à exigência que lhe fora feita à época para deixar a Áustria, sobre o fato de não ter sido maltratado. Disse Freud então: "-Posso recomendar a Gestapo a todos – Ick kann die Gestapo jedermann auf das beste empfeblen".
Freud era um homem altivo, confiante e guardava em si ambições que podem ter se respaldado na crença que sua família de origem sempre depositou nele, havia grande esperança e expectativa em relação ao seu futuro. Cresce em um ambiente financeiramente desfavorável, mas cercado de regalias que somente a ele eram designadas dentro desse núcleo parental, como, por exemplo, ser o único da casa a possuir um cômodo só para si, designado de ‘escritório', onde Freud era cercado de livros, recebia colegas de escola para estudos e muitas vezes fazia suas refeições para não se afastar da leitura. Sobre as lembranças desse período de infância e a situação familiar de Freud, poderemos pensar algo que aponta para aquilo que depois nomeará, conceito importante em psicanálise, de "romance familiar", e que aponta para uma tendência, que todos teríamos, de achar que os pais seriam mais prósperos ou famosos e importantes do que na realidade o foram. Mas, sua infância e adolescência, foram modestas, com a família vivendo de maneira sempre muito restrita financeiramente.
Freud ao longo de sua vida passará, ele mesmo, por inúmeras dificuldades financeiras, o que em nenhum momento o fez desistir de suas convicções. Josef Breuer foi um aliado de Freud em suas idéias e também um aliado financeiro. Ao iniciar sua clínica(1886) pôde contar com ajuda substancial vinda de Breuer e Nothnagel que também enviaram a Freud, em sua primeira clínica situada o endereço: Rathhausstrasse nº 7, muitos pacientes sendo alguns deles pagantes.
De volta ao Hospital Geral e entusiasmado pelos estudos de Charcot, Freud passa a atender, na maior parte, jovens senhoras judias que sofriam de um conjunto de sintomas aparentemente neurológicos que compreendiam paralisia, cegueira parcial, alucinações, perda de controle motor e que não podiam ser diagnosticados com exames. O tratamento mais eficaz para tal doença incluía, na época, massagem, terapia de repouso e hipnose.
Com o desenvolvimento de sua clínica e o dote e presentes generosos de parentes de sua noiva Marta Bernays, pôde finalmente casar-se(1886), como era seu sonho acalentado já há algum tempo. Depois de um ano de casamento( pôde dar a notícia alegre do nascimento de sua primeira filha, Mathilde(1887), nome escolhido em homenagem a amiga Mathilde Breuer. O nome do segundo filho, Oliver(1891), foi dado em homenagem ao admirado Oliver Cromwell. "Os Freud tiveram seis filhos em nove anos". Anna Freud, a caçula, nasce em 1896. "Apesar de seu amor pelos livros" Marta, mulher de Freud, "não era uma companheira para o marido, em seu longo e solitário avanço rumo à psicanálise". Tudo que Freud produziu antes da sua metapsicologia, seus filhos Anna e Ernst não autorizaram que fosse conhecido. Muito desse período estaria contido em sua correspondência com Fliess a qual Freud nunca quis ver publicada e que Marie Bonaparte resgatou e depositou para a posteridade em um cofre de banco, a ser aberto após 80 ou 100 anos da morte dele.
Freud teve seis filhos: Mathilde, 1887, Jean-Martin, 1889, Olivier,1891, Ernst, 1892, Sophie, 1893 e Anna, 1895. Um deles, Martin Freud, escreveu uma memória intitulada "Freud: Homem e Pai", na qual descreve o pai como um homem reservado, porém, amável, que trabalhava extremamente, por longas horas, mas que adorava ficar com suas crianças durante as férias de verão.
Freud foi um cientista dedicado, um médico diligente e responsável e, também, um homem de família, esteve presente sempre com amor e dedicação aos seus filhos. Descreve assim Peter Gay essas suas características:
"Freud não deixava dúvidas de que era apegado a todos os filhos e se preocupava com eles. Vimos que, quando seu filho adolescente Martin, humilhado num rinque de patinação, precisou do apoio paterno, ele estava ali, paciente, sem censuras, receptivo. Quando Mathilde adoeceu inesperadamente no verão de 1912, ele cancelou uma viagem a Londres como algo absolutamente natural, muito embora estivesse antecipando ansiosamente uma nova visita à Inglaterra. Da mesma forma, gostava visivelmente de sua atraente Sophie, e, mais discretamente, preocupava-se com o sofrimento neurótico de Oliver(…)Mas com toda a sua equanimidade, Freud veio a reconhecer que a caçula, Anerl, era muito especial. ‘A pequena', observou a Ferenczi durante a guerra, usando um diminutivo predileto para ela, ‘é uma criatura particularmente querida e interessante'. Ele chegou a admitir que Anna era talvez a mais querida, e certamente mais interessante do que os irmãos e irmãs".(pg.393)
Sem dúvida os anos de guerra mobilizaram muitas angústias em Freud por conta da preocupação com seus filhos. Pensou e escreveu, muito, sobre os aspectos que analisava como o que encaminharia a humanidade para a guerra ou ainda para longe dela. Parte imperdível dessas reflexões está contida na correspondência com Einstein, sobre as causas da guerra. Leitura imprescindível para quem estuda os textos freudianos.
Assim como Freud mais de uma vez disse que podia lidar com seus inimigos; que o que o inquietava eram seus amigos; pensamos que hoje o que mais nos pode inquietar não vem dos que atacam a consistência dos textos freudianos, mas vem daqueles que de maneira reducionista se referem aos seus conteúdos. Como nos fala ainda Peter Gay:
"a criação de Freud, a psicanálise, afinal está comprometida com a mais impiedosa investigação; ela se apresenta como a nêmesis do ocultamento, da hipocrisia, dos subterfúgios polidos da sociedade burguesa. Com efeito, Freud sentia considerável orgulho em ser o destruidor das ilusões, o servo fiel da veracidade científica".(pg. 15)
Ou ainda: "É um lugar comum que, hoje em dia, todos nós, reconheçamos ou não, falamos freudianamente".
Se o leitor se perguntar sobre o que foi o mote à confecção desse texto aqui apresentado, poderemos supor que foi a paixão pelo texto freudiano, a admiração pelo homem do seu tempo, Sigmund Freud, e a esperança de que todos aqueles que resolvam nomear-se de psicanalista, busquem conhecer em profundidade a origem e beleza conceitual contida em toda obra apresentada enquanto a psicanálise de Freud. Sem dúvida tarefa para toda uma vida!