RedePsi - Psicologia

Colunistas

O Campo Ponto Zero – parte III

A matéria como uma ilusão matemática

A noção de que o Campo Ponto Zero pode exercer uma força – conhecida como força Casimir –  que é semelhante a uma pressão de radiação que pode causar a aceleração das partículas, me levou a pensar na inércia.

A inércia – resistência à aceleração – é uma das mais fundamentais propriedades da matéria. Imagine que você empurra um carro na rua. Precisa usar muita força porque existe uma grande resistência. Uma parte da resistência é pela fricção, mas a maior parte é pela inércia. Toda a matéria do qual o carro é feito está resistindo à sua tentativa de movê-lo.

A questão que me veio era: poderá a pressão de radiação universal causar a inércia? E, desde que o Campo Ponto Zero está presente em todo o lugar todo o tempo, ele poderia explicar a natureza instantânea da inércia? Escrevi a Afonso Rueda, PhD teórico da eletrodinâmica. Ele aprofundou nossa questão derivando a equação fundamental de Newton (F=ma).

Newton – e todos os físicos desde então – assumem que toda a matéria possui uma massa inata. A massa de um objeto é a medida de sua inércia, sua resistência à aceleração. A equação ‘F=ma’ afirma que se você aplica uma força (F) a um objeto, você consegue uma aceleração (a), mas, quanto maior for a massa (m) que o objeto possui, menor a aceleração que você consegue para uma força dada. Para qualquer força dada, se a massa cresce, a aceleração decresce, e vice-versa.

Esse é um postulado da física, conhecido como a ‘segunda lei de Newton’, a equação do movimento. Um postulado é uma lei que você assume ser verdadeira, não uma lei que você prove ou derive.

Rueda havia derivado o postulado newtoniano, o que foi possível considerando o Campo Ponto Zero (CPZ); um feito até então impensável. Na sua derivação a massa se torna, com efeito, uma ilusão.
A matéria resiste à aceleração não porque possui uma inapta propriedade chamada de massa, como postulado por Newton, mas porque o CPZ exerce uma força contrária sempre que uma aceleração acontece.

Colocando em termos metafísicos, existe um oceano de luz quântica de fundo (o Campo Ponto Zero eletromagnético) preenchendo o universo e essa luz gera uma força que se opõe à aceleração quando você empurra qualquer objeto material. A ação dessa luz quântica é o que faz a matéria parecer sólida, parecer uma substância estável, da qual nós e nosso universo somos feitos.

Falar isso é uma coisa, mas provar isso cientificamente é algo muito diferente. Rueda escreveu seus cálculos e me enviou. Escrevi um artigo e sugeri que colocássemos Harold Puthoff como co-autor, uma vez que ele havia trabalhado nesse assunto em paralelo, e também trabalhado em um estudo sobre a força da gravidade e a inércia que trouxe a Rueda alguns de seus conceitos iniciais. O artigo se chamou ‘Inércia como uma força de Lorenz do Campo Ponto Zero’.

Inércia é a propriedade da matéria que dá a ela sua solidez; é o que dá substância às coisas. A conexão proposta entre o Campo Ponto Zero e a inércia, com efeito, sugere que o mundo sólido e estável da matéria é sustentado a cada instante pelo subjacente oceano de luz quântica.

Ao invés de um absoluto espaço e tempo preenchidos por um éter que sustenta o epifenômeno da luz, a luz se torna a coisa fundamental, cuja propagação determina o fluxo do tempo e das medidas do espaço.

Quase podemos dizer que a luz cria o espaço-tempo. Sugiro aqui, que a luz, na forma de um campo eletromagnético universal, o Campo Ponto Zero, também cria e sustenta o mundo da matéria que preenche o tempo-espaço. Assim, as palavras ‘Faça-se a Luz’, devem expressar muito mais do que uma poética mitologia.

E é muito interessante notar o que as leis da relatividade apontam de maneira bem clara: do ponto de vista de um raio de luz, se pudéssemos cavalgá-lo e nos movermos à velocidade da luz, observaríamos que o espaço se reduz a um ponto e o tempo colapsa em um instante. Ou seja, tendo como referência a luz, não existe espaço nem tempo.

A propriedade mais fundamental da matéria é a massa. A massa faz as coisas sólidas, substanciais e perceptíveis aos nossos sentidos. Mas pode ser uma ilusão. A característica que define massa – resistência à aceleração – pode ser, de fato, apenas um fenômeno eletromagnético.

Mas não é só isso, se considerarmos os processos dinâmicos de transformação e movimento nos átomos, como a radioatividade, por exemplo, a radioatividade está na transformação do Carbono 14 em Carbono 12, pela perda espontânea de dois nêutrons de seu núcleo, em um tempo fixo e determinado – o que permite sua utilização para datar fenômenos do mundo físico. Existe outro tipo de transição, que ocorre quando os elétrons de um átomo saltam de um nível de energia para outro, emitindo uma linha espectral, em um processo chamado de emissão espontânea.

O dilema é o mesmo da radioatividade: o que faz com que o elétron salte para um nível mais baixo e estável de energia? Mais, além da emissão espontânea, existe também a emissão estimulada. Emissão estimulada acontece quando fótons de exato comprimento de onda colidem com o elétron e o fazem mudar de nível. A emissão espontânea é compreendida por um conceito matemático chamado ‘coeficiente A de Einstein’ e a emissão estimulada é compreendida pelo chamado ‘coeficiente B de Einstein’.

Cálculos algébricos realizados por Sir William McCrea, laureado astrofísico inglês, mostram que o coeficiente A se aproxima do coeficiente B quando esse é multiplicado pelo Campo Ponto Zero ou, em outras palavras, a emissão espontânea se aproxima da estimulada, quando esta é estimulada pelo Campo Ponto Zero, em vez de estimulada, ordinariamente, por fótons.

Portanto, existem boas razões para se suspeitar que o Campo Ponto Zero está por trás tanto da estabilidade quanto da dinâmica do universo físico. É certamente tentador enxergar isso como uma chave para o acontecer de um contínuo e sustentado processo de criação do universo.

Haisch, Bernard; “The God Theory”; Red Wheel/Weiser, USA, 2006.

Tradução de Moacir Amaral in “Triângulos: Estruturas de Compreensão do Ser Humano”, São Paulo, 2007; págs 82-85.

Acesso à Plataforma

Assine a nossa newsletter