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Comportamento de Mentir no Contexto Familiar: uma proposta de Análise e Intervenção

Danielle Aono Nunes1; Priscila Benitez²; Camila Domeniconi1,2; Julio César Coelho de Rose1,2 [email protected] 1 Departamento de Psicologia, Universidade Federal de São Carlos; 2Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de São Carlos

Relatos emitidos por crianças ou adultos, sobre determinada situação antecedente, podem muitas vezes não ser correspondentes aos fatos, ou seja, pode não haver correspondência entre o comportamento verbal e o comportamento não verbal do indivíduo. O estudo de variáveis que podem influenciar a emissão de relatos não correspondentes é um campo importante para Análise do Comportamento. Nessa perspectiva, esse estudo objetivou analisar variáveis que podem estar relacionadas com o comportamento de mentir em crianças na interação com suas famílias em ambiente natural e, após o levantamento dessas variáveis planejou e implementou um programa de intervenção voltado para o incremento de interações com maior nível de correspondência entre comportamento verbal e não verbal. O procedimento constitutiu-se em observar a interação familiar de três famílias em suas residências durante seis inserções, registrar tais interações por meio de um protocolo de registro para a condução da análise funcional, analisar os dados obtidos na situação natural e ao identificar as variáveis, elaborar e implementar a intervenção baseada num procedimento de treino de habilidades comunicativas em grupo. Para avaliar a eficácia da intervenção foi utilizado como instrumento avaliativo um instrumento padronizado para mensuração de habilidades comunicativas antes e depois da intervenção realizada. Para análise das observações compararam-se as frequencias absolutas das emissões do comportamento de mentir nas situações estruturadas antes da intervenção realizada junto aos pais e como resultado foram identificadas as seguintes categorias comportamentais que poderiam se relacionar com a emissão de possíveis relatos não correspondentes: falta de atenção, cobrança, ironia, repreensão, fuga, exaltação, receio/medo, defesa, entre outras. A intervenção ocorreu em seis sessões com pelo menos um responsável pela família. Numa avaliação geral entre pré e pósteste observou-se que, após a intervenção os participantes alteraram, em média, 23% de suas respostas iniciais, sendo este um número considerável, tendo em vista o curto período de intervenção. Além disso, obteve-se dados qualitativos de uma possível melhoria na interação entre os membros da família, a partir dos relatos dos participantes.  PROEX, UFSCar   

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