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Contos de fadas e o relacionamento entre mães e filhas.

Algumas meninas durante o período da infância imitam constantemente suas mãe, admirando-as, e durante a adolescência as rejeitam, dizendo como a elas são chatas, e desatualizadas, preferindo assim as amigas.

O relacionamento entre essas mulheres, mãe e filha, nem sempre é tão simples, pois, mesmo sendo uma relação de amor há implicitamente um conflito que brota entre elas.

Mas porque esta relação seria difícil?

Por que muitas vezes há uma projeção da progenitora em relação à filha, no sentido de que, ela vê em sua filha uma versão mais jovem de si, e por isso há uma tentativa de fazer com que ela viva os aspectos não vivenciados por ela mesma durante a juventude, transformando assim a relação em um espaço sem diferenciações, ou seja, retira a individualidade de ambas. E exemplos como esses podem ser encontrados em diversos contos de fadas.

Vemos em estórias como "Cinderela" a representação do conflito entre mãe e filha através do relacionamento de Aurora (Cinderela) com sua madrasta. A inocente moça subjugada pela malvada madrasta esforça-se para cumprir excelentemente suas tarefas, buscando sempre agradá-la. Mesmo sendo maltratada, Aurora permanecia obediente à madrasta, rebelando-se uma única vez para ir ao baile.

Podemos pensar que esse conto retrata algumas vivencias comuns entre os relacionamentos familiares. Geralmente o conto de Cinderela, representa aquelas "boas filhas" obedientes, educadas, que sempre cumprem o que é desejo da mãe, esta por sua vez sempre tenta diminuir a filha, desaprovando sonhos, vontades e debochando muitas vezes das emoções dela.

Dessa forma, inferimos que o conto de fada de Cinderela nos mostra uma das diversas possibilidades de relacionamento mãe/filha, o que nesse caso relata um domínio da progenitora sobre a filha. Outro aspecto de Cinderela é o valor heróico de Aurora, uma vez que a mesma desobedece a mãe – que a havia proibido de ir para o baile – na busca de seu desejo de ser reconhecida, e no final consegue essa separação da figura materna, tornando-se um individuo que se responsabiliza pelos seus próprios atos.

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