Pacientes amarrados, nus e com ferimentos. Sujeira, comida de péssima qualidade, falta de profissionais e escassez de medicamentos. Estes foram alguns dos problemas encontrados pelo presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores do Rio, Carlos Eduardo, ao vistoriar os quatro hospitais psiquiátricos da rede municipal de saúde. O colapso do atendimento, constatado também pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj), dificulta a ressocialização dos doentes mentais, o objetivo principal da política psiquiátrica do país desde o advento da Lei Delgado, em 1989. No município do Rio, no ano passado, foram registradas 39.321 internações por problemas mentais e comportamentais.
Pacientes amarrados, nus e com ferimentos. Sujeira, comida de péssima qualidade, falta de profissionais e escassez de medicamentos. Estes foram alguns dos problemas encontrados pelo presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores do Rio, Carlos Eduardo, ao vistoriar os quatro hospitais psiquiátricos da rede municipal de saúde. O colapso do atendimento, constatado também pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj), dificulta a ressocialização dos doentes mentais, o objetivo principal da política psiquiátrica do país desde o advento da Lei Delgado, em 1989. No município do Rio, no ano passado, foram registradas 39.321 internações por problemas mentais e comportamentais.
O pior cenário foi encontrado no Instituto Psiquiátrico Philippe Pinel, em Botafogo, que sempre foi referência no setor. Na unidade, vistoriada na noite de quarta-feira passada, havia três pacientes amarrados: dois na enfermaria masculina e uma na feminina, mantida presa pelas pernas e nua. Um leito improvisado no chão da enfermaria masculina, o que é proibido, também foi achado pela comissão. Na enfermaria feminina, a mistura de doentes em surto com outros em melhor estado também preocupou o vereador. Carlos Eduardo conta que foi cercado por diversas mulheres que reclamavam da convivência forçada:
— Elas reclamaram do medo constante de agressões por parte das doentes que estão em crise e do barulho durante as noites. É simplesmente impossível dormir devido aos gritos, gargalhadas e à agitação.
Só 2 psiquiatras para 83 pacientes
O déficit de profissionais também chamou a atenção. Com 83 pacientes internados, o instituto contava no plantão de quarta-feira passada com apenas dois psiquiatras, uma enfermeira, que acumulava a função de supervisão, e seis auxiliares de enfermagem. Uma delas contou já ter sido agredida em duas ocasiões ao acompanhar sozinha pacientes pelo hospital, que tem corredores com iluminação deficiente. O problema é agravado ainda pelo fato de o elevador da enfermagem estar quebrado há três anos. Os doentes precisam ser conduzidos por três andares pela escada.
fonte:[url=http://oglobo.globo.com/jornal/rio/191847392.asp]www.oglobo.globo.com[/url]